Se você, leitor, tem mais de 30 anos, provavelmente se lembra da comoção que foi o lançamento de Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros em 1993. Filas e mais filas se formavam nos cinemas para conferir a então nova aventura de Steven Spielberg, um filme que prometia trazer os dinossauros de volta à vida.
O primeiro Jurassic Park, de fato, é um filmaço! Encanto, aventura e suspense com aquele toque mágico de Spielberg. Depois dele, porém, a franquia não se sustentou. O Mundo Perdido (1997), também de Spielberg, é apenas razoável, enquanto Jurassic Park 3 (2001), de Joe Johnston, é sofrível. Não havia mais novidade e os dinossauros já não despertavam o interesse automático do público.
Quatorze anos depois, Jurassic World, de Colin Trevorrow, trouxe a franquia de volta aos holofotes. O filme, ciente de que mudanças eram necessárias, recomeçou a história com um mesmo parque, mas personagens novos e uma linguagem rejuvenescida. Foi um sucesso estrondoso e até inesperado.
Agora é a vez de Jurassic World: Reino Ameaçado chegar às telas com a missão de não cometer os mesmos erros de Mundo Perdido 21 anos atrás.
O filme se passa três anos após os acontecimentos de Jurassic World, com humanos e dinossauros separados e tranquilos, mas é claro que as coisas não permanecem assim. O vulcão da Ilha Nublar entra em erupção e ameaça (mais uma vez) a existência dos dinossauros.
Claire (Bryce Dallas Howard) então é contratada por um bondoso bilionário para extrair alguns animais da ilha, inclusive Blue, aquela velociraptor amiga de Owen (Pratt). A ideia seria levar os dinos para uma outra ilha, tudo na bondade, sabe?
AMEAÇA
Claro que tudo, em algum momento, sai dos trilhos e o tal reino ameaçado do título é a humanidade.
J.A. Bayona (dos bons O Impossível e O Orfanato) leva para seu primeiro grande blockbuster a sua assinatura de cinema de terror (ambientes fechados sinistros) e destruição (a ilha e o vulcão). Utilizando ambientação e fotografia muito mais escuras, o diretor catalão cria suspense e tensão com movimentos de câmeras simples, mas funcionais não é questão do que vai acontecer, mas de quando vai acontecer.
Chris Pratt novamente empresta seu carisma único ao personagem, mas Bryce Dallas Howard continua irritadiça, mas pelo menos agora usa calçados apropriados (o que é explorado ao extremo pelo diretor).
Apesar da nova roupagem, Reino Ameaçado mostra falhas na inventividade do roteiro. Há no texto uma grande repetição de situações já retratadas nos longas anteriores, e o que poderia parecer homenagem acaba parecendo falta de criatividade.
A parte técnica impressiona, como na já citada cena da ilha e nos novos dinossauros, mas não compensa as falhas e a previsibilidade do roteiro ou os personagens humanos mal desenvolvidos. O filme se sustenta pela diversão e pela pegada de terror, mas a franquia vai precisar de ir além para manter o fôlego no próximo e inevitável longa.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta