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O som pernambucano do multiartista Vertin Moura no álbum 'Pássaro Só'

O som pernambucano do multiartista Vertin Moura no álbum "Pássaro Só"

Nascido em Arcoverde, músico, compositor e ator lança o seu segundo álbum de forma independente e exalta suas raízes

Publicado em 7 de dezembro de 2018 às 22:54

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Vertin é o nome dele, pronunciado com sotaque pernambucano, que é como ele prefere. Nascido em Arcoverde, interior de Pernambuco, o cantor, compositor, multi-instrumentista e ator de 28 anos está em turnê pelo Brasil com o seu segundo álbum “Pássaro Só”.

O disco foi todo produzido de forma independente pelo artista, um voo solo que representa uma síntese de uma fase específica do trabalho de Vertin Moura. “O objetivo do álbum é mostrar a forma mais bruta e visceral das minhas composições. É um momento essencial pra mim porque esse processo de composição da música é muito eu e meu violão. Precisava registrar essa maneira que sou”, explica Vertin.

São 12 faixas, como a canção que dá nome ao disco e “Domingos”, uma homenagem ao ator Domingos Montagner, que morreu após ser arrastado pela correnteza do Rio São Francisco, em 2016.

Em 2012 Vertin lançou seu primeiro álbum solo, “Filhosofia”, em que mergulhava nos desdobramentos das questões humanas. Formado em Filosofia, ele tem um interesse muito grande de trazer questões universais para suas canções, questionando o que é o amor, o ser humano e o universo. “Essas questões e sentimentos afetam tanto eu em Arcoverde como alguém no Espírito Santo, por exemplo”, justifica.

INFLUÊNCIAS

Seu trabalho traz um pouco de Zé Ramalho, Luiz Gonzaga e Raul Seixas, mas também influências de Pink Floyd e Nirvana. Há também inspiração em Drummond, Fernando Pessoa, Kafka e na música popular brasileira, como Caetano, Chico, o samba e o frevo. Mas é a raiz pernambucana a voz condutora. “Na minha voz moram as expressões do meu povo, o sotaque, e até a maneira de perceber a natureza e as pessoas”.

Mas a música não foi a porta de entrada para arte. A história do artista Vertin começa nos anos 2000 em Arcoverde, quando ele começou no teatro e a partir daí passou a relacionar-se com as manifestações artísticas que existiam por lá.

A cena cultural de Arcoverde vivia um momento efervescente com o sucesso do Cordel do Fogo Encantado e o Samba de Coco Raízes de Arcoverde. “Estava um ‘calor’ naquele lugar e eu era um pré-adolescente inserido no teatro. Aí comecei a compor, fui morar na capital e estudar Filosofia”, relembra.

PROJETOS

Em 2019, além de rodar com a turnê pelo Brasil, Vertin dá sequência a um projeto de um show e um álbum com o irmão mais velho, Helton Moura. Seu terceiro disco também está em produção e deverá ser lançado em 2020.

Como ator, deverá aparecer no cinema em “Sertânia”, filme de ficção do cineasta baiano Geraldo Sarno, e ainda em “Big Jato”, dirigido por Cláudio Assis, e “Marighella”, de Wagner Moura.

“Existe uma escassez de trabalho tão grande que minha posição ainda não beira a ter que conciliar a carreira de ator e músico. A gente trabalha pra um dia ter condições de escolher trabalho. O artista tem que fazer e ir aonde o povo está, e ele se adequa a isso. Sou do Sertão e o sertão representa essa resistência”, define Vertin.

Disco "Pássaro Só" do pernambucano Vertin. (Rodrigo Braga/ divulgação)

Passaro só

Vertin. Independente. 12 faixas. Disponível nas principais plataformas de streaming.

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