> >
Em novo CD, Patrícia Marx dá grito de liberdade para buscar essência

Em novo CD, Patrícia Marx dá grito de liberdade para buscar essência

Ex-Trem da Alegria, cantora lança "Nova", seu 13º álbum, com 14 faixas inéditas

Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 19:58

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
A cantora Patrícia Marx, ex-Trem da Alegria, lança "Nova", seu 13º álbum com 14 faixas inéditas, pelo selo LAB 344. (Biga Pessoa/Divulgação)

Patrícia Marx, ex-Trem da Alegria, que fez fama desde pequena na música nacional, passou por muitas experiências negativas ao longo da vida. Das piores, elenca a separação do marido em 2016. Depois desse episódio, passou a desenvolver um quadro de depressão profundo que foi melhorar só no início deste ano. Mas, entre outubro de 2017 e agosto de 2018 ela concebeu "Nova", álbum com 14 faixas inéditas.

Nas músicas, a cantora de 44 anos brinda a nova fase da carreira, de bem com sua essência e querendo resgatar tudo o que viveu de melhor ao longo de seus 35 anos de carreira. Do passado, ela só quer carregar gratidão pelas experiências que adquiriu e, em breve, já projeta novos lançamentos de álbuns e até turnê pela Europa e Japão.

Agora, Patrícia canta em português e inglês a mensagem que mais quer passar para os fãs: "Não se desconecte de sua própria essência por nada". A cantora imprimiu a própria história nas canções que compôs para esse CD, que flerta com o pop, new age e também soul.

Aspas de citação

A música tem que dizer quem você é e acho que, até essa questão de lançar músicas inéditas, é importante para os artistas estamparem a fase que estão vivendo

Patrícia Marx, cantora
Aspas de citação

Já ditando regra para os próximos anos em que se manterá dentro dos estúdios - lugar que mais gosta de passar o tempo -, "Nova" foi uma experiência inédita, que deve ser um novo parâmetro de produção para a cantora. "Não foi totalmente planejado. Foi nascendo. E acho que essa coisa da experimentação deu um resultado muito surpreendente", adianta, em entrevista exclusiva ao Gazeta Online. No bate-papo, Patrícia também destacou como enfrentou a depressão e detalha impressões que quer causar de 2019 em diante, "com um novo olhar para o futuro".

(Biga Pessoa/Divulgação)

Hoje você brinda seus 35 anos de carreira. Nos 30, você também fez um lançamento comemorativo. O que mudou nesse meio tempo?

Muito (risos). Incrível como muda e ainda bem que muda. Eu saí de uma fase de depressão que eu atravessei até o começo deste ano. Eu me separei, em 2016, e isso colaborou para o quadro... Mexeu muito comigo. Comecei a fazer análise e as coisas foram tomando um novo rumo. Quando a gente se separa, é uma mudança muito radical. Até eu conseguir acreditar que eu poderia gravar um disco sozinha, demorou um tempo. O Bruno (ex-marido) era um parceiro no trabalho, também. Eu me senti muito sozinha depois disso. "Nova" é um grito de liberdade. 

Nesse álbum, você celebra nova fase da carreira e vida pessoal. Como isso refletiu nas músicas?

Eu tenho dito que o nascimento das músicas foi muito intuitivo. Foi muito "sem uma programação minuciosa", tipo pré-determinado. Ele foi acontecendo aos poucos, como a concepção das músicas, e isso que eu achei o mais legal desta vez. Comecei a gravar no final de outubro de 2017 e, agora, em agosto de 2018, ele ficou pronto. Foi quase uma gestação mesmo (risos).

Algum motivo especial para trazer essas 14 faixas inéditas em português e inglês?

Não... Eu gosto muito de cantar inglês. Amo a sonoridade do inglês e para mim é uma língua natural, porque morei em Londres, na Inglaterra, e viajei muitas vezes para Europa e Estados Unidos. E acho que a música fica bonita. Fora que acredito muito na coisa do 'crossover', de tornar o álbum uma obra para o mundo.

Quando diz "para o mundo" é porque já tem perspectivas no exterior?

Tenho a intenção de lançar "Nova" na Europa e Japão, também. Fora os shows e turnê que vou fazer do álbum novo.

É um trabalho diferente de tudo que já fez. Daqui para frente vai só produzir assim?

Eu adorei do jeito que aconteceu, que fluiu. É claro que a gente sempre quer mexer em alguma coisa, quando está pronto, mas eu já tenho praticamente pronta a continuação deste álbum. Porque muita música ficou pronta, mas não entrou. E eu tenho loucura por estar dentro do estúdio, muito mais do que fazer show. Eu me sinto em casa. Porque, no estúdio, a gente cria. No show, apenas reproduzimos e recriamos o que já fizemos. É diferente.

E qual é a reação do público que você espera?

Eu só estou recebendo coisas e mensagens muito positivas com os primeiros comentários sobre "Nova". Meus fãs, que tanto pediam um álbum inédito, estão gostando demais. Todo dia, eles postam alguma coisa e me marcam, então está ótimo. Meu público é demais (risos).

Aliás, é pelas redes sociais que mais fala com seus fãs?

Sim, é muito pelas redes sociais. Lógico que têm alguns que me seguem pessoalmente, acompanham turnês... Tenho muitos fãs no Rio de Janeiro, onde, inclusive, está o fã-clube mais antigo, que tem uns 30 anos já. Brinco que, se algum dia eu esquecer de algo da minha vida ou carreira, é só perguntar para eles, que todos saberão as respostas (risos).

E qual é a mensagem de "Nova"?

Mantenha sua própria essência. De estar em contato com ela e nunca sair disso por nada, em nenhuma hipótese. Acho que a nossa própria essência é mais importante do que qualquer outra coisa no mundo. É o que eu vejo que as pessoas estão perdendo um pouco com a internet. Porque ficar só olhando para o outro, tomar conta da vida dos outros... Você esquece da própria luz. "Nova" é mais climático, mais silencioso... E também vem de uma experiência pessoal, dessa fase atual.

E qual é "essa fase atual"?

É essa (risos). É a "Nova". É o experimental, o delicado, o maduro. Que tem o pé no chão, mas tem conversa com o espiritual. É um balanço da minha vida toda.

Não tem como não fazer referência ao "Trem da Alegria" quando falamos de Patrícia Marx. Desse passado, o que você carrega?

Eu sou grata ao passado. Carrego gratidão. Não me arrependo de nada, eu vim ao mundo para isso mesmo. A gente escolhe a situação que a gente quer vir, as coisas são propícias para gente vir... Já está tudo pronto. E eu não posso reclamar. Têm pessoas que me amam, que amam meu trabalho.

Você já relatou que, dessa época da vida, tem memórias boas e ruins, relatando até assédio em alguns episódios. A fama daquela época é diferente da fama de hoje?

É sim. Acho que, naquela época, para mim, foi um 'boom' muito grande para uma criança naquelas ocasiões. Tinham coisas chatas: não podia ir ao passeio da escola, não podia viajar sozinha... Eu tinha restrições que não eram comuns.

Mas acha que os novos talentos de hoje estão suscetíveis às mesmas situações?

Este vídeo pode te interessar

Sim. É uma repetição. É questão de os pais escolherem ou não. Não tem meio termo. Ser uma pessoa pública não tem meio termo. Você pode mudar algumas coisas na sua vida, pode mudar algumas rotinas, mas não adianta mudar mais. É um caminho sem volta.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais