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Peça de Chico Buarque, Roda Viva volta 50 anos após estreia

Peça de Chico Buarque, Roda Viva volta 50 anos após estreia

Emblemática peça do cantor e compositor que estreou há 50 anos ganha nova montagem a partir desta quinta, 6, no Sesc Pompeia, com apenas quatro apresentações

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 18:26

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Roda Viva, a primeira peça de Chico Buarque, escrita em 25 dias quando o cantor e compositor tinha 24 anos, volta depois de 50 anos pelas mãos do diretor José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina, que encenou o texto no Rio, em Porto Alegre e São Paulo em 1968. A estreia é nesta quinta, 6, no palco do Sesc Pompeia, e a montagem terá somente quatro apresentações naquele espaço. Trata-se da Roda Viva de Chico Buarque, mas com pitadas genuínas do Oficina, que devem garantir um mínimo de polêmica: várias referências ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, com uma série de imitações do político. Depois do Sesc, a montagem segue para a sede do Oficina, na Bela Vista, dia 23, para uma temporada até 10 de fevereiro. A produção, estimada em R$ 800 mil, com apoio do Sesc e do Itaú Cultural, tem mais de 60 profissionais envolvidos, dos quais 5 são protagonistas, um coro de 20 artistas, 7 músicos e mais de 30 técnicos.

Nem poderia ser diferente. A versão atual da peça une na autoria os nomes de Chico e do Oficina e deve ser, como ele mesmo diz, atualizada no tempo. "Quando Chico escreveu a peça, por exemplo, não havia internet e hoje não há como fazer Roda Viva sem esse elemento, sem redes sociais", diz. "Temos um presidente eleito graças a elas, então as redes não têm como ficar de fora." É o que se viu no palco do Oficina durante o ensaio aberto na última quarta-feira. Um smartphone gigante, usado como telão para as imagens em vídeo projetadas ao longo do espetáculo, divide o espaço com os elementos originais indicados no texto, como grandes imagens de São Jorge e uma garrafa de Coca-Cola. Ao longo da peça, são feitas várias referências a Facebook, Instagram e WhatsApp, sons característicos inclusos.

04/12/2018 - O diretor José Celso Martinez nos ensaios da peça 'Roda Viva'. (GABRIELA BILO/AE)

A história da ascensão e queda do cantor Benedito Silva começa com o coro já em cena, quando as portas são abertas e o público chega ao som de Caravanas, música do mais recente disco de autor de Roda Viva. "O Chico de 74 anos está dando de presente para o Chico de 24 anos a canção", conta o diretor. Enquanto a banda toca Caravanas e o coro canta - a letra refere-se à horda de gente que desembarca em Copacabana para um dia de sol nos fins de semana -, as pessoas entram e logo constatam nos telões diversas imagens dos cordões humanos cruzando rios e descampados na América Central, a caminho da fronteira do México com os Estados Unidos da era Trump; outra atualização da peça.

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Benedito Silva poderia cantar com tranquilidade outra música de Chico Buarque: Vence na Vida Quem Diz Sim. Mas não canta. Seu negócio é vencer fácil na vida. Vende sua alma para o anjo negro (Guilherme Calzavara) para amealhar um sucesso após o outro. O anjo é seu marqueteiro pessoal.

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