Lançado em 2008, Jumper, de Doug Liman, foi um grande fiasco cujo maior mérito foi não ter ganhado o título nacional de Puladores Espaciais ou algo do tipo. Baseado no romance de ficção científica de Steven Gould, o filme acompanhava o jovem David Rice descobrindo seus poderes de teletransporte, conhecendo outras pessoas com a mesma habilidade e, por fim, lutando contra os Paladinos, um grupo que, por motivos religiosos, queria matar todos os jumpers.
O filme de Doug Liman, no entanto, apenas resvala superficialmente no universo criado por Gould, que além de Jumper, lançou Reflex, Impulse e Exo, todos situados no mesmo universo há ainda um quinto livro que conta o passado de um dos personagens do filme, mas não faz parte da série propriamente dita. É contra essa impressão negativa que Impulse, séria original do YouTube, está sendo obrigada a lutar.
Pegando emprestado o nome do segundo livro da série, Impulse foge do conteúdo do livro para contar a história de Henry (Maddie Hasson), uma jovem rebelde que tem sofrido com ataques epilépticos que, na verdade, são a manifestação de seus poderes.
Henry vive às voltas com problemas familiares a mãe pula de cidade em cidade e agora arrumou um namorado com uma filha da mesma idade de Henry e na escola, onde não consegue se enturmar. Sua vida muda de vez quando ela se envolve com o bonitão da escola e seu poder se manifesta efetivamente pela primeira vez.
NARRATIVA
Com a primeira temporada dividida em 10 episódios (os três primeiros estão disponíveis gratuitamente no YouTube), a série consegue se aprofundar no universo dos jumpers sem pressa. Personagens que ganham importância no decorrer da trama são apresentados aos poucos, com uma cena aqui e outra acolá, o que desperta a curiosidade do espectador à medida que ele mergulha na história.
Vale ressaltar que Impulse, no fim das contas, é uma ficção-científica juvenil na mesma pegada que Inocentes, lançada pela Netflix este ano. A manifestação dos poderes de Henry está diretamente ligada aos seus problemas pessoais e aos anseios da adolescência. Mas não há problema nenhum nisso.
Algumas cenas de ação de Impulse deixam claro as limitações orçamentárias da série. Quando a narrativa investe nesse tipo de sequência, a produção ganha ares de filme de baixo orçamento. Quando aposta nos personagens, porém, a série ganha força e vale a pena ser vista.
É uma pena, assim, que o YouTube divulgue tão mal suas produções originais o mesmo aconteceu com a ótima Cobra Kai. Impulse, se bem divulgada, poderia cair no gosto popular com dramas com os quais os jovens podem se relacionar e uma história de ficção científica razoável.
Confira aqui o primeiro episódio:
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