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Denzel Washington volta implacável em 'O Protetor 2'

Denzel Washington volta implacável em "O Protetor 2"

De volta ao papel de Robert McCall, Denzel Washington tem a missão de ampliar e melhorar a mitologia do personagem

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 22:46

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"O Protetor 2". (Sony/Divulgação)

Dois filmes com sinopses bem parecidas chegaram aos cinemas com diferença de um mês em 2014. “John Wick” foi o segundo deles. Na trama, um ex-assassino sai da aposentadoria para se vingar de gângsters que mataram seu cachorro. Por mais simplista que possa parecer, o longa estrelado por Keanu Reeves e dirigido pela dupla Chad Stahelski e David Leitch, ambos ex-dublês, se tornou um dos melhores filmes de ação dos últimos anos, com cenas inventivas e uma mitologia própria – tanto que o filme ganhou uma continuação ainda melhor e está prestes a virar uma série de TV explorando o rico universo dos assassinos. O filme foi bem de bilheteria (até porque teve custo de produção baixo), mas ainda teve arrecadação inferior a seu concorrente que estreou um mês antes, mas sem todos os predicados ditos acima: “O Protetor”.

Inspirado na série oitentista de mesmo nome e vendido como o reencontro entre Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua (ignorando o remake de “Sete Homens e Um Destino), que fizeram sucesso em “Dia de Treinamento” (filme, inclusive, do qual Denzel ainda não “se livrou”. Mais sobre isso adiante), “O Protetor” é uma obra sisuda, com cenas de ação razoáveis e um estilo forçado. Apesar disso, fez sucesso e garantiu a produção de “O Protetor 2”, que chega amanhã aos cinemas.

CARISMA

Apesar de já conhecermos Robert McCall (Denzel Washington) de outros carnavais, o personagem continua não sendo atrativo para o público. Ele escolhe as “causas” certas, mas sua construção, desde o primeiro filme, com o transtorno obsessivo compulsivo, pouco ajuda no carisma. Isso, na verdade, só coloca McCall entre os personagens “piloto automático” de Denzel Washington nos últimos anos – todos eles parecem derivados do detetive de “Dia de Treinamento”, papel que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator, exceção feita talvez aos protagonistas de “Um Limite Entre Nós” (2016) e “Roman J. Israel, Esq.” (2017).

O FILME

A trama de “O Protetor 2” mostra McCall levando sua vida dupla: um homem pacato e um justiceiro que busca “igualar” as chances de oprimidos contra valentões – daí o “Equalizer” (algo como “igualador”) do título original. Robert agora vive como motorista de Uber e de vez em quando se mete nos problemas de seus passageiros. Essas sequências rendem ótimas cenas de ação nas quais o protagonista elimina seus adversários das mais variadas maneiras, a exemplo do que acontecia no filme anterior.

"O Protetor 2". (Sony/Divulgação)

O foco, no entanto, não é mais na transformação do protagonista em um justiceiro implacável. O texto se aprofunda no passado de McCall, na história de sua esposa, e em antigos “fantasmas”.

A tentativa de sensibilizar o protagonista é constante, com novos apadrinhados e outros personagens, como o interpretado por Pedro Pascal (“Narcos”), cruzando seu caminho, mas nunca é o suficiente.

“O Protetor 2”, tal qual seu antecessor, tem boas cenas de ação e excelente parte técnica, mas, também como seu antecessor, é um filme que carece de carisma. O resultado é um filme de ação genérico, pouco inventivo e facilmente esquecível.

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