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Análise: Oscar 2019 distribuiu prêmios para todo mundo

Análise: Oscar 2019 distribuiu prêmios para todo mundo

Oscar 2019 premia "Green Book - O Guia" como Melhor Filme, mas também consagra Alfonso Cuarón, por "Roma", e a cinebiografia da banda Queen

Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 22:45

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Peter Farrelly e a equipe de "Green Book" no palco do Oscar. (Chris Pizzello)

Em setembro de 2018, durante o renomado Festival Internacional de Cinema de Toronto, “Green Book – O Guia” se tornou o primeiro favorito ao Oscar 2019 ao bater “Nasce Uma Estrela” e levar o prêmio do Júri Popular.

O filme parecia ter perdido força na corrida após resgatarem um tuíte de 2015 do roteirista Nick Vallelonga endossando uma posição anti-islâmica de Donald Trump e de alguns casos de assédio do diretor Peter Farrelly terem vindo à tona – mesmo que ele tenha se desculpado depois. Mas só parecia mesmo...

“Green Book – O Guia” levou o principal prêmio da noite no Oscar do último domingo, superando o favorito, “Roma”, de Alfonso Cuarón, que levou Melhor Direção, Fotografia e Filme Estrangeiro. O longa de Peter Farrelly também premiou Mahershala Ali como Melhor Ator Coadjuvante pela segunda vez em três anos – em 2017 ele levou o mesmo prêmio por “Moonlight” – e deu o Oscar de Melhor Roteiro Original para Nick Vallelonga.

ESCOLHAS

Enquanto todos esperavam que a Academia fosse abraçar de vez a Netflix e premiar “Roma”, ela tomou um posicionamento seguro e conservador ao escolher “Green Book” – premiar o realizador, no caso Alfonso Cuarón, tudo bem, mas os produtores, que receberiam o prêmio de Melhor Filme, já seria demais. Por outro lado, o filme de Farrelly, apesar de todos os problemas, é uma escolha segura: um filme do modelo que Hollywood gosta e daqueles que trazem de volta o pop ao prêmio principal da noite.

Rami Malek levou o prêmio após viver Freddie Mercury. (Li Ying/Ae)

O pop que também se fez presente em outros dois grandes vencedores da noite: “Bohemian Rhapsody” e “Pantera Negra”. O filme da Marvel levou os prêmios de Melhor Figurino, Design de Produção e Trilha Sonora, deixando para trás grandes favoritos como “A Favorita”, nas duas primeiras categorias, e “Se a Rua Beale Falasse”, na outra. Os primeiros Oscar da Marvel, vale ressaltar, são merecidos – toda a criação de Wakanda em “Pantera Negra” é impressionante; uma nação nova e com características próprias. Já os de “Bohemian Rhapsody”...

A cinebiografia quase ficcional do Queen era o filme favorito para levar os prêmios de Melhor Ator (Rami Malek), Mixagem e Edição de Som, mas o de Edição foi uma surpresa, até porque o filme tem narrativa atropelada e problemas graves com a passagem de tempo. Os quatro prêmios colocam o filme dirigido por Bryan Singer (que nem sequer recebeu um agradecimento) como o maior vencedor, em números, da noite.

SURPRESA

Como dito no início deste texto, “Green Book” já havia sido o favorito ao principal prêmio da noite e, assim, por mais que muitos achassem que “Roma” levaria a estatueta, não dá pra configurar a vitória de Peter Farrelly como uma surpresa.

A única grande surpresa da noite foi no prêmio de Melhor Atriz. Muitos davam Glenn Close como uma escolha certa (e justa) pelo bom “A Esposa”, mas não foi dessa vez que a atriz, em sua sétima indicação, levou a estatueta; Olivia Colman garantiu o único Oscar de “A Favorita”, um filme que merecia mais sorte também em outras categorias. Surpresa, sim, mas não injusto – Olivia está ótima no filme do grego Yorgos Lanthimos.

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