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No Dia do Veganismo, saiba mais sobre esse estilo de vida

No Dia do Veganismo, saiba mais sobre esse estilo de vida

O avanço da indústria e das pesquisas clínicas faz com que atualmente um vegano consiga substituir os alimentos sem ter quaisquer perdas nutricionais

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 14:58

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. (Pixabay)

O veganismo é reconhecido como um movimento de respeito aos direitos dos animais e tem data comemorativa: dia 1º de novembro é Dia Mundial do Veganismo. Por ética, quem opta por adotar esse estilo de vida não ingere e não consome nada que seja de origem animal - isso inclui roupas e itens de cuidados pessoais. Isso significa que na dieta, por exemplo, não pode conter desde carnes até o próprio leite e ovos. Essa falta de proteína, principalmente, faz com que muita gente acabe com alguma deficiência de vitamina ou mineral que pode ser vital para o bem-estar do organismo.

No entanto, para a nutricionista Estela Reginatto, atualmente isso não precisa ser um impeditivo para quem quer começar com os novos hábitos. Segundo ela, já existem produtos naturais pensados só para esse nicho. Em lojas do Espírito Santo ou na internet já é possível encontrar suplementos que usam todos seus ingredientes à base de arroz, sojas e até batata.

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Já existem no mercado tecnologias muito avançadas para fazer com que o vegano não tenha nenhuma perda nutricional. Há alguns anos era mais difícil, mas hoje já existe até whey que extrai a proteína de batatas

Estela Reginatto, nutricionista
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Estela garante que quem decide ser vegano também encontra em muitos legumes e vegetais os nutrientes dos quais precisa. "Faço o acompanhamento de muitos pacientes que são veganos. Eles, por princípios e convicção, levam o estilo de vida realmente muito a sério, até porque não é fácil você decidir mudar e se adaptar. O que pode entrar, de forma natural, para suprir a carga proteica, por exemplo, são lentilhas, ervilhas - o que é muito consumido por esses pacientes -, feijão e soja", conclui.

A nutricionista Thamires Favato também destaca justamente que os veganos tendem a ingerir mais cereais e leguminosas, apontando a quinoa como uma outra alternativa à proteína animal. "Não necessariamente quem opta por fazer um regime desses terá alguma deficiência nutricional e, se tiver, pode ser complementada com outros alimentos ou medicação oral e injetável", afirma.

Thamires comenta que não vê malefícios no estilo de vida: "A dieta vegana, por ser mais rica em cereais e leguminosas, tem mais fontes de fibras e nutrientes do que alimentos processados, então esse tipo de alimentação reduz muito o risco de doenças cardíacas, crônicas não-degenerativas e, claro, a obesidade", diz. A profissional ainda ressalta que esses hábitos podem aumentar a expectativa de vida.

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Se o vegano tiver, além da alimentação regrada, um bom sono e uma rotina de exercícios físicos regular, ele pode viver mais e melhor, elevando sua expectativa de vida

Thamires Favato, nutricionista
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VITAMINA B12

De acordo com Estela, a vitamina B12 é uma das principais para o nosso corpo, já que é ela a responsável por regular parte do metabolismo e prevenir até problemas cardíacos e derrame cerebral, além de manter o bom funcionamento do sistema nervoso. Em sua maior parcela, ela é obtida por meio da carne vermelha. "É por isso que é importante que o vegano se submeta a exames de sangue periodicamente, porque essas oscilações de vitaminas e nutrientes podem acontecer e, às vezes, podem ser oscilações bruscas", complementa.

Além disso, os índices de massa magra e massa gorda também precisam ser monitorados. Para Estela, alguns veganos acabam exagerando um pouco com os carboidratos, o que os faz ter um aumento da massa gorda e circunferência abdominal. "Nem sempre só o peso vai indicar isso, apesar de ser importante sempre monitorar o peso, também", justifica.

GRÃO DE BICO SUBSTITUI HAMBURGUER

A chef do Raiz do Canto, Luiza Daher, garante que em praticamente todos os pratos tradicionais é possível substituir os ingredientes animais por semelhantes. No restaurante que comanda, em Vitória, ela serve até hambúrguer - só que com um "blend" de grão de bico, semente até pouco usada na culinária brasileira.

Luiza destaca que começou a explorar mais esse nicho de mercado depois de algumas experiências que passou com uma colega. Ela conta que tinha essa amiga, vegana, e via como era difícil escolher um lugar para comer fora de casa. "Então assim que comecei a montar o cardápio fiquei pensando de que forma eu poderia encaixar os itens veganos lá (risos)", afirma. Segundo a chef, a onda fitness ajudou a fazer a fama de alguns pratos veganos.

Mesmo quem não é vegano, às vezes, opta por uma opção assim para poder ficar com menos peso na consciência ou para não comer carne, como aponta Luiza. "Essa coisa de 'comida de verdade' é bem forte. Então vemos que a demanda é bastante grande e acho que tende só a crescer", conclui. Nessa gastronomia, a chef revela que um dos segredos é abusar de temperos para completarem o sabor dos alimentos. "Os azeites temperados são muito bem-vindos", complementa.

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