Hamilton de Holanda é um músico inquieto. Aos 43 anos, construiu uma carreira norteada pela busca incansável pelo que é belo e espontâneo. Desta maneira, o bandolinista reconhecido em todo o mundo tem a criação como rotina. Aos 38 anos de carreira, acaba de lançar o 38º disco, Harmonize, que traz sua assinatura em cada acorde das dez faixas.
Com direção artística do próprio, em parceria com seu parceiro criativo de longa data, Marcos Portinari, Hamilton colocou em atividade o quarteto formado com Daniel Santiago (violão), Thiago do Espírito Santo (baixo) e Edu Ribeiro (bateria) neste novo projeto, que surgiu de um estudo desenvolvido durante 31 dias.
Eu estava procurando acordes novos no bandolim e tentando expandir meu conhecimento, descobrir novas sonoridades através dos acordes. E aí quando terminei o mês, eu tinha 31 acordes e percebi que não era mais apenas um estudo, mas sim uma música já, explica Hamilton, em entrevista por telefone ao Gazeta Online.
Na época, eu estava trabalhando em alguns tributos, e com vontade de produzir algo autoral. Naturalmente reuni esse quarteto, formado por amigos de longa data e colocamos o trabalho em prática, completa.
VERSATILIDADE
Reconhecido pela versatilidade e pela parceria com diversos outros músicos, o bandolinista transita por vários gêneros musicais, mas gosta de definir o próprio trabalho como brazilian jazz. Segundo Hamilton, foi a forma como encontrou para mostrar a proximidade entre o choro e o jazz, mas com raiz e referências brasileiras.
O rótulo de música instrumental limita o nosso trabalho. Digo que minha língua materna é o choro, o samba, Pixinguinha, Jacob do Bandolim... Mas ao mesmo tempo estudei violino, violão, músicas de outras épocas e culturas, além de ter me formado em Composição na universidade, destaca o músico.
Entre as dez faixas oito delas inéditas , o músico apresenta Alô Arlindo, uma homenagem ao sambista Arlindo Cruz, e Samba Blues, gravada em parceria com o acordeonista Mestrinho.
Arlindo é meu vizinho, um cara que adoro, tá melhorando aos pouquinhos. De vez em quando vou lá tocar para ele. Pra mim, é uma figura que tem uma representatividade imensa. Fiz a música para ele, mas ofereço também ao Zeca, ao Jorge Aragão, a Luiz Carlos da Vila, Beth Carvalho, enfim, emociona-se.
Como não consegue ficar parado, o músico agora planeja alguns shows com o repertório de Harmonize, conciliados com a rotina de produção que já é de seu costume.
OUÇA
Harmonize. Selo Brasilianos, 10 faixas. Disponível nas plataformas de streaming.
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