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Peça 'A Fuga' conta vida e dramas de presidiárias, em Vitória

Peça "A Fuga" conta vida e dramas de presidiárias, em Vitória

Pouco discutido, assunto é abordado sob diferentes ângulos em espetáculo que acontece neste sábado (23) e domingo (24), no Palácio da Cultura Sônia Cabral

Publicado em 22 de junho de 2018 às 14:52

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Peça "A Fuga" conta vida e dramas de presidiárias, em Vitória. (Reprodução/Facebook Grupo Z de Teatro)

Medos, angústias, condição de vida... Sentimentos. Já parou para pensar em tudo o que se passa pela cabeça - e vida - de uma mulher que acaba presa no sistema carcerário brasileiro? Essa discussão vem à tona, em Vitória, com "A Fuga", espetáculo que ilustra um pouco da história de duas moças que se encaixam nesse perfil e fazem parte de um coletivo, em um determinado presídio, para tentarem escapar da prisão.

"O texto do teatro vai abordando a condição de vida dessas mulheres a partir dessas duas presidiárias. Mas também aborda a condição da mulher encarcerada no geral. As memórias e histórias que elas levam até ali e o que as levaram a serem presas. Não dá pra dizer que existe um padrão nesse perfil, mas existem números significativos, por exemplo", explica o diretor do espetáculo, Fernando Marques, completando:

Aspas de citação

O espetáculo fala de algo que a gente nem lembra que existe. A grande maioria das mulheres se envolve em crimes em função dos homens e de relacionamentos. É uma estatística bastante comum no Brasil

Fernando Marques, diretor do Grupo Z de teatro
Aspas de citação

De acordo com Fernando, o espetáculo gira mais em torno do planejamento da fuga do que com a execução da trama. "Porque seria uma fuga coletiva. Elas se revezam com outras mulheres para cavar um túnel e a ação do espetáculo cobre a participação das duas protagonistas principais nesse plano de fuga", esclarece.

Para o diretor, as cenas de "A Fuga" também abordam muito a condição de vida que essas mulheres têm enquanto estão presas, com um quê de crítica. "Embora eu avalie que o espetáculo tem mais um toque questionador do que crítico", destaca.

Fernando afirma que tenta mesclar a história das mulheres entre passado e presente para criar flashbacks que componham a narrativa de cada uma delas quanto às próprias histórias. "Tudo vai revelando um pouco mais da trajetória dessas personagens", diz.

RECONSTRUÇÃO

Durante o período em que ficam presas, e também durante esses momentos que em tramam a fuga, as duas protagonistas tentam, paralelamente, se reconstruir socialmente. "Elas tentam se reconstruir durante todo o espetáculo à medida que tentam se entender, entender o rumo que a vida tomou para que elas tivessem aquele fim, aquele destino... E acho que entender, também, a própria história ligada ao coletivo do qual fazem parte", enxerga.

O diretor pondera que, por outro lado, só quem assiste ao espetáculo é que pode tirar a conclusão de que elas conseguem - ou não - fazer essa reconstrução. "Acho que o que mais marca, o que é mais interessante é que a peça aborda um assunto que nunca falamos, não é comum ter um diálogo sobre isso. O espetáculo fala de algo que a gente nem lembra que existe", finaliza.

SERVIÇO

"A Fuga"

Quando: sábado (23) e domingo (24), às 19h

Onde: Palácio da Cultura Sônia Cabral (Praça João Clímaco, s/n - Centro, Vitória)

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) - À venda na bilheteria do local

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