Pelas ruas da histórica Muqui, no Sul do Estado, Léo Alves deu os primeiros passos na arte. Com uma pequena câmera na mão, ainda adolescente, ia com os amigos percorrendo a cidade para registrar os recantos que inspiravam a produção artística. E já naquela época atraía plateia para seus filmes. Hoje, mesmo morando em Vitória, é responsável pelo Festival de Cinema do Interior (Fecin), que terá em 2018 a sua sétima edição, em Muqui, com a exibição de 40 produções.
É na cidade natal que Léo, 27 anos, busca referências para a criação audiovisual. Ainda que no dia a dia esteja de lá distante geograficamente, ele valoriza sua identidade construída a partir das experiências.
Não nasci em Muqui à toa. Não quero esquecer esse histórico de realizações. Quero que as pessoas conheçam Muqui, ressalta o jovem, acrescentando que tudo o que é produzido lá tem o envolvimento da população. Não podemos transformar o Fecin, por exemplo, em um momento ruim para a comunidade. Tem que ser bom para todos, pondera.
Mas a atenção de Léo vai além dos limites de Muqui. O produtor cultural defende a necessidade de as pessoas conhecerem melhor o Espírito Santo, em especial o interior, e é por isso que um de seus projetos é levar o Fecin para outros sítios históricos. Muqui é o maior do Estado, mas ainda tem São Pedro de Itabapoana (Mimoso do Sul), Itapina (Colatina), São Mateus e Santa Leopoldina. Para tanto, espera contar com apoio do poder público e da iniciativa privada.
Muito do que trago hoje para o audiovisual, além da minha bagagem de Muqui, é uma tentativa de reforçar a potência que a gente tem enquanto identidade do Espírito Santo. A gente tem uma diversidade muito grande que precisa ser reforçada, em qualquer forma de expressão, ressalta Léo.
Penso também que o capixaba tem que se conhecer porque, quanto mais a gente se conhece, mais propriedade vai ter para defender este território tão rico, diz.
A produção artística e esse espírito de Léo, que abraça a cultura, já foram tema de diversas reportagens em A GAZETA. Ele também é responsável pelo Cine Ema, um festival de cinema ambiental, em Burarama, Cachoeiro de Itapemirim e, além de seguir com projetos por essa área, tem em seus planos trabalhar com roteiro e produzir conteúdos para televisão, web e cinema.
Como não poderia deixar de ser, Léo valorizou outro artista de Muqui e aponta Wilson Ferreira como capixaba que merece destaque.
QUEM É WILSON FERREIRA
Nascido em Muqui, ele é múlti: publicitário, ilustrador, designer, artista plástico e professor. Mas prefere ficar longe de rótulos profissionais e se define como criativo. Estudar o vocabulário visual e explorar as possibilidades da imagem é o que mais gosta de exercer e pesquisar na pintura, na escultura, no desenho ou na fotografia.
O folclore de Muqui e a arte popular influenciam seu trabalho. Hoje, tem a galeria Art Causa, em Cachoeiro de Itapemirim, mas também circula pelo Brasil e por outros países oferecendo cursos e workshops.
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