> >
Crítica: 'Bumblebee' pode salvar franquia 'Transformers'

Crítica: "Bumblebee" pode salvar franquia "Transformers"

Filme do mais simpático dos transformers é uma aventura oitentista para agradar os mais nostálgicos

Publicado em 24 de dezembro de 2018 às 16:23

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Left to right: Hailee Steinfeld as Charlie and Bumblebee in BUMBLEBEE, from Paramount Pictures. (Photo Credit: Paramount Pictures)

Quando perguntei a Michael Bay, durante uma entrevista de divulgação de “Transformers: O Último Cavaleiro”, em 2017, se ele não achava que os filmes dos robôs alienígenas careciam de desenvolvimento de personagens centrais, ele, não muito satisfeito com a indagação, respondeu que adoraria ter um universo como o da Marvel, com os personagens sendo desenvolvidos em filmes solos, mas que isso não era possível. Ao final, completou: “ano que vem teremos o filme do Bumblebee. Você vai ver”.

“Bumblebee”, que chega aos cinemas hoje, em pleno Natal, é, de fato, um filme centrado no personagem mais carismático do “universo Transformers”. O filme, coincidência ou não, também é o primeiro “Transformers” a não ter Michael Bay, o cara que “criou o blockbuster” (como ele se define) na direção – o cineasta texano assina a produção e seu DNA está por todo lugar, mas quem dirige o filme é Travis Knight, especialista em animação e diretor do estiloso “Kubo e as Cordas Mágicas” (2016).

MAS E AÍ?

“Bumblebee” é o melhor filme da franquia? Sem sombra de dúvidas! Mas vamos combinar que não é preciso muito para chegar a esse patamar.

Left to right: Shatter and Dropkick in BUMBLEBEE, from Paramount Pictures. (Photo Credit: Paramount Pictures)

Funcionando como uma espécie de prelúdio, mas também como um reboot, a trama acompanha Charlie (Hailee Steinfeld, de “Bravura Indômita”), uma adolescente às voltas com a perda do pai. Ela topa com um Fusca amarelo em um ferro-velho e logo descobre que aquele simpático fusquinha é muito mais que um carro, é um guerreiro alienígena que perdeu a memória e a habilidade de fala ao se exilar na Terra.

O diferencial é que Bumblebee e Charlie são bem desenvolvidos pelo roteiro. A jovem ganha uma profundidade que Shia LaBeouf ou Mark Wahlberg nunca tiveram (algo ensaiado, mas abandonado, com Isabela Moner no último filme) e o personagem título tem camadas distintas: o soldado perdido e o “filhote” aprendendo a lidar com o mundo a seu redor.

Outra qualidade a ser ressaltada é a animação das transformações dos robôs. Mais “limpas” e muito mais próximas das do primeiro filme, elas permitem uma “compreensão” do que está acontecendo em tela.

Left to right: John Cena as Agent Burns, Dropkick and Shatter in BUMBLEBEE, from Paramount Pictures. (Photo Credit: Will McCoy)

O fato de o filme ter basicamente três transformers no centro da ação (Bumblebee e dois decepticons) também diminui a confusão mental causada pelos outros filmes. Optimus Prime e outros personagens famosos estão lá, mas com menos destaque.

A confusão, aqui, fica por conta do tal “universo Transformers”, pois “Bumblebee” ignora muito do que foi contado até aqui, como a presença dos alienígenas na Terra desde o início dos tempos.

O filme de Travis Knight tem defeitos, muitos até, mas funciona no que se propõe a ser: um “Transformers” com coração. A pegada oitentista ajuda no carisma nostálgico – e o filme faz questão de ressaltar a todo momento que se passa nos anos 1980 –, mas é a relação entre Bumblebee e Charlie que carrega a trama. O vínculo entre os dois é benéfico para ambos, assim como também o é para a franquia “Transformers”. “Bumblebee” é um alívio após cinco filmes de muita confusão em tela e só resta saber se esse será o suficiente para renovar uma marca que estava desgastada após tantos devaneios de grandeza de seu comandante.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais