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Morre Antônio Paulo Filho, o maestro Toninho, aos 76 anos

Morre Antônio Paulo Filho, o maestro Toninho, aos 76 anos

Velório e enterro acontecem no Jardim da Paz, na Serra, nesta quarta (24)

Publicado em 24 de abril de 2019 às 13:32

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(Reprodução/Facebook Leonardo David)

O maestro Antônio Paulo Filho morreu no fim desta terça-feira (23), em Vitória. Conhecido como Toninho, ele se tornou músico aos 17 anos e foi o responsável por fundar a Fames Jazz Band, da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), além de ter sido precursor em outras dezenas de projetos culturais no Estado.

O velório do músico acontece desde o início da manhã desta quarta-feira (24) e o enterro está marcado para as 14h, no Jardim da Paz, na Serra.

Uma pessoa ligada à família diz que o maestro há anos sofria de males causados por consequência de um acidente vascular cerebral (AVC). Antônio Paulo faria 77 anos no próximo dia 27 de junho.

MÚSICO DESDE OS 7 ANOS

A paixão do maestro pela música começou cedo, já que ele deu os primeiros passos na carreira ainda criança e dentro de casa. O pai de Toninho, Antônio Paulo, também era maestro e já teve até livro publicado sobre sua história, escrito por Eduardo Gonçalves dos Santos.

Em pronunciamento, o diretor-geral da Fames, Fabiano Araújo Costa, destaca que Toninho era um "mestre" e que sua história deve ser lembrada por toda a contribuição que o artista autodidata deu à prática da música no Espírito Santo. O músico morreu no mesmo dia em que é comemorado o Dia Nacional do Choro.

"Despede-se justamente hoje, Dia Nacional do Choro. A música tem dessas magias. A vida tem dessas ironias. Maestro Toninho vai, mas permanece vivo por meio do tesouro que construiu: o afeto, o amor, a amizade e a música ficam para sempre", lembra Fabiano.

De família musical, Toninho fez história na Polícia Militar (PM) e deixou um legado rico para os que foram alunos e colegas de trabalho. Além do pai maestro, Toninho também desfrutou do talento de outros dois irmãos saxofonistas.

Professor da Fames, onde Antônio Paulo filho também deu aula e fundou a Fames Jazz Band, o maestro Eduardo Lucas lamenta a morte e frisou a importância do trabalho de Toninho na formação de diversos músicos capixabas.

"A perda do maestro foi um baque para mim, porque ele tem uma representatividade muito grande, me deu muito apoio. Era um cara que tirava do bolso dele para ajudar os alunos. Tenho uma colega que saiu do interior do Estado para estudar música aqui na Capital e hoje está fazendo doutorado na França e só conquistou tudo isso graças ao apoio do Toninho, que nos deixa um legado", diz.

Além disso, Eduardo lembra que foi o maestro que criou a classe de fagote na Faculdade de Música. "Há 30 anos, não existia fagote aqui no Estado, não tinha quem tocasse. Ele viu a oportunidade, aprendeu a tocar por conta própria, tocou na Orquestra Sinfônica e ainda criou a classe. Deu aula na Fames e atuou nessas instituições relevantes para a música capixaba. A música popular sempre pulsou muito dentro dele e ele sempre passou isso aos alunos", conclui.

TRAJETÓRIA

O maestro iniciou seus estudos aos 7 anos de idade com seu pai, Antônio Paulo. Tornou-se músico profissional aos 17 anos, quando ingressou na Banda de Música da PMES, aprovado em 1º lugar para terceiro, segundo e primeiro sargento e subtenente músico. Foi músico-regente auxiliar e arranjador da Banda da PMES, tendo alguns dos seus arranjos executados e gravados pelo grupo.

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Também fez fama como professor concursado da Fames, fagotista da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo (Ofes) e fundador da Fames Jazz Band. Toninho participou de vários festivais de música e gravações de CDs de artistas como Carlos Papel, Cláudio Abreu, Lula de Vitória e Quarteto JB. (Reportagem de Mariana Perim e Pedro Permuy)

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