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Pela primeira vez na Capital, Dona Onete faz show no Viradão Vitória

Pela primeira vez na Capital, Dona Onete faz show no Viradão Vitória

"Diva do carimbó chamegado", Dona Onete se apresenta nesta sexta-feira (7), na Casa Porto, no Centro

Publicado em 5 de setembro de 2018 às 22:52

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Aos 79 anos, Dona Onete colhe os frutos do seu sucesso tardio. (Laís Texeira/Divulgação)

Conhecida como “Diva do carimbó chamegado”, Dona Onete nunca se apresentou em Vitória. Seu primeiro show na Capital será nesta sexta-feira (7), durante o Viradão Vitória 2018 – ela sobe ao palco da Casa Porto às 17h05, sendo a primeira atração musical do evento. “Será a primeira vez com os capixabas. Estamos todos muito ansiosos!”, declara a cantora e compositora de 79 anos, em entrevista ao Gazeta Online.

A paraense, Ionete da Silveira Gama na certidão de nascimento, teve seu talento reconhecido recentemente. Seu primeiro disco, “Feitiço Caboclo”, foi lançado em 2012. Em 2016, veio “Banzeiro”. Sobre despontar para o sucesso apenas aos 73 anos, Dona Onete diz sentir-se abençoada.

“Além disso, quero dizer a todos que tudo nessa vida é possível”, afirma.

VIRADÃO

O Viradão Vitória rola sexta (7) e no sábado (8), e celebra os 467 anos da cidade. Serão 88 atrações, que promete quase 30 horas de apresentações no Centro Histórico da Capital. Além de Dona Onete, também estão na programação musical nomes como Silva, André Prando, Nina Becker, Herança Negra e Gavi. O evento também terá espaço para teatro, dança, artes plásticas, literatura e gastronomia. O

Festival de Cinema de Vitória

também faz parte da programação.

Ao todo, serão 20 pontos espalhados pelo Centro, incluindo praças, ruas e espaços públicos e privados como o Palácio Anchieta, o Museu de Arte do Espírito Santo (Maes), o Parque Moscoso, o Mucane, a Casa da Stael e a quadra da Piedade.

Confira abaixo o bate-papo com Dona Onete:

Como será o show no Viradão?

Teremos a sorte de apresentar no Viradão um show novo, com composições quentinhas que estarão no novo álbum que começaremos a gravar em breve. Com certeza será um show lindo, cheio de chamego!

Como é aos 73 anos lançar o primeiro disco e fazer música de que os jovens gostam e com que se identificam? Como foi começar essa nova carreira profissional nessa idade?

Surpreendente! Rejuvenescedor! Algo mágico! (risos) É algo realmente incrível. Quando a gente acha que chegou a uma certa idade já discriminada por boa parte da sociedade, idade em que dizem que os idosos não podem mais fazer muitas coisas... Poder chegar aí (Vitória) e levar música pras pessoas, impactar pessoas de todas as idades, porque até as crianças gostam, é algo realmente algo que não tenho palavras pra descrever.

 

Quando começou a cantar?

Olha, desde que posso me lembrar, sempre cantei um pouquinho ali, um pouquinho aqui... Cantava com os meus alunos na sala de aula, cantava pros botos em Igarapé-Miri (cidade do Pará)...

E o que mais aprende com essa nova geração? Como é a troca de ideias?

É uma troca diária. Aprendo com os meus músicos, fãs de todas as idades, com os lugares pelo Brasil e pelo mundo... É sempre uma grande troca. Eles me mantêm viva, cheia de vitalidade, e acho que eu mostro pra eles que sonhar e correr atrás dos seus sonhos sempre vale a pena. Temos uma relação de carinho muito grande.

A senhora já se apresentou até fora do Brasil, foi capa de revista internacional... Qual a importância de levar o carimbó e o Pará para o resto do Brasil e até mesmo para o exterior, já que muita gente desconhece essa cultura por aqui?

Levar o Pará para o Brasil e pro mundo é uma realização sem tamanho. Poder mostrar que o Brasil vai além de Rio e São Paulo, e que existe muita coisa linda de que quase não se fala, é algo realmente gratificante pra mim. Meu Pará teve uma boa ascensão em relação à nossa música, culinária, entre outras coisas...

Como a senhora define o seu carimbó chamegado?

A música do Pará é muito cheia de mistura, então comecei a fazer essas músicas, que falavam de amor, num ritmo mais lento e muito sensual, e assim nasceu esse carimbó chamegado. É um jeitinho meu de cantar, mexer com os ombros...

E quais suas inspirações para compor?

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As inspirações vêm de tudo, desde a mandioca, até a garça que passeia pelo (mercado) Ver-o-Peso. Histórias de amor de pessoas próximas, minhas experiências, desejos de como as relações poderiam ser, e até do lúdico.

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