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Tati Bernardi lança novo livro que reúne suas melhores crônicas

Tati Bernardi lança novo livro que reúne suas melhores crônicas

Mãe de primeira viagem, Tati dá uma pausa na licença-maternidade para lançar "Homem-Objeto e Outras Coisas Sobre Ser Mulher"

Publicado em 6 de julho de 2018 às 22:23

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Há cinco meses a escritora e roteirista Tati Bernardi está monotemática. Mãe de primeira viagem, a experiência na criação de Rita (sua filha) já rendeu muitas crônicas e até acabou virando tema de sua nova coluna na “Folha de S. Paulo”. Ainda de licença maternidade, Tati aos poucos volta ao batente. Este mês, lança o livro “Homem-Objeto e Outras Coisas Sobre Ser Mulher”, seu livro com suas melhores crônicas e o texto inédito “Meu Marido Joga Videogame”.

No novo livro, ela lança seu olhar crítico e bem-humorado, que conquistou inúmeros leitores, para temas como a geração “Millennium”, orgasmo, pais, e, claro, gravidez.

Este é o terceiro livro de Tati, também autora de “Depois A Louca Sou Eu” e “Meu Passado Me Condena”. Colunista semanal da Folha de S. Paulo, ela também é roteirista de cinema e autora da Rede Globo. “Volto ao trabalho na Globo em agosto, mas já comecei aos poucos. Voltei a escrever a coluna e já estou pensando no próximo filme. Mas continuo grudada na bebê. Estou em numa fase que nada mais me interessa além da maternidade”, diz.

Por que o livro ganhou esse título?

Tem uma crônica no livro que chama “Homem-Objeto”. É uma das que gosto mais. Como em meus textos eu sempre estou olhando para o homem (não necessariamente o gênero, mas o ser humano), o que ele tem de errado ou maravilhoso, ou torto, ele é meu objeto de estudo e tema do livro.

Quando você começou a escrever?

Desde bem nova eu escrevia, mas não publicava. Tinha vários textos escritos na gaveta. Quando comecei a trabalhar com publicidade, eu ficava escrevendo contos e crônicas para talvez um dia publicar. Até meus chefes reclamavam que eu escrevia demais e atrasava minhas coisas. Até que aos 20 anos eu consegui uma coluna no site da revista “TPM”.

E você sempre teve esse olhar bem-humorado até mesmo para os problemas?

Sempre tentei procurar a graça das coisas. Terminava um namoro e escrevia um texto meio crítico... Sempre tive humor para falar das minhas neuroses.

Todo mundo ao seu redor acaba virando tema de alguma crônica. Ninguém fica chateado?

Já aconteceu com um namorado que reclamou. Minha mãe já ficou chateada comigo, mas acho que agora as pessoas ao meu redor se acostumaram. E eu também nunca uso o nome da pessoa, misturo histórias. Nunca é a verdade 100%.

Você fala da crise de pânico até do desentendimento com o marido. Como é expor suas duvidas, medos e questionamentos para tanta gente?

Sempre escrevo em primeira pessoa, sempre falando de mim, mas eu acho que eu escrevo sobre a minha loucura e deixo a parte que não é louca mais protegida. Eu sempre exagero em alguma história. Por exemplo, de fato tive crise de ansiedade, mas nunca tomei a quantidade de remédios que eu escrevi em uma crônica.

E por que acha você acha que seus textos fazem tanto sucesso?

É uma mistura. Por eu falar em primeira pessoa, acho que meus textos carregam uma carga de verdade, mais ainda do que se eu estivesse contando uma história. Personagem não mexe tanto quanto um texto que fala de si mesmo, isso mexe com as pessoas, falar em primeira pessoa. Acho que elas também se identificam porque falo de assuntos que estão ali, que todo mundo mais ou menos sente.

E como você lida com as críticas?

Já lidei pior. Hoje em dia fico chateada quando a crítica é para alguém que eu conheço. Se é simplesmente a opinião de um leitor que nunca vi na vida, um comportamento clássico de hater, nem leio.

E agora você é mãe. Como é a descoberta da maternidade?

Estou meio monotemática, não consigo falar sobre outro assunto. Estava com mil ideias de crônicas de maternidade. Como falo de coisas que vivo, tive que pedir pra “Folha de S. Paulo” me dar uma coluna só sobre maternidade. Então agora tenho duas colunas.

E o que você gosta de ler?

Estou fazendo curso pra me formar em Psicanálise. Então há um ano que leio textos sobre isso, Lacan, Freud... Fora isso, gosto de Antônio Praia, Ricardo Pereira. O último escritor que eu li que gostei muito é o Bill Clegg , autor do livro “Retrato De Um Viciado Quando Jovem”. Tem uns três anos que li esse livro, e foi o último que me marcou.

Homem -objeto e outras coisas sobre ser mulher. (Companhia das Letras/Divulgação)

 

Homem-Objeto e Outras Coisas Sobre Ser Mulher

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Tati Bernardi. Editora Companhia das Letras. 2018. 256 páginas. R$ 39 (físico) e R$ 27,90 (e-book).

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