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Games: Jogos single-player recuperam força nos consoles

Games: Jogos single-player recuperam força nos consoles

Considerados mortos para alguns, os jogos single-player recuperam força com ótimos lançamentos e fãs fiéis que preferem a experiência solitária

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 14:17

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Jogo mais aguardado dos últimos anos, "Red Dead Redemption 2" chega no final de outubro. (Divulgação)

Uma das máximas do jornalismo é que não se pode ir contra a apuração. A ideia para esta matéria, por exemplo, nasceu logo antes da E3, realizada em junho. Na maior feira de games do mundo, o anúncio de “Fallout 76”, um jogo multiplayer online no universo “Fallout”. O problema é que os jogos da série (e da Bethesda, produtora da série) sempre foram focados na experiência single-player, por isso os fãs começaram a se questionar: estariam os jogos single-player com os dias contados?

Talvez, se a pauta tivesse sido executada na ocasião, a resposta seria “sim”. Acontece que os últimos meses viram excelentes lançamentos para quem curte uma jogatina solitária: “God of War”, “Far Cry 5”, “Spider-Man” e “Shadow of the Tomb Raider”, por exemplo. Para completar, “Red Dead Redemption 2”, um dos jogos mais esperados da atualidade, chega mês que vem. Ou seja, viva o single-player, né?

“Não é uma competição entre multiplayer e single-player”, afirmou Cory Barlog, diretor do novo “God of War”, ao portal “IGN”. “Não é sobre estar vivo ou morto, é o gato de Schrodinger – estamos vivos e mortos ao mesmo tempo – e sempre será assim”, completou.

"Shadow of the Tomb Raider": boa história e imersão. (Divulgação)

FORÇA COLETIVA

Para o empresário Vinícius Farias, de 37 anos, o multiplayer ofereceu novas possibilidades para um hobby que julgava ser repetitivo. “Os jogos estavam todos parecidos, você sabia o que esperar de cada um deles”, pontua.

Ele credita o crescimento da jogatina coletiva, ao menos para ele, à febre de jogos como “Counter Strike” nas lan houses no final dos anos 1990 e no início da década seguinte. “Era incrível virar noites jogando com amigos, zoando e provocando. Daí foi só ver que isso também rolava online, com amigos ou desconhecidos, que, quando percebi, já nem me interessava por jogos single”, relata. “Para eu jogar sozinho tem que ser algo muito atrativo, novo”, completa ele, que, entre uma partida e outra de “Overwatch”, está mergulhado no recém-lançado “Spider-man”. “É um single que vale a pena”, finaliza.

O atrativo dos jogos multiplayer para as empresas é simples: dinheiro. Ao contrário dos jogos baseados em histórias e narrativas, que são encostados ou vendidos após o término, os multi (principalmente os competitivos) permanecem em alta por mais tempo, pois a experiência nunca é a mesma – isso sem falar na profissionalização dos games, que é assunto para outra pauta.

RESISTÊNCIA

Os jogos multiplayer, no entanto, continuam não sendo para todos. Muitos, como este que vos escreve, ainda preferem a experiência solitária e a força de uma boa narrativa. O multiplayer online requer tempo e dedicação – duas coisas não tão fáceis de se ter hoje em dia.

“Existe um nível de competitividade alto. Se você entra numa sala de ‘Call of Duty’, ‘Battlefield’ ou ‘Fortnite’ sem experiência prévia, não dura muito tempo. Pode ser uma experiência bem frustrante”, relata Vinícius Munhoz, do site “Voxel”, um dos maiores sobre jogos no Brasil. “Mas o mercado hoje oferece jogos para todos os gostos. O lance é abraçar a variedade e escolher aquele se adapta mais ao que você quer”, completa.

SPIDER-MAN ACERTA EM CHEIO

Os gamers que optaram pelo Xbox One na atual geração de consoles devem estar meio mordidos (ou picados seria mais apropriado?) com o lançamento de “Marvel’s Spider-Man” exclusivamente para o PlayStation 4. O jogo mistura uma boa história do Cabeça de Teia em uma Nova York aberta e cheia de cantos para serem explorados com ótima jogabilidade, ou seja, tudo o que um jogo precisa para ser imperdível.

"Spider-Man" foi lançado nas últimas semanas . (Divulgação)

Desenvolvido pela Insomniac Games, curiosamente responsável por um dos exclusivos mais legais do Xbox One, “Sunset Overdrive” (de quem este jogo pega muito “emprestado”), o jogo tem seu próprio universo Aranha, o que pode até causar certa estranheza aos fãs do personagem, mas é até um charme a mais para o jogo.

Quando a história começa, já rolou aranha radioativa e Peter Parker vive a vida dupla há uns oito anos. Ele concilia a vida de herói com o trabalho como assistente de laboratório do Dr. Otto Octavius – Peter enxerga no trabalho do cientista a possibilidade de ser mais relevante como pesquisador do que como herói – a máscara, afinal, cobra seu preço.

Aos poucos encontramos alguns personagens clássicos como Mary-Jane, Tia May, o Rei do Crime, Harry Osborn, Jonah Jameson, o Sexteto Sinistro... e por aí vai. “Spider-Man” é um festival de participações – algumas surpresas – que fazem bastante sentido no universo do jogo; quase nada é gratuito apenas para satisfazer fãs.

Jogabilidade

 

Os controles funcionam bem e poucas coisas são mais divertidas do que ser o Homem-Aranha por Nova York. Se balançar nas teias, escalar prédios e ver o interior dos apartamentos, ou até cumprimentar um fã na rua – sim, o Amigão da Vizinhança é uma celebridade.

O sistema de combate é bem funcional e requer “requinte”, ou seja, não adianta só esmagar os botões, é necessário aprender qual golpe funciona melhor contra cada inimigo. A árvore de desenvolvimento de habilidades também é interessante, contando com novas roupas (cada uma com habilidade exclusiva), gadgets e recursos especiais.

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O ponto negativo fica por conta das missões paralelas um tanto repetitivas e que pouco acrescentam à história, mas isso é detalhe. “Spider-Man” é o um jogaço que os fãs do personagem esperavam, para o desespero dos “caixistas” fãs do console da Microsoft.

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