Durante a meia hora inicial de projeção, Operação Overlord é um típico e competente filme de guerra. Horas depois da invasão à Normandia, um esquadrão tem que desembarcar na França para destruir um transmissor alemão em uma igreja. A chegada é complicada em uma cena à la O Resgate do Soldado Ryan, o avião do esquadrão e os soldados acabam no meio do mar, com balas voando para todos os lados, corpos e muitos destroços da guerra.
Passado o caos inicial, um respiro. Com os soldados em solo francês, eles partem em busca do tal transmissor. O grupo encabeçado por Boyce (Jovan Adepo) e Ford (Wyat Russell, filho de Kurt) encontra Chloe (Mathilde Ollivier), uma rebelde francesa que teve que costurar um acordo sexual com um soldado nazista para sobreviver.
O tal nazista é o Dr. Wafner (Pilou Asbæk), um médico que trabalha em uma fórmula para criar supersoldados, os soldados milenares para o reich milenar, e é aí que a pegada filme de guerra fica um pouco de lado. Os experimentos consistem em reanimar os mortos em batalha ou até mesmo em matar habitantes de pequenas vilas e transformá-los em zumbis.
NARRATIVA
Operação Overlord mistura bem a ação e o terror com ótimas e violentas sequências cheias de sangue e vísceras. O diretor Julius Avery, apenas em seu segundo filme, entrega uma jornada caótica sobre soldados na Segunda Guerra. O filme é tecnicamente muito bom de efeitos visuais a fotografia e cria um retrato fantasioso, mas não distante, de um campo de batalha.
Mesmo que os personagens tenham pouca ou nenhuma profundidade e se encaixem nos estereótipos dos filmes de guerra (o inocente, o brutamontes, a mulher durona...), o espectador se apega a eles em função do senso de camaradagem que o texto ressalta desde as primeiras cenas, ainda no avião.
O filme, produzido por J. J. Abrams, foi por anos tratado com um novo Cloverfield, mas tem vida própria. Operação Overlord é divertido, direto e sanguinolento, mesmo que não apresente nada novo os nazistas zumbis, por exemplo, já haviam sido foco do norueguês Dead Snow, de Tommy Wirkola, que virou Zumbis na Neve por aqui. O que o filme de Julius Avery faz é inserir esse universo dentro da Segunda Guerra e conferir a ele uma estética de videogame não muito diferente dos recentes Wolfenstein e principalmente do modo zumbi de Call of Duty. Não é inesquecível, mas é bem feito e trata o cinema como puro entretenimento.
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