Quem foi que pediu por um novo filme do Robin Hood? O nobre que se transforma em herói da resistência já teve sua história contada em grandes produções recentes no cinema, como no bom Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões (1991), estrelado pelo charmoso Kevin Costner, e no esquecível Robin Hood (2010), no qual foi vivido pelo rabugento Russell Crowe. Enquanto o primeiro foi um sucesso na época, potencializado ainda pela canção (Everything I Do) I Do It for You, de Brian Adams, o segundo, mesmo dirigido por Ridley Scott, não teve o retorno esperado. Desde então, um possível universo Robin Hood é especulado e Robin Hood A Origem é o primeiro passo dessa possível nova franquia.
Mas quem foi que pediu por um universo cinematográfico Robin Hood? O filme do diretor Otho Bathurst (Peaky Blinders), como o título brasileiro entrega, é apenas o começo, uma espécie de Robin Hood: Begins. Nele, o nobre Robin de Loxley (Taron Egerton) retorna das Cruzadas transformado por tanta violência e entendendo que o clero e a burguesia que comandam o país estão mergulhados em corrupção.
Quando chega em casa, dado como morto em combate, ainda encontra sua amada Marian (Eve Hewson, filha de Bono Vox) com outro homem e as terras de sua família roubadas pelo xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn).
Ao lado de Yahya (Jamie Foxx), um muçulmano que conheceu nas batalhas, Robin dá início a uma jornada para roubar todo o dinheiro roubado pelo xerife e entregá-lo a Marian (!?), que o convence de entregá-lo aos mais necessitados sim, é daí que surge toda a história do sujeito que rouba dos ricos e dá aos pobres.
AÇÃO & CLICHÊS
O novo Robin Hood é uma clara tentativa de levar a clássica história para um universo de heróis. Taron Egerton, como já vimos nos dois Kingsman, cumpre bem o papel, mas não é ajudado pelo roteiro. O texto é raso e se sustenta nos mais baratos clichês, o que resulta em diálogos quase constrangedores. Isso, aliado a uma história já conhecida, tira do filme qualquer ar de novidade ou empolgação.
O roteiro não se preocupa em criar relações convincentes o triângulo amoroso entre Robin, Marian e Will (Jamie Dornan), por exemplo, é sofrível. A relação entre Robin e Yahya também é apressada; todo o aprendizado do protagonista é resumido a algumas poucas cenas. O único personagem que ganha uma interessante, porém mal-explorada, profundidade é o xerife.
Em resumo, o novo Robin Hood é ruim. Atores carismáticos e algumas boas cenas de ação até tentam salvar o filme, mas o resultado final é uma obra confusa em sua essência não pela trama, que é simples, mas por seus conceitos. O próprio narrador abre o filme dizendo esqueça a história, esqueça o que você viu antes, esqueça o que você sabe Robin Hood: A Origem é um filme perdido no tempo, genérico, que parece ter sido escrito por alguém que não sabia ao certo o que estava fazendo.
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