Em tempos de intolerância e desilusão, a cantora capixaba Aline Pignaton traz um alento com o seu novo álbum, Alguma Esperança, que será lançado amanhã, em apresentação no Centro Cultural Sesc Glória, no Centro de Vitória. Com seu timbre suave, ela canta sobre amor, esperança e fé, palavras que parecem ter caído em desuso ultimamente.
Após um hiato de nove anos, desde o lançamento de O que Realmente Importa (2010), a cantora decidiu voltar aos palcos com seu novo projeto que traz um olhar otimista para o mundo atual.
Nesse período eu fui mãe duas vezes. Eu sou fonoaudióloga, não vivo exclusivamente da música. Então fiquei dividida nessas duas funções, o trabalho e os filhos, mas foi interessante porque eu comecei a sentir falta. Eu tenho tudo, emprego, filhos lindos, um casamento ótimo, mas estava faltando algo, era a arte, que pulsa em mim, diz.
Alguma Esperança surgiu em 2014, quando Aline estava grávida do segundo filho. Inicialmente, o título seria Enquanto Espero mas, nesses quatro anos, após alguns acontecimentos, o título foi substituído. Tantas coisas aconteceram dentro e fora de mim. Não era mais uma questão de espera, era uma questão de esperança, de gerar algo em alguém, reflete.
As letras celebram a vida e, com a suavidade da voz de Aline propagam mensagens positivas para quem acredita em dias melhores Quando Se For Temporal, por exemplo, traz a ideia de um recomeço. Quando se for Temporal/E o céu voltar a sorrir/ E a voz se por a cantar/ O som de um novo começo.
Influenciada pela MPB, Aline também se abre aos ritmos afro-brasileiros como o afoxé, presente na faixa O Teu Sinal, ao reggae e o ao baião, forte na canção Som da Espera.
De uns anos pra cá eu comecei a me interessar mais por todos esses ritmos. Passei a ouvir muito Gilberto Gil, Céu, Vanessa da Mata e artistas que dialogam com esses ritmos, conta Aline.
Diversos compositores colaboraram para o álbum, entre eles Edivan Freitas (Lições Simples), Sérgio Pimenta e Gladir Cabral, que escreveu a canção que dá título ao disco, que é produzido por Rodolfo Simor.
TRAJETÓRIA
Aline começou a cantar na igreja aos quatro anos. Aos 15, lançou seu primeiro álbum Usa-me, dentro do universo da música cristã. Além da MPB e dos ritmos afros, Alguma Esperança carrega essa história de Aline. Nas faixas do novo álbum é possível perceber sua devoção, como na música que fecha o disco E Te Adorar, em tom devocional.
Eu não gosto muito da nomenclatura música cristã porque segmenta demais. Eu sendo cristã quero poder cantar sobre a fé que eu confesso, mas minhas músicas falam mais do que sobre esse contexto. Tudo isso faz parte da minha vida. Mas qualquer pessoa de qualquer religião pode ouvir minha música, assim como ouço diversos artistas, explica.
No show de amanhã, Aline firma sua volta. Além das canções do novo projeto, ela promete releituras de Gilberto Gil, Djavan e também músicas do disco anterior.
A ideia é apresentar um show que traga essa mensagem do disco. O título do álbum é propício para o momento que estamos vivendo. Precisamos falar mais de amor, tolerância, respeito e fé. Fé na vida, fé no outro, fé em Deus, tem coisa q nem a gente nem o outro vai dar conta... E acho que para esses tempos tão sombrios e difíceis precisamos ter fé, esperança, saber se abrir pro outro, dialogar. É uma esperança madura que propõe mais que simplesmente acreditar, precisamos fazer algo, opina Aline.
OUÇA
Alguma Esperança
Aline Pignaton
Independente. 10 faixas.
Disponível nas plataformas digitais. Quanto: R$ 20 (físico).
Show Alguma Esperança
Com Aline Pignaton
Quando: quarta-feira, às 20h.
Onde: Centro Cultural Sesc Glória. Av. Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória.
Quanto: Ingressos: R$ 20 (meia-entrada e comerciários) e R$ 24 (comerciantes e conveniados).
Informações: (27) 3232-4750.
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