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Falta criatividade e inovação ao novo 'Homens de Preto'

Falta criatividade e inovação ao novo "Homens de Preto"

"MIB: Homens de Preto Internacional" tem química entre protagonistas, mas falha em apresentar ideias novas ao público

Publicado em 14 de junho de 2019 às 20:35

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Muito se fala da falta de criatividade que assola a indústria cinematográfica hoje entupida de remakes, reboots, adaptações de livros e quadrinhos. Alguns casos, como o Universo Cinematográfico Marvel (e suas cifras), são fáceis de serem defendidos, outros, em contrapartida, se tornam um exemplo da crítica – para cada “Good Omens” (série da Prime Vídeo que adapta obra de Neil Gaiman) há cinco “Robin Hood: A Origem” ou, no caso, “MIB: Homens de Preto Internacional”.

MIB: Homens de Preto Internacional. (Giles Keyte)

A franquia iniciada em 1997 no filme de Barry Sonnenfeld estrelado por Tommy Lee Jones e Will Smith (uma adaptação de quadrinhos) era divertida, inovadora e se sustentava muito na química entre seus protagonistas. A seriedade de K (Tommy Lee Jones) contrastava com o encantamento e a irreverência de J (Will Smith); a batida fórmula de uma dupla com personalidade diferentes ganhava novos contornos com traquitanas à lá James Bond e, claro, alienígenas. O primeiro filme é ótimo, o segundo, razoável. O terceiro, lançado em 2012, é bom, encerrando bem a história daqueles personagens que conhecemos em 97. Qual a necessidade, então, de um quarto filme?

RECOMEÇO

 

“MIB: Homens de Preto Internacional” não é um reboot, mas tampouco funciona como uma continuação. O filme dirigido por F. Gary Gray (“Straight Outta Compton”) acompanha Molly (Tessa Thompson), uma jovem que viu seus pais terem as memórias apagadas e cresceu obcecada com os Homens de Preto.

M (Tessa Thompson) E High T (Liam Neeson) . (Giles Keyte)

Uma das partes mais legais do primeiro filme, os perrengues passados por J para entrar na agência, é praticamente ignorada aqui. Molly se torna a Agente M muito rápido e logo é despachada para o escritório da MIB em Londres. Lá encontra T (Liam Neeson), o chefão local, e H (Chris Hemsworth), um ótimo mas atrapalhado agente.

A química entre Tessa e Chris é o que ainda garante charme ao filme. A dupla, que já trabalhou junta em “Thor: Ragnarok”, se entende e dá um pouco de vida à dinâmica de aprendiz e veterano. Ao contrário do que acontece na trilogia original, porém, H não é um veterano sisudo, mas sim um personagem criado para usar o talento cômico de Hemsworth.

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O novo “Homens de Preto” é genérico e desnecessário. O “Internacional” do título é pouco aproveitado pelo roteiro, que não leva a ação para novas culturas. O humor nem sempre funciona e a trama é desinteressante. Enquanto marca, “Homens de Preto” ainda tem relevância e merecia um filme que tivesse força para recolocar a franquia entre as mais interessantes da cultura pop. Não foi desta vez.

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