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Crítica: 'Toy Story 4' diverte e emociona até o mais frio marmanjo

Crítica: "Toy Story 4" diverte e emociona até o mais frio marmanjo

Considerada desnecessária por muitos, nova animação da Pixar acerta em cheio ao dialogar com um público mais maduro

Publicado em 19 de junho de 2019 às 22:13

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Toy Story 4. (Pixar/Divulgação)

Foi uma longa jornada de quase 24 anos. Em 1995 conhecemos Woody, Buzz Lightyear e toda a turma de brinquedos do pequeno Andy em “Toy Story”. Quatro anos depois, em 1999, “Toy Story 2” era um mergulho aventuresco e pop para os personagens do primeiro filme. Demorou, mas em 2010 voltamos àquele universo, com Andy já crescido, partindo para a universidade – “Toy Story 3”, se não for o melhor filme da série, é pelo menos o mais emocionante. O desfecho daqueles personagens representou um diálogo direto com o público com lições de vida, amadurecimento, encontros e despedidas. Após uma conclusão tão satisfatória, um possível “Toy Story 4” sempre pareceu uma ideia caça-níquel (ainda mais após a saída de John Lasseter e de duas roteiristas do projeto).

“Toy Story 4”, que estreia hoje, era, sim, um risco, mas um risco que felizmente foi assumido pela Pixar. O filme dirigido por Josh Cooley (roteirista de “Divertida Mente” que faz sua estreia na direção) tem início com um flashback que situa o espectador da ausência de Betty dos últimos filmes da franquia após formar par romântico com Woody (Tom Hanks) no primeiro filme, e também em toda a franquia. Assim, o espectador que cair de paraquedas em uma sessão não terá dificuldades para entender o universo.

Os brinquedos agora são de Bonnie, uma criança prestes a entrar no jardim de infância. Claro que a pequena já possuía uma gama de brinquedos antes da doação de Andy, então o filme aposta nesse conflito geracional – Woody e sua turma já passaram pela infância e adolescência de seu antigo dono, algo que os novos brinquedos vivenciarão pela primeira vez.

NOVIDADES

Antes o maioral entre os brinquedos e quase uma figura paterna para boa parte deles, Woody agora enfrenta o medo de ser deixado de lado e de não ser ouvido por seus pares. Quando Garfinho, um novo “brinquedo” favorito chega à casa, a reação de Woody não é como a do primeiro filme, quando se estranhava com Buzz, mas de lhe dar suporte e convencer o amigo de que não é lixo – enquanto Woody não quer ser descartado, tudo o que Garfinho quer é ser descartado, ser lixo. O que ambos precisam é de um sentido na vida.

Toy Story 4. (Pixar/Divulgação)

“Toy Story 4” traz novidades narrativas à série. Os brinquedos “clássicos” estão na trama, mas acabam relegados ao segundo plano na maior parte do tempo – Buzz tem seu próprio arco, mas é um pouco subutilizado. O roteiro aposta muito no humor na apresentação dos novos personagens como Duke Caboom (Keanu Reeves, no original), o “maior dublê do Canadá”, e a surtada dupla Coelhinho e Patinho.

O humor mistura fisicalidade e piadas que talvez não funcionem tão bem para as crianças, mas que atingem em cheio o coração dos adultos. A comédia também é utilizada na paranoia de Garfinho, que, como dito acima, não entende direito seu lugar no mundo. Apesar de um pouco irritante, o personagem tem ótimo desenvolvimento e quase se transforma no coração do filme.

Enquanto os três primeiros “Toy Story” explorava as dores do crescimento e das eventuais separações, o novo filme é mais adulto. Por trás de toda fofura e diversão, há um discurso sobre mudanças, autoaceitação e seguir em frente. O filme pode não ser necessário, mas é muito bem-vindo. Para quem se emocionou com o final do terceiro filme um aviso: a conclusão aqui é ainda mais emocionante.

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Nota: 9,5

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