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Capital Inicial se une a juventude do rock em seu novo álbum

Capital Inicial se une a juventude do rock em seu novo álbum

"Sonora" traz a parceria da banda com novos nomes do rock brasileiro e se adequa às transformações do mercado musical

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 22:42

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O Capital Inicial decidiu beber da fonte da juventude no seu novo álbum, “Sonora”, que será lançado no dia 14 de dezembro. Sem sacrificar sua identidade, a banda se uniu a novos nomes do rock brasileiro no trabalho que tem a produção assinada por Lucas Silveira, (Fresno) e participação das bandas Scalene, CPM 22, Far From Alaska.

Para também se comunicar melhor com os jovens, o grupo liderado por Dinho Ouro Preto traçou novas estratégias. “Sonora” tem 11 canções autorais inéditas, a maioria composta por Dinho com seus antigos parceiros, que foram lançadas separadamente desde maio deste ano, em formato de singles nas plataformas de streaming. Todas as faixas ganharam clipes também dirigidos por jovens artistas, lançados via YouTube. Em entrevista por telefone ao C2, Dinho compartilha detalhes desse “admirável mundo novo”, como ele chama essa era virtual, uma analogia ao clássico romance de Aldous Huxley.

Depois do lançamento de um EP (2013) e um álbum acústico (2015), por que decidiram lançar um álbum completo com inéditas?

Desde que nos reunimos, lançamos um disco a cada dois anos. Acho que para o Capital se manter vivo na estrada isso é interessante para que possamos nos divertir. O único modo de fazer isso é olhando sempre para o futuro. Sinto orgulho do que construímos mas não podemos nos pautar só pela nostalgia. Eu só consigo pensar assim. Eu poderia em algum momento dizer “chega, já fiz o suficiente e de agora em diante só vou revisitar”, mas estou sempre pensando no próximo projeto.

Quanto tempo durou o processo de produção?

Nós gravamos de um jeito alternativo, fora do comum. Estávamos acostumados a usar estúdios ortodoxos, a gravadora também estava acostumada com grandes estúdios, mas desta vez escolhemos uma produção quase de garagem. O estúdio é em cima da garagem do Lucas (Silveira). Então o Capital voltando às origens. O desenho na capa do disco remete à sala onde ensaiávamos, em Brasília.

E como surgiu a parceria com o Lucas?

Nos conhecemos em um grupo no Whatsapp de bandas novas. Fui participar de uma gravação e descobri esse grupo que promovia encontros na casa do Lucas. Pedi pra entrar. Fui em um dos encontros, conversei com o Lucas e mostrei uma música que não conseguia resolver. Ele resolveu, a música está no disco, é “Universo Paralelo”. Ele apontou quais poderiam ser as novas direções pro Capital Inicial. Buscamos novos arranjos e parcerias, o que dá essa revigorada. É o Capital Inicial do século 21.

O que achou dessa dinâmica de lançar os singles fatiados?

Em uma palavra: difícil. Eu tenho dificuldade de me adequar a essa nova forma. Mas é uma adequação às plataformas de streaming, o que por sua vez leva a um lançamento fatiado. No entanto, o disco foi todo composto como uma coisa só. As músicas foram compostas na mesma época, no mesmo lugar, com começo, meio e fim. Eu sou um cara mais velho e o ideal pra mim seria lançar de uma só vez. Estávamos no estúdio e os representantes de uma plataforma foram até lá nos explicar que as bandas novas já fazem isso, usam a plataforma como as redes sociais. Eles explicavam como o ‘admirável mundo novo’ funciona. Lançando gradativamente você consegue manter a atenção das pessoas por mais tempo, vai entrando em playlist e fazendo mais barulho. O Capital se submeteu aos novos tempos.

Vocês ainda gravaram clipes para todas as músicas. Também foi uma adequação?

Aí foi um outro desafio. Nós começamos a perceber que a galera mais nova, como meu filho, ouve música no YouTube. Talvez o Capital tenha sido o último a entender essa mudança do YouTube. Artistas como Anitta e Pabllo Vittar já entenderam isso. Não é fácil e é muito caro. Vamos lançar quatro clipes agora de uma vez, gravamos dois vídeos em um dia só. Então tem que tirar um coelho da cartola. Mas nos associamos também a uma garotada, jovens diretores com sede de produzir, e procuramos parcerias, em vez de procurar profissionais já estabelecidos.

E como foi a escolha das bandas Scalene, CPM 22, Far From Alaska?

Sempre procuramos através das redes sociais promover o rock brasileiro. Colocamos bandas novas para abrir nossos shows, eu posto os discos de bandas novas... É uma bandeira que o Capital levanta faz tempo. As bandas escolhidas são todas nossas amigas. Temos uma admiração artística e pessoal por eles. Nós gravamos as músicas e achamos que cada uma delas remetia à sonoridade dessas bandas e eles gostaram. Em vez de nos associarmos com nomes estabelecidos e famosos, procuramos sangue novo.

Sonora

Capital Inicial

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Sony Music. 11 faixas. Lançamento nas principais plataformas de streaming no dia 14 de dezembro.

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