> >
Crítica: Novo 'Robin Hood' é uma bomba

Crítica: Novo "Robin Hood" é uma bomba

"Robin Hood - A Origem" tenta atualizar o personagem para a geração acostumada a super-heróis, mas falha miseravelmente em quase tudo

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 23:47

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Robin Hood 2018. (Divulgação/Lions Gate)

Quem foi que pediu por um novo filme do Robin Hood? O nobre que se transforma em herói da resistência já teve sua história contada em grandes produções “recentes” no cinema, como no bom “Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões” (1991), estrelado pelo charmoso Kevin Costner, e no esquecível “Robin Hood” (2010), no qual foi vivido pelo rabugento Russell Crowe. Enquanto o primeiro foi um sucesso na época, potencializado ainda pela canção “(Everything I Do) I Do It for You”, de Brian Adams, o segundo, mesmo dirigido por Ridley Scott, não teve o retorno esperado. Desde então, um possível “universo” Robin Hood é especulado e “Robin Hood – A Origem” é o primeiro passo dessa possível nova franquia.

Mas quem foi que pediu por um universo cinematográfico Robin Hood? O filme do diretor Otho Bathurst (“Peaky Blinders”), como o título brasileiro entrega, é apenas o começo, uma espécie de “Robin Hood: Begins”. Nele, o nobre Robin de Loxley (Taron Egerton) retorna das Cruzadas transformado por tanta violência e entendendo que o clero e a burguesia que comandam o país estão mergulhados em corrupção.

Quando chega em casa, dado como morto em combate, ainda encontra sua amada Marian (Eve Hewson, filha de Bono Vox) com outro homem e as terras de sua família roubadas pelo xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn).

Ao lado de Yahya (Jamie Foxx), um muçulmano que conheceu nas batalhas, Robin dá início a uma jornada para roubar todo o dinheiro roubado pelo xerife e entregá-lo a Marian (!?), que o convence de entregá-lo aos mais necessitados – sim, é daí que surge toda a história do sujeito que rouba dos ricos e dá aos pobres.

AÇÃO & CLICHÊS

O novo Robin Hood é uma clara tentativa de levar a clássica história para um universo de heróis. Taron Egerton, como já vimos nos dois “Kingsman”, cumpre bem o papel, mas não é ajudado pelo roteiro. O texto é raso e se sustenta nos mais baratos clichês, o que resulta em diálogos quase constrangedores. Isso, aliado a uma história já conhecida, tira do filme qualquer ar de novidade ou empolgação.

15/08/2018 - Jamie Foxx e Taron Egerton são as estrelas do novo trailer de Robin Hood - A Origem. (Lionsgate)

O roteiro não se preocupa em criar relações convincentes – o triângulo amoroso entre Robin, Marian e Will (Jamie Dornan), por exemplo, é sofrível. A relação entre Robin e Yahya também é apressada; todo o aprendizado do protagonista é resumido a algumas poucas cenas. O único personagem que ganha uma interessante, porém mal-explorada, profundidade é o xerife.

Este vídeo pode te interessar

Em resumo, o novo “Robin Hood” é ruim. Atores carismáticos e algumas boas cenas de ação até tentam salvar o filme, mas o resultado final é uma obra confusa em sua essência – não pela trama, que é simples, mas por seus conceitos. O próprio narrador abre o filme dizendo “esqueça a história, esqueça o que você viu antes, esqueça o que você sabe” – “Robin Hood: A Origem” é um filme perdido no tempo, genérico, que parece ter sido escrito por alguém que não sabia ao certo o que estava fazendo.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais