A mais charmosa ilha-bairro de Vitória vai virar livro. A obra Ilha do Frade Paraíso capixaba, da autora Manoela Ferrari, traz um trabalho minucioso de resgate histórico sobre a ilha, remontando a história do local desde o período de colonização do Espírito Santo, no século 16.
O livro, lançado nesta terça-feira, às 19 horas, em evento para convidados na Capital, é encerrado com crônica inédita de Cariê Lindenberg, escrita especialmente a pedido da autora. A obra será doada para bibliotecas e associações culturais do Estado.
É muito importante conservar a memória. Acredito que precisamos visitar o passado para entender o presente e projetar o futuro, diz Manoela sobre seu trabalho com o livro. Com uma pesquisa detalhada, ela revela como a antiga ilha, que servia de atracadouro de pescadores, se tornou o metro quadrado mais caro da Capital.
A relação da autora com o bairro vai além do interesse histórico na ilha, loteada no início dos anos 1970 por José Moraes, depois que a ponte ligando o bairro à Enseada do Suá foi construída. O pai dela, Marilio Cabral, foi o primeiro morador do local. Logo, a Ilha do Frade foi o lugar onde Manoela foi criada e por onde desenvolveu relação afetiva.
O pai de Manoela foi peça fundamental para que o livro fosse escrito. A partir de documentos históricos e recordações guardadas por ele, a autora conseguiu dar início à obra.
A ideia veio depois que um grupo de estudantes procurou meu pai para saber a história do bairro. Depois disso, ele me deu a ideia de fazer o livro. Meu pai, aos 82 anos, é um arquivo vivo. Guarda documentos, fotos e muita memória, relata.
LENDA
Uma das curiosidades contadas na publicação é sobre uma das lendas do nome da ilha. A mais antiga delas remonta o século 16, com o início da povoação do Espírito Santo, na qual acreditam que o padre José de Anchieta tenha escolhido o local para a construção de um mosteiro.
Pela dificuldade do acesso, que só era feito de barco, ele teria abandonado a ideia. As ruínas do que foi construído pelos padres ficou na ilha até algumas décadas atrás, mas não existem mais. Dizem também que o beato fez um poço por lá, mas isso nunca foi encontrado, revela a autora.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta