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Músicos contam relação e impressões com o samba no ES

Músicos contam relação e impressões com o samba no ES

Convidamos três figuras que circulam bastante em cenários diversos para contar um pedacinho da história e da relação com o ritmo

Publicado em 30 de novembro de 2018 às 23:42

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Dia Nacional do Samba. (Arabson)

Muitas já foram as discussões acerca da origem do samba, que alguns dizem ter nascido na Bahia, outros no Rio, e por aí vai... O que não dá para negar é que o gênero musical, uma das maiores marcas registradas da cultura brasileira, passou por diversas modificações, sofreu influências valorosas e merece todos os tipos de homenagens possíveis, como a comemoração do Dia Nacional do Samba, celebrado neste domingo, 2 de dezembro.

O ritmo de raízes africanas e gingado brasuca percorreu um longo e árduo caminho até aqui, encarando preconceitos, vencendo barreiras e consagrando grandes nomes. Cada etapa foi essencial para que o ambiente do samba pudesse ser o que é: sobretudo democrático.

Por isso, convidamos três figuras que circulam bastante em cenários diversos para contar um pedacinho da história e da relação com o ritmo que é “coisa nossa”.

Relação Afetiva

Nascido em São Mateus, no Norte do Estado, Cecitônio Coelho deu os primeiros passos musicais na escola de samba da cidade, a Unidos do Sernamby, onde seu pai compunha sambas na década de 1970. No início dos anos 1990, Cecitônio mudou-se para a Capital, onde passou a ter ainda mais convivência com sambistas e a compor. Em 2006, ajudou a fundar o grupo Ilha e, mais tarde, o Samba de Comunidade, com músicos amigos do Morro da Fonte Grande, onde mora.

“Muita coisa me levou ao samba, parece que está no sangue da gente. É uma energia muito forte. Embora tenha passado a vida tocando de tudo, o samba eu abracei de uma forma inexplicável”, diz o músico, que tem 40 anos de carreira e lista Cartola, Zé Keti e Noel Rosa entre os favoritos.

Intérprete oficial da Mocidade Unida da Glória (MUG), atual campeã do carnaval capixaba, Thiago Brito conta que sua relação com o gênero musical nasceu na virada para os anos 2000. Primeiro, tocou forró, pagode, até encontrar-se de vez no samba, onde fez amigos e construiu família.

“Estou na escola há 15 anos, oito como intérprete oficial. Acima de tudo, é um prazer dizer que o samba é minha profissão. É quem coloca o ganha-pão em casa, assim como faz com muita gente. Ganhei em todos os aspectos da vida graças a ele”, destaca Brito, que se inspira em grandes nomes de sua área, como Wander Pires, Igor Sorriso e Diego Nicolau.

Integrante do Regional da Nair, que tornou-se um dos blocos mais concorridos do carnaval de Vitória, Caetano Monteiro conta que cresceu escutando o ritmo em casa, por influência dos pais. Nunca esqueceu, por exemplo, da primeira vez que pegou um pandeiro para tocar em uma roda, experiência que classifica como “inacreditável”.

“A energia que aquilo me causava era indescritível. Vendo as pessoas em volta, todos dançando e cantando juntos, tudo isso me dava energia. Diferente de outros ritmos, o samba tem essa coisa de ter muita gente em volta, quebrando a quarta parede do palco”, emociona-se Caetano.

Com preferências que vão de Pixinguinha a Paulinho da Viola, passando por Art Popular, o também publicitário defende a expressão cultural do samba como bandeira de ocupação dos espaços, como acontece durante a folia de Momo.

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“Nosso objetivo central é sempre ocupar os espaços de forma saudável, ocupando uma avenida inteira no Carnaval. Essa é uma luta nossa e nos esforçamos para isso, inclusive para que o nosso carnaval seja na data regular”, conclui.

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