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João Capdeville revela sutil melancolia em disco de estreia

João Capdeville revela sutil melancolia em disco de estreia

Nova promessa da MPB, carioca se aventura em busca da própria identidade

Publicado em 10 de agosto de 2018 às 15:09

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Num belo dia, por um impulso pela busca da própria identidade artística, o músico João Capdeville saiu do Rio de Janeiro e percorreu alguns milhares de quilômetros entre a Colômbia e o Uruguai. A jornada durou exatos três meses, e João atravessou por via terrestre países como Equador, Peru, Bolívia e Argentina, como em uma imersão pela cultura latina.

O processo fez parte da produção do primeiro disco cheio, batizado com o nome do próprio músico, que traça um mapa imaginário e guia dez músicas. As faixas imprimem bem uma melancolia de quem se redescobriu ao longo de uma experiência sabática como a da viagem.

“Fiz a viagem para isso, foi tudo pensado. Tive muita sorte porque dois amigos meus também estavam indo, aí falei da história, do que eu queria, eles me convidaram para ir junto com eles e fomos. São pessoas que têm muita coisa em comum comigo, o que tornou tudo mais fácil”, conta João, em entrevista por telefone ao C2.

A paixão pela música não é injustificada: Capdeville é filho de uma pianista clássica e de um cantor amador. Ganhou logo cedo um violão do padrinho, que tornou-se seu instrumento favorito – a ponto de mantê-lo em uso mesmo depois de anos e anos.

“Meu pai nunca teve relações profissionais com a música, mas sempre foi um enorme apreciador. Isso me influenciou bastante”, diz.

Trajetória

Em 2014, aos 21 anos, o carioca lançou o primeiro EP, chamado “Pausa”, com cinco músicas autorais. A de maior sucesso foi “O Mundo Vai Girar”, que ganhou a segunda versão neste novo disco – com uma carga maior de melancolia, mas cantando uma mudança de lugar, um movimento causado justamente pelas voltas que o mundo deu.

“É como se o meu ‘eu’ daqui fosse revisitado por um ‘eu’ que estava solto por aí. Como se as cidades por onde passei tivessem desvendado meus sentimentos, revelados dentro de uma nova atmosfera, que transformou essas canções no que elas são hoje”, divaga João, que se coloca como uma das novas promessas da atual safra da MPB carioca.

Durante o processo de produção do disco, Capdeville teve o reforço de Caio Prado (que divide os vocais em “Eu Não Te Escuto”) e de outros músicos como Felipe Pacheco (banda Baleia), Gabriel Ventura (banda Ventre) e JR Tostoi.

Como nem só de melancolia viveu João em seu disco de estreia, “Deixe-me” traz uma roupagem colombiana. A canção nasce como um samba, deixando o músico à vontade para se soltar mais, inclusive na letra.

“Entre muitas aspas, acho que escrever foi a parte mais fácil. No total, demorei uns seis meses compondo. Vivi muitas coisas diferentes que não tinha vivido até então. Aprendi outras opções de som e de vida. Isso me modificou muito”, conclui o músico.

João Capdeville

Sagitta Records, 10 faixas

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