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Éder Jofre ganha cinebiografia que faz jus a seu legado

Éder Jofre ganha cinebiografia que faz jus a seu legado

Maior boxeador brasileiro de todos os tempos, o Galo de Ouro é interpretado por Daniel de Oliveira

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 16:45

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Daniel de Oliveira vive o lutador em tela. (Imagem Filmes/Divulgação)

O boxe talvez seja o esporte mais “fácil” de ser levado para os cinemas. Não por acaso a sétima arte já agraciou seu público com clássicos como “Rocky: Um Lutador” (1976), “Touro Indomável” (1980), “Menina de Ouro” (2004) e, mais recentemente, os bons “Creed” (2015) e “Nocaute” (2015). A dinâmica é simples: aquelas pessoas nunca lutam apenas pelo esporte ou pela glória, elas trocam socos por suas famílias, por vingança ou para provar algo a alguém – e todo nós, público, já lutamos por isso em nossas vidas, mesmo que não em cima de um ringue.

É nesse contexto que “10 Segundos Para Vencer”, cinebiografia do ícone Éder Jofre, o maior boxeador brasileiro da História, considerado um dos 10 maiores da história do esporte, funciona tão bem. Desde o início do filme de José Alvarenga Jr. (“Os Normais”) já entendemos que não se trata de boxe, mas de família.

O filme, num primeiro momento, acompanha Éder na infância, mas o foco é em Silvano Zumbano (Ricardo Gelli), tio de Éder, um lutador talentoso, mas boêmio, treinado por Kid Jofre (Osmar Prado), pai do protagonista. É o desejo de deixar o pai feliz, de retomar o sonho dele de lutar nos EUA, que leva o pequeno Éder ao ringue.

Quando voltamos a encontrar Éder Jofre, lá pelos 18 anos, ele já é vivido por Daniel de Oliveira, cuja cara de menino ajuda, mas não é o suficiente para fazer um ator de 41 anos rejuvenescer mais de duas décadas – o que Daniel compensa com muita vontade e talento.

Foram as circunstâncias que fizeram o jovem Éder desistir dos desenhos para se dedicar ao boxe. Como os protagonistas dos filmes citados no parágrafo inicial, ele não luta apenas pelo esporte, mas por algo maior.

ARQUIVO

A ascendente trajetória do lutador é mostrada de maneira interessante em tela. Fazendo uso de muito material de arquivo, o filme se preocupa em recriar os momentos mais marcantes, como as lutas pelos títulos mundiais; no resto do tempo o que se vê em tela é o relacionamento de Éder com a família.

Filme mergulha no relacionamento de Éder com seu pai, Kid Jofre. (Imagem Filmes/Divulgação)

“10 Segundos Para Vencer” recria bem a tensão de uma luta de boxe não pelas lutas em si, até porque as sequências não passam de razoáveis, mas por fazer o público entender o que uma vitória ou uma derrota significaria naquele momento da vida do protagonista e todos que o cercam.

É possível perceber que se trata de uma superprodução para os padrões nacionais – fotografia, direção de arte e atuações são impecáveis. Além disso, ao contrário do que acontece nas maiorias das cinebiografias, os personagens não são endeusados pelo texto.

O grande porém do filme de José Alvarenga Jr. é algo comum a esportistas: não saber a hora de parar. Toda a tensão é construída para um clímax que chega rápido. O ritmo do filme se transforma e, apesar dele seguir competente, sua capacidade de prender o interesse do público só é retomada nos minutos finais. Um problema que afeta experiência cinematográfica, mas que não compromete o filme como um todo.

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