Um dos designers de móveis (mas não só) mais importantes do país, José Zanine Caldas dizia que a madeira tem duas vidas, uma como árvore, e outra como móveis e demais objetos que ganham forma e passam a conviver conosco, se transformando e permanecendo por diversas gerações.
Com a intenção de mostrar as mais diversas fases e de fazer um resgate histórico do setor moveleiro do Espírito Santo, a exposição Móvel Capixaba: Passado e Presente reúne, a partir de hoje, peças, imagens e textos que fazem um apanhado dos móveis produzidos no Estado desde o século 19 até os dias atuais.
São cerca de 50 móveis de diversos tipos e 20 painéis fotográficos que ficam em cartaz no Sesi Arte Galeria até o dia 23 de setembro.
Jornalista especializada e professora de história do design, Adélia Borges é quem assina a curadoria da exposição. Mineira radicada em São Paulo, a expert destaca dados importantes do Estado, com o fato de ter sido a primeira unidade da federação a ter um curso universitário de Design de Interiores, por exemplo.
O Espírito Santo é cheio de situações singulares, como a tradição dos imigrantes, que tiveram uma vivência bem diferente da de outros estados. Nessa tradição histórica, o móvel pomerano se destaca, por exemplo, assim como a herança italiana, diz Adélia.
Segundo a curadora, o design fez com que a própria atividade marceneira se desenvolvesse no Estado, já que muitos designers daqui passaram a desenhar os móveis dos projetos que faziam. Outros, de fora, também recorrem até hoje aos marceneiros capixabas, considerando a qualidade do trabalho desenvolvido.
Na exposição, há trabalhos de profissionais diversos, tanto locais, como Ana Paula Castro, Rita Garajau, Cezar Guedes e Ricardo Freisleben, quanto de fora do Estado, como Arthur Casas, Claudia Moreira Salles, Gisele Taranto e Miguel Pinto Guimarães.
A mostra, para a curadora, é capaz de fazer com que os visitantes enxerguem além da funcionalidade do móvel, notando expressões culturais que imprimem detalhes importantes de determinada época em determinados lugares.
Quando colocamos o móvel em uma exposição, ele se desloca da situação do cotidiano. Não estamos acostumados a olhar com atenção. Isso permite que as pessoas apreciem, notem detalhes, e percebam aspectos culturais muito importantes nesses objetos, conclui.
Móvel Capixaba: Passado e Presente
Quando: de hoje até o dia 23 de setembro.
Visitação: terça-feira a domingo, das 8h às 19h.
Onde: Sesi Arte Galeria. Avenida Nossa Senhora da Penha, 2053, Edifício Findes (térreo), Santa Lúcia, Vitória.
Entrada gratuita.
Informações: (27) 3334-5600.
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