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Obra para retomada do Cais das Artes será licitada, diz governador

Obra para retomada do Cais das Artes será licitada, diz governador

Ao todo, mais de R$ 129 milhões já foram gastos com o que era para ser o maior espaço cultural do Espírito Santo

Publicado em 17 de julho de 2018 às 13:56

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Governador Paulo Hartung ao vivo na CBN Vitória (92,5 FM). (Kaique Dias)

Em entrevista exclusiva à Rádio CBN Vitória na manhã desta terça-feira (17), o governador Paulo Hartung (MDB) garantiu que, na última semana, o entrave na Justiça que impedia o andamento da obra do Cais das Artes, em Vitória, acabou. De acordo com ele, em breve, o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) e Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) irão licitar a empresa que retomará a construção que já se arrasta desde abril de 2010, último ano do segundo mandato do emedebista como governador, naquela época.

Ao todo, mais de R$ 129 milhões já foram gastos com o que era para ser o maior espaço de promoção de cultura do Estado, com um teatro de mil e trezentos lugares, três mil metros quadrados de museu, auditório e centro cultural, e deveria estar pronto desde 2012.

No primeiro semestre deste ano, o Gazeta Online já havia noticiado que o Iopes havia licitado a empresa que gerenciará a obra. Ganhadora, a Planesp Engenharia, com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais, vai ganhar R$ 3,8 milhões para executar esse serviço. À ocasião, o órgão, questionado, se limitou a dizer, por meio de nota, que "está contratando a gerenciadora que vai atuar na realização dos procedimentos preparatórios visando a licitação da obra, quando autorizado pela Justiça", já que naquele momento a ação na Justiça ainda travava o andamento das obras.

Visão aérea das obras do Cais das Artes. (CLEFERSON COMARELA/VIXFLY DRONES)

O Iopes ainda esclareceu que a obra estava judicializada e o prazo do contrato foi encerrado sem que a obra fosse concluída. "Além disso, (o Iopes) lembra que o consórcio contratado entrou com ação judicial. Só com a decisão da Justiça é que os trabalhos poderão ser retomados", concluía a nota.

NOVELA

O projeto do renomado arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha transformou-se num caixote de concreto abandonado que polui o visual da Enseada do Suá, em Vitória. Mas o problema vai além: a população tem que lidar ainda com o impacto no bolso: mais de R$ 129 milhões já foram gastos e estima-se que cerca de R$ 100 milhões ainda sejam necessários para a conclusão da obra, R$ 20 milhões a mais que o previsto até o fim do ano passado. Ao todo, R$ 226 milhões. Ou seja, embora o canteiro de obras esteja parado há tempos, o custo dele só faz aumentar. Importante lembrar que, originalmente, o investimento total seria de R$ 115 milhões.

A estimativa é do secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli, e foi feita em entrevista à Rádio CBN Vitória. À época, procurado pelo Gazeta Online, o secretário preferiu não se pronunciar. Os R$ 20 milhões a mais se fazem necessários somente para colocar a obra de volta nos trilhos, ou seja, reparar o que foi danificado durante a paralisação. Quanto mais tempo demorar o retorno, mais cara ficará a intervenção.

A construção do projeto teve início em 5 de abril de 2010, no último ano do segundo mandato de Paulo Hartung como governador. Sua conclusão estava prevista para 2012. Em entrevista ao jornal A GAZETA em junho de 2011, a então coordenadora do Comitê Gestor de Acompanhamento do Cais das Artes, Dayse Lemos, e o então gerente da Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Maurício Silva, falaram sobre o projeto.

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"Hoje temos em torno de 40% das obras concluídas. O teatro está com 44%, o museu tem 55%, e a praça, 4%", disse Silva. "A fundação – etapa mais complexa da construção – já foi vencida. As pilastras do teatro estão dentro do mar e aquilo foi um grande desafio para a engenharia", completou Dayse, que pontuou em seguida: "A obra estará concluída no primeiro semestre de 2012".

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