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'The Umbrella Academy' suaviza pegada, mas continua pop na TV

"The Umbrella Academy" suaviza pegada, mas continua pop na TV

Série da Netflix adapta história em quadrinhos criada por Gerard Way e Gabriel Bá

Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 22:47

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The Umbrella Academy. (Christos Kalohoridis/Netflix )

Lançada em 2007, “The Umbrella Academy”, de Gerard Way (ex-vocalista do My Chemical Romance) e do brasileiro Gabriel Bá, foi um sopro de originalidade no mundo dos quadrinhos de heróis. A história dos sete “irmãos” nascidos no mesmo dia de mães que nem sequer estavam grávidas (como aconteceu com outras 36 ao redor do mundo) tinha ritmo pop até o talo e situações estranhas que temperavam tudo com um toque de bizarrice.

“The Umbrella Academy”, a série, chega sexta-feira (15) à Netflix com uma pegada suavizada em relação aos quadrinhos. Primeiro porque seria realmente difícil levar para as telas muito do que Way e Bá imaginaram para as páginas, mas também porque a trama original poderia não cair muito bem para o público acostumado à fórmula Netflix.

Em 10 episódios (nove foram disponibilizados para a imprensa e devidamente conferidos pela reportagem), a série acompanha os irmãos a partir da morte de Reginald Hargreeves (Colm Feore), o sujeito que os adotou com o intuito de “salvar o mundo”. A equipe da Umbrella Academy foi desfeita: um morreu, outro ficou preso no futuro, uma é estrela de cinema, outro é viciado em drogas, um combate o crime, outro se exilou na Lua e a última, que nunca teve poderes, escreveu um livro sobre todos os outros.

Após o enterro do pai, número 5 (Aidan Gallagher), o que estava no futuro, volta com a notícia de que o apocalipse acontecerá em três dias. Sua missão, claro, é evitar que isso aconteça.

SÉRIE VS. HQ

“The Umbrella Academy”, a série, tem ritmo mais lento que o material original. Assim, a narrativa ganha arcos mais definidos, com cada personagem tendo espaço de desenvolvimento – uns mais e outros, menos.

The Umbrella Academy. (Christos Kalohoridis/Netflix)

Como as histórias originais são muito aceleradas, a série mistura elementos das duas primeiras revistas (“A Suíte do Apocalipse” e “Dallas”) para encher os 10 episódios da primeira temporada. Assim, os viajantes temporais Hazel e Cha-Cha, que só aparecem na segunda revista, se tornam uma interessante parte do primeiro arco sem parecer artificial. Em contrapartida, todo o desenvolvimento do antagonista é raso e previsível. É compreensível que tenham alterado o material original, “estranho” demais para a fórmula de TV, mas os personagens envolvidos mereciam mais carinho e criatividade.

PRODUÇÃO

Um ponto muito positivo é que, ao contrário das outras séries de heróis produzidas pela Netflix (as da parceria com a Marvel), “The Umbrella Academy” não parece barata. Os efeitos especiais, mesmo que não

sejam de outro mundo, funcionam bem – alguns, como a simples presença de Pogo (o ajudante chimpanzé de Hargreeves) e o teletransporte do número 5 são ótimos. Da mesma forma, as cenas de lutas são bem coreografadas e montadas.

O que pesa contra a série é que, comparada ao material original, ela é pouco inventiva. Alguns diálogos são expositivos e outros somente desnecessários – para cada boa sacada, existe uma cena em que Luther (Tom Hopper) tenta reafirmar sua liderança repetindo “eu sou o líder” ou outra em que os irmãos excluem Vanya (Ellen Page) do convívio por ela “não ser especial”.

A impressão que fica é que “The Umbrella Academy” deveria ter dois ou três episódios a menos e um ritmo mais acelerado e “moderno”. Ao fim, a série ameniza a pegada fantástica para ganhar maior abrangência, o que pode até causar a irritação dos fãs dos quadrinhos, mas torna a série mais fácil para o grande público. Não é revolucionário como o material original, mas é um bom produto pop.

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