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Capixabas investem em produção musical para as crianças

Capixabas investem em produção musical para as crianças

Grupo de músicos criou banda e programa de rádio para o público cujo mercado é promissor

Publicado em 20 de julho de 2018 às 20:03

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Banda infantil "No Seu Abracinho" - formada por Vitor Lopes, Felipe Amarelo, Caetano Monteiro e Eduardo Lucas - apresenta programa de música para crianças no ES. (Felipe Amarelo Claraboia Imagens/Divulgação)

Desde o último dia 15 de julho, a Rádio Universitária apresenta "No Seu Abracinho", programa que começa às 9h e toca música popular brasileira (MPB) criada para crianças. O projeto surge num momento oportuno e de forma a reintegrar as crianças a esta mídia. Afinal, a produção de conteúdo para este público nos dias atuais é praticamente voltada para a internet. 

O programa chega um ano e dois meses após a criação da banda homônima. "No Seu Abracinho" já se apresenta em eventos pelo Espírito Santo disseminando a MPB para crianças mas de uma forma diferente do que normalmente é pensado ao se ouvir o nome.

De acordo com o jornalista Vitor Lopes, um dos apresentadores do programa, a ideia é apresentar conteúdo novo, já que as canções apresentadas são feitas para os pequenos e não adaptadas. "Não é adaptação. É criação, autoral mesmo", explica, pontuando que este é um público promissor, mas difícil de ser cativado.

"É o público mais difícil de atingir e cativar. Cada vez menos, aquelas músicas com muitas rimas, 'bobas', por exemplo, chamam atenção", exemplifica, ao explicar que, bombardeadas de coisas novas a todo momento, as crianças estão mais críticas e seletivas com o que consomem. "E, de novo: a concorrência é grande e o processo de encantar uma criança também é desafiador".

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Acho que o mercado (infantil) cresceu muito, sim... Muitos produtos são desenvolvidos e as pessoas, no geral, têm buscado bons programas que contemplam a família

Vitor Lopes, jornalista
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CONTEÚDO

E conteúdo para encher a grade do programa local não falta. Além das músicas da banda, Vitor pondera que a criança capixaba possui um bom repertório ao seu alcance. Em suma, porque no Sudeste brasileiro existem boas produções para esse público.

"Ana Maria Machado, das melhores escritoras infantis, tem casa aqui (no Espírito Santo) e sempre está por aqui. Temos músicos que se dedicam às crianças, gente que trabalha produzindo só para elas. Até por isso, a concorrência é bastante grande nesse mercado", compara, justificando: "Boas referências o Espírito Santo têm".

E Vitor conta com um grande apoio na busca e produção das músicas m

ais elaboradas.  Felipe Amarelo (voz e guitarra); Caetano Monteiro (bateria); Eduardo Lucas (trompete) tocam com ele na banda e participam de todo o processo com o jornalista, que enxerga que a banda "No Seu Abracinho" acertou em cheio ao ir por esse caminho.

"Mais elaborado porque aquelas cirandas não chamam mais atenção de criança nenhuma. A melodia, a harmonia... Tudo é mais pensado, mais complexo. E nós temos muita produção no Brasil, sim, atendendo a essas exigências, mas está tudo muito pulverizado. Uma das tarefas do programa é, até, reunir esse material", explica.

MERCADO

E o retorno é promissor. Afinal, estamos falando de um público cujo mercado movimenta R$ 3,9 bilhões por ano, segundo o "Estado de S. Paulo". Somente nos últimos dois anos, a variação de crescimento foi de 8%, dado que demonstra que mesmo durante a crise o segmento manteve certo fôlego.

No mercado fonográfico, vemos dois gigantes do público com vídeos musicais batendo bilhões de acessos: o primeiro é a Galinha Pintadinha, cujas visualizações de suas músicas já passaram os 10 bilhões - dado de 2017; o segundo é o Palavra Cantada, dupla musical infantil formada em 1994 por Paulo Tatit e Sandra Peres.

Independente dos números, vemos também neste cenário grandes músicos produzindo material. Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Roberta Sá, Adriana Calcanhoto e Fernanda Takai são alguns dos nomes que investem em canções qualificadas para este seleto e exigente público, que conta ainda com a pré-aprovação dos pais. 

"É um público difícil de conquistar porque antes de ser apresentado à criança esse produto tem que passar pela aprovação dos pais, das tias, dos primos e da professora. Até chegar no consumidor final é muita gente que tem que gostar do que está vendo e comprovar a qualidade", complementa o músico e jornalista.

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E Vitor e companhia mostram que têm todo experiência suficiente para produzir e oferecer o produto. Isso porque eles também são responsáveis pelo Regionalzinho da Nair, bloco de carnaval para os pequenos que anualmente é realizado no Parque Moscoso. "Eu, particularmente, já tenho uma história na área infantil. Tenho livro publicado para esse público e também organizo o Regionalzinho da Nair, que é o bloco do carnaval para os pequenos. Nós também fazemos parte da organização de uma feira com produtos específicos para crianças que, agora, só tende a aumentar. Então é algo recorrente na minha produção e nas dos outros componentes da banda", finaliza.

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