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Maitê Proença explora feminismo em 'A Mulher de Bath' que chega ao ES

Maitê Proença explora feminismo em "A Mulher de Bath" que chega ao ES

Personagem da atriz viveu em 1380, enterrou cinco maridos e, fogosa, busca seu sexto amante

Publicado em 29 de agosto de 2018 às 18:46

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Mulheres fazem dois terços do trabalho mundial, mas têm menos de 1% das propriedades mundiais. Elas recebem menos que os homens pelo mesmo trabalho - se pagas. São as mais pobres entre pobres e continuam vulneráveis porque não têm independência econômica e são constantemente ameaçadas por exploração, violência e abuso sexual. Qualquer um que ache que isto está errado é feminista

Maitê Proença, atriz
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A frase é de Maitê Proença, que chega ao Espírito Santo, neste sábado (1º), com texto inspirado em uma mulher que viveu no século 15 e já tinha o discurso feminista. A atriz dará vida a essa moça, que teve cinco maridos, e discutia - abertamente - sobre sua vida sexual, paixões, rancores e vinganças, além de, é claro, discorrer sobre seu vasto conhecimento dos homens e da alma humana.

A mulher de Bath era muito criticada, mas o caminho da peça fala justamente de suas atitudes: "A mulher de Bath foi a primeira feminista. O que ela fava há seiscentos anos está na boca das mulheres de hoje. E ela ainda tinha um baita senso de humor pra tratar da coisa", dispara a atriz, que abriu um processo contra a Globo e está pedindo R$ 500 mil de indenização por direitos trabalhistas que ela reivindica pelos 37 anos em que trabalhou na emissora.

Maitê Proença em "A Mulher de Bath", que chega a Vila Velha neste sábado (1º). (Assessoria Patrick Ribeiro/Divulgação)

Em entrevista ao Gazeta Online, Maitê detalhou sua participação no espetáculo e falou sobre novos trabalhos:

É feminista declarada. Participa ativamente da luta da classe?

A minha campanha é a estrada. Estou levando este texto emblemático (de A Mulher de Bath) para todos os cantos do Brasil. E diz questão de que a montagem fosse de apelo popular, contemporânea, na forma de se comunicar com o público. Ninguém se sente burro ou excluído assistindo. As pessoas entendem tudo, riem e interagem. Eu entro e saio do personagem algumas vezes durante a peça para estabelecer uma comunicação mais viva

E, por meio da arte, acha que a população capta a mensagem?

Acho que é uma forma mais amiga e bem mais alegre de se conscientizar da questão

Você se identifica com a personagem?

A mulher de Bath é irreverente e fala o que pensa - custe o que custar. Ela leva umas boas surras por isso. Mas, com seu modo astuto e bem humorado, vai driblando as dificuldades em um mundo essencialmente masculino

Para quem for assistir à peça, o que se pode esperar do espetáculo?

É uma história bem contada, divertida e curta. Uma viúva em série (já morreram cinco maridos e ela quer mais um) falando dos jogos e artimanhas do amor, das guerras infernais no casamento, do sexo e suas armadilhas, das diferenças entre homens e mulheres e de seu pleito por liberdade

A peça é um texto do século 14. Tiveram algumas adaptações?

Eu fiz uma edição do texto, não chegou a ser uma adaptação, isso não foi necessário. O texto é muito atual

Falando das atitudes da mulher de Bath, acha que falar de sexo, prazer feminino e divórcio é difícil até hoje?

Depende de onde estamos

. (Assessoria Patrick Ribeiro/Divulgação)

E qual é o caminho para acabar com esse preconceito?

Com conversa franca, informação e análise pessoal. Assistir uma história como a que levamos também ajuda a relaxar os preconceitos, sem ser agredido pela história

Em janeiro, você completou 40 anos de carreira. Quais foram seus maiores desafios?

Os desafios do passado ficaram para trás... Tem tanta estrada pela frente...

E aos 60 anos de idade, qual é o segredo para a boa forma e pique?

Acredito na alimentação saudável e no exercício variado. Estudo tudo isso de forma autodidática, estudei a vida inteira, gosto do assunto. Acho que tenho feito boas escolhas por saber o que estou praticando. Quando se é jovem a gente não percebe tanto os efeitos de uma vida sistemática na boa saúde. Mas, quando o tempo passa, isso faz a maior diferença na disposição e humor

Para o futuro, tem novos trabalhos à vista? Pode adiantar alguma coisa?

Tenho muitos. Mas o que há de concreto e que eu desejo mesmo é levar as três peças que escrevi, que foram premiadas, em uma espécie de repertório pelo País agora, junto de A Mulher de Bath. Quero excursionar, inclusive, por onde não há teatros, me apresentando nos estádios, nas escolas. Quero fazer isso, a partir do ano que vem, viajar com mais de uma peça por vez e chegar em todos os cantos do Brasil. Vai ser lindo

SERVIÇO

Maitê Proença - A Mulher de Bath

Onde: Espaço Patrick Ribeiro (Área de Eventos do Shopping Vila Velha - Av. Luciano das Neves, 2418, Divino Espírito Santo)

Quando: sábado (1), às 21h

Ingressos: R$ 140 (cadeira ouro, inteira); R$ 100 (cadeira prata, inteira)

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Informações: (27) 3533-2221 / (27) 99242-6062 / (27) 99707-0714

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