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Rappers capixabas se reúnem em faixa contra Bolsonaro

Rappers capixabas se reúnem em faixa contra Bolsonaro

"Primavera Fascista" uniu sete MCs da cena local e já acumula mais de 70 mil visualizações em dois dias

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 17:47

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A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, rappers capixabas se reuniram para a produção da faixa "Primavera Fascista", em que se posicionam contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL). Durante cerca de 10 minutos, os MCs Bocaum, Leoni, Adikto, Axant, Mary Jane, Vk Mac e Dudu rebatem com rimas diversas falas do político, registradas durante vários momentos de seus sete mandatos como deputado federal.

O rap foi lançado pelo selo capixaba Setor Proibido, já com um videoclipe, e teve produção musical de Felipe Artioli e instrumental produzido pelo beatmaker Tibery. Em dois dias, o vídeo já acumula mais de 70 mil visualizações no Youtube.

Há quase 20 anos no hip hop, MC Adikto conta ao Gazeta Online que a ideia de produzir a faixa partiu do próprio Tibery, que criou um grupo e convidou os rappers em uma conversa rápida. Todos concordaram que havia uma necessidade de posicionamento da cena local a respeito da situação política do país.

"Estivemos muito empenhados em passar uma mensagem. Sentimos que precisávamos fazer isso e que tinha que ser rápido. Entre pensamento e execução, gastamos uma semana nisso", diz o MC.

O videoclipe tem direção de Vinicius Garcia e Ivan Mendes, que conferiram um clima de protesto à cypher - termo usado para reuniões de MCs para lançar rimas inéditas. Na faixa, os rappers rebatem falas como “Só vai mudar, infelizmente, no dia em que nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro e fazendo o trabalho que o regime militar não fez, matando uns 30 mil, começando pelo FHC. Não vamos deixar para fora, não. Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem."

Em seus versos, Adikto fez questão de imprimir questões pessoais, como o fato de ser professor de geografia, ter uma irmã homossexual, entre outras vivências.

"Quis ser o último a gravar, porque queria falar de algo que nenhum dos outros MCs havia abordado, para não deixar brechas na música. Penso que, hoje, é a democracia que está em risco. É o rap que está em risco, são os direitos trabalhistas, a minha profissão, muita coisa em risco, e nós estamos em uma encruzilhada. E posso falar isso porque eu mesmo tive minha experiência pessoal de vencer e superar o antipetismo", ressalta Adikto.

O nome da faixa, segundo o rapper, quis retratar o momento atual vivido pela sociedade, pela visão dos companheiros de música e também de uma parcela da população.

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"Fizemos agora, neste momento em que estamos vivendo essa realidade, esse pensamento totalitário, autoritário, militarista, censor de opiniões, não aberto ao diálogo, que sufoca as minorias. Tudo isso é característica do fascismo", conclui.

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