Nem você, nem eu, nem ninguém bate mais forte do que a vida. Mas a questão não é o quão forte você bate, a questão é o quanto você aguenta apanhar e continuar seguindo em frente. É disso que as vitórias são feitas!. Esse, talvez seja o monólogo mais marcante de todos os filmes da franquia Rocky. Além de mostrar o talento de Stallone como roteirista, o texto expõe muito sobre o que toda a saga realmente se trata: seguir em frente.
Nos filmes da franquia, o protagonista apanha tanto no ringue quanto na vida e, mesmo assim, continua seguindo seu caminho em direção aos seus sonhos. Em Rocky, um lutador (1976), o primeiro da franquia, o Garanhão Italiano apanha literalmente e descobre que no final o importante não era a luta e sim sua amada Adrian.
Mistura de reboot com continuação, o spin-off Creed (2016), não é muito diferente. O filme traz o jovem Adonis (Michael B. Jordan) querendo se provar digno do nome do pai ele sofre, apanha, mas continua seguindo em frente para se provar.
Nesta quinta, chega ao cinemas o segundo capítulo da história de Adonis Johnson, que agora vai enfrentar Viktor Drago (Florian Munteanu), filho de Ivan Drago (Dolph Lundgreen), antagonista de Rocky IV e o responsável pela morte de Apollo Creed, pai de Adonis.
Além da antiga temática (o seguir em frente), Creed 2 adiciona um novo foco: a paternidade e a ideia de que os filhos sejam melhores que os pais. Isso fica claro nas relações de Ivan com Viktor, de Rocky Balboa com Adonis, e de Adonis com sua recém-nascida filha.
Esse novo escopo confere peso à trama, uma sensação de consequência que desperta a empatia do público pelos personagens tantos protagonistas quanto antagonistas.
Tudo isso é corroborado pelas ótimas atuações de Michael B. Jordan, Sylvester Stallone e Tessa Thompson. Já o vilão do filme, Viktor Drago, é imponente fisicamente tanto na tela quanto pessoalmente (pois pude conferi-lo de perto na CCXP do ano passado).
Outro mérito do filme é a mixagem de som, que faz cada golpe ser sentido e o público partilhar a dor de seu protagonista dentro dos ringues. A maquiagem, que mostra as consequências dos embates, também merecem destaque.
Infelizmente, nem tudo são flores. Creed 2 sofre com a mudança na direção: sai o hoje consagrado Ryan Coogler (Pantera Negra) e entra Steven Caple Jr., que demonstra não possuir o mesmo apuro técnico para filmar as lutas. Por isso não espere outra luta inteira em plano sequência como no primeiro filme, mas a edição e a trilha sonora conseguem deixar as cenas empolgantes.
No fim, Creed 2 segue as batidas previsíveis da franquia, mas como o Stallone inventou metade desses clichês, não é roubo quando se copia de si mesmo. Apesar disso o filme vai além de ser um bom filme de boxe e consegue ser um bom drama que merece sua atenção.
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