Em setembro de 2018, durante o renomado Festival Internacional de Cinema de Toronto, Green Book O Guia se tornou o primeiro favorito ao Oscar 2019 ao bater Nasce Uma Estrela e levar o prêmio do Júri Popular.
O filme parecia ter perdido força na corrida após resgatarem um tuíte de 2015 do roteirista Nick Vallelonga endossando uma posição anti-islâmica de Donald Trump e de alguns casos de assédio do diretor Peter Farrelly terem vindo à tona mesmo que ele tenha se desculpado depois. Mas só parecia mesmo...
Green Book O Guia levou o principal prêmio da noite no Oscar do último domingo, superando o favorito, Roma, de Alfonso Cuarón, que levou Melhor Direção, Fotografia e Filme Estrangeiro. O longa de Peter Farrelly também premiou Mahershala Ali como Melhor Ator Coadjuvante pela segunda vez em três anos em 2017 ele levou o mesmo prêmio por Moonlight e deu o Oscar de Melhor Roteiro Original para Nick Vallelonga.
ESCOLHAS
Enquanto todos esperavam que a Academia fosse abraçar de vez a Netflix e premiar Roma, ela tomou um posicionamento seguro e conservador ao escolher Green Book premiar o realizador, no caso Alfonso Cuarón, tudo bem, mas os produtores, que receberiam o prêmio de Melhor Filme, já seria demais. Por outro lado, o filme de Farrelly, apesar de todos os problemas, é uma escolha segura: um filme do modelo que Hollywood gosta e daqueles que trazem de volta o pop ao prêmio principal da noite.
O pop que também se fez presente em outros dois grandes vencedores da noite: Bohemian Rhapsody e Pantera Negra. O filme da Marvel levou os prêmios de Melhor Figurino, Design de Produção e Trilha Sonora, deixando para trás grandes favoritos como A Favorita, nas duas primeiras categorias, e Se a Rua Beale Falasse, na outra. Os primeiros Oscar da Marvel, vale ressaltar, são merecidos toda a criação de Wakanda em Pantera Negra é impressionante; uma nação nova e com características próprias. Já os de Bohemian Rhapsody...
A cinebiografia quase ficcional do Queen era o filme favorito para levar os prêmios de Melhor Ator (Rami Malek), Mixagem e Edição de Som, mas o de Edição foi uma surpresa, até porque o filme tem narrativa atropelada e problemas graves com a passagem de tempo. Os quatro prêmios colocam o filme dirigido por Bryan Singer (que nem sequer recebeu um agradecimento) como o maior vencedor, em números, da noite.
SURPRESA
Como dito no início deste texto, Green Book já havia sido o favorito ao principal prêmio da noite e, assim, por mais que muitos achassem que Roma levaria a estatueta, não dá pra configurar a vitória de Peter Farrelly como uma surpresa.
A única grande surpresa da noite foi no prêmio de Melhor Atriz. Muitos davam Glenn Close como uma escolha certa (e justa) pelo bom A Esposa, mas não foi dessa vez que a atriz, em sua sétima indicação, levou a estatueta; Olivia Colman garantiu o único Oscar de A Favorita, um filme que merecia mais sorte também em outras categorias. Surpresa, sim, mas não injusto Olivia está ótima no filme do grego Yorgos Lanthimos.
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