Criado por Bob Haney e Bruno Premiani em 1964, o Novos Titãs foi um grupo que trazia em sua formação Robin, Aqualad e Kid Flash, respectivamente ajudantes de personagens clássicos como Batman, Aquaman e Flash não demorou muito para a Moça-Maravilha (essa é fácil...) e o Ricardito (ajudante do Arqueiro Verde) se juntarem à equipe. Foi só nos anos 1980, porém, que a turma caiu nas graças do público durante uma reformulação e a primeira revista solo, Os Novos Titãs, desenhada pela lenda George Perez. A revista trazia a formação que consagrou a equipe: Robin, Estelar, Mutano e Ravena.
Décadas se passaram e novas histórias da equipe umas boas e outra nem tanto surgiram em quadrinhos, animações e agora na série Titãs, escolhida para inaugurar o serviço de streaming da DC Comics, o DC Universe, e que chega ao Brasil pela Netflix a partir de sexta-feira (11).
Em 11 episódios, a série mostra a origem da equipe com uma abordagem muito mais sombria do que a já vista nos quadrinhos e nas animações, o que remete imediatamente ao tom frio e opressivo de Batman vs. Superman (2016), de Zack Snyder.
O tom, em si, não é o problema, mas se torna algo negativo quando mal feito, como acontece em Titãs. Durante toda a primeira temporada, a série utiliza o recurso de reafirmar a cada segundo que é violenta e cheia de sangue. O problema é que isso destoa do roteiro, que não trabalha de forma natural tais recursos o que faz lembrar, de certa forma, Punho de Ferro, o que nunca é bom.
Outros problemas recorrentes são as cenas de ação e os efeitos visuais. As primeiras têm montagem problemática e sequências picotadas alternadas com planos detalhe, o que deixa a ação confusa. Já os efeitos parecem sido tirados de filmes B dos anos 2000 dos poderes às transformações, passando pelo sangue digital, eles são capazes de despertar vergonha alheia, e o mesmo acontece com o figurino.
Os uniformes dos heróis parecem cosplays saídos de uma Comic Con, um problema recorrente nas séries da DC feitas para a TV aberta americana (Flash, Arrow, Supergirl e Legends of Tomorrow). O roteiro também é todo desconjuntado e se perde dentro de seus próprios caminhos sem nunca deixar claro qual a história que pretende contar.
A qualidade do roteiro afeta também nas atuações, pois com o material fornecido nem Daniel Day-Lewis conseguiria fazer milagre.
Um ponto a se destacar no texto é a maneira como ele trata os easter-eggs do universo DC, pois todas as referências a outros personagens fluem naturalmente como partes existentes de um universo, e não como apenas citações avulsas.
Mesmo com tantos problemas, a série possui um bom ritmo, o que faz alguns defeitos não pesarem ao ponto de tornar os episódios inassistíveis algo que Luke Cage, por exemplo, não conseguiu fazer.
Em suma, Titãs reúne todos os defeitos já apresentados pela DC na TV e nos cinemas. Como já há uma segunda temporada confirmada, resta esperar e torcer por uma melhora e para que as próximas séries do DC Universe não sigam o mesmo caminho.
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