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Multi-instrumentista capixaba Lucas Arruda lança 'Onda Nova'

Multi-instrumentista capixaba Lucas Arruda lança "Onda Nova"

Aclamado pela crítica internacional, Arruda aposta em trabalho inspirado em Lincoln Olivetti

Publicado em 15 de março de 2019 às 23:54

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Nascido no interior do Estado, mais precisamente em Guaçuí, em meio a uma família musical, Lucas Arruda passou os últimos anos colhendo os louros de seu bom trabalho. Aclamado pela crítica nacional e internacional por conta de seus dois primeiros discos, “Sambadi” (2013) e “Solar” (2015), o multi-instrumentista capixaba acaba de lançar “Onda Nova”, pela francesa Favorite Recordings.

No novo disco, o músico inspirou-se o máximo possível na obra de Lincoln Olivetti, fenômeno do “tecnopop” brasileiro dos anos 1970 e 80. Nas dez faixas gravadas no estúdio de Alexandre Kassin, no Rio de Janeiro, é possível notar fortes influências de Olivetti e seu maior parceiro de trabalho, Robson Jorge.

Com um passeio por gêneros como o pop, o funk e o “blue-eyed soul”, termo usado desde a década de 1960 para definir o soul e o R&B produzido por artistas brancos, “Onda Nova” firma a identidade de Arruda, que traz uma sonoridade ainda mais aperfeiçoada que nos dois primeiros discos.

“Quando estou fazendo um disco, entro em um processo de laboratório mesmo. Neste, em especial, meu norte foi a obra do Lincoln, que estava trabalhando no estúdio do Kassin no final da carreira. Isso também me influenciou a optar por gravar lá. Foi uma busca pela qualidade do trabalho”, salienta Lucas.

Mudanças

Dos dois primeiros discos para este, houve uma virada significativa. “Sambadi” foi produzido praticamente em casa e, no meio do processo, surgiu a gravadora. Já “Solar” foi feito metade fora do país, metade por aqui. Em “Onda Nova”, o tecladista sentiu uma necessidade de ter um controle maior sobre todos os processos envolvidos, sinal claro da maturidade artística alcançada.

Lucas conta que uma das presenças determinantes durante o processo de produção de “Onda Nova” foi a do irmão, Thiago Arruda, seu maior parceiro musical e coprodutor do disco. A sintonia entre os dois, que caminham juntos na música desde bem pequenos, foi primordial para o resultado final.

“Sempre trabalhamos juntos, mas neste ele contribuiu ainda mais. Gravou guitarras e baterias, que considero ‘o chão’, a base das coisas. Nem chego a pensar em outro nome quando tenho essa demanda, porque não preciso falar muita coisa com ele. Crescemos juntos, nossas referências são as mesmas, a conexão rápida ajuda muito”, confidencia.

Internacional

A mistura entre o balanço brasileiro e a música norte-americana fez com que Lucas fincasse os pés no mercado internacional, considerado por ele “muito mais acolhedor” para esse estilo. Tanto que escolheu manter o terceiro trabalho na mesma gravadora gringa. Por aqui, não encontrou selos que viabilizassem o lançamento dos álbuns.

Na contramão do mercado nacional, muito mais focado nas plataformas de streaming, o multi-instrumentista tem boa vendagem de discos e LPs lá fora. A versão japonesa do álbum, inclusive, já está disponível. Simultaneamente, Arruda acompanha a mixagem de quatro faixas do segundo disco por um famoso DJ japonês. “Meu trabalho ainda é muito direcionado”, diz Lucas, elogiado por artistas exigentes do naipe de Ed Motta, uma referência para seu trabalho.

Seguindo o curso natural de sua carreira, o músico atualmente planeja uma pequena turnê de lançamento pela Europa no segundo semestre.

Onda Nova

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Lucas Arruda. Favorite Recordings, 10 faixas. Disponível nas principais plataformas de streaming.

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