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Boas memórias: livro reúne depoimentos sobre Ricardo Boechat

Boas memórias: livro reúne depoimentos sobre Ricardo Boechat

"Toca o Barco" é uma homenagem ao jornalista que faleceu este ano e reúne grandes histórias contadas por colegas de profissão

Publicado em 12 de julho de 2019 às 21:59

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No dia 11 de fevereiro deste ano, o Brasil perdeu um de seus maiores jornalistas, Ricardo Boechat. Além de profissional premiado, grande contador de histórias e famoso por seus comentários ácidos, Boechat foi também um companheiro de trabalho que impactou a vida de seus colegas. Muitas dessas lembranças estão no novo livro “Toca o Barco – Histórias de Ricardo Boechat Contadas Por Quem Trabalhou e Conviveu Com Ele”.

Lançado pela Editora Máquina de Livros e organizado e editado pelos jornalistas Luiz André Alzer e Bruno Thys, que conviveram com Boechat em diferentes momentos nas redações do “O Globo” e “Jornal do Brasil”, a obra traz depoimentos de parceiros de profissão como José Simão, Rodolfo Schneider, Angela de Rego Monteiro, Ancelmo Gois e Milton Neves.

“O livro começou a surgir pouco mais de um mês depois do acidente. A urgência de lançar essa obra era muito porque a gente queria ter um pouco ainda desse calor do público. A proposta não era fazer uma biografia, isso merece ser feito em algum momento, de uma forma mais aprofundada, com mais entrevistas e imagens. A ideia deste livro era homenagear o Boechat”, conta Luiz André.

“Toca o Barco” é uma expressão característica de Boechat que acabou virando o título do livro. A obra costura relatos emocionantes como o de Sergio Pugliese, que recorda a tristeza de Boechat após a demissão no jornal “O Globo”, o de Rodolfo Schneider, diretor de jornalismo da Band no Rio, que conta que Boechat era como um segundo pai, e o da repórter Rosangela Honor, que reflete como o jornalista foi importante em sua trajetória, principalmente para levantar sua autoestima.

“Nossa única premissa era reunir pessoas que gostassem de Boechat. Não queríamos ter no livro pessoas que tinham inveja ou certo ruído com ele, afinal, Boechat era unanimidade entre o público, mas uma pessoa firme com uma posição muito forte. Reunimos um mix de pessoas interessantes do início da trajetória, do meio e agora no final, na Band”, entrega Luiz.

OS DOIS LADOS

Virando as páginas com depoimentos, é possível enxergar um Boechat muito exigente, que cobrava muito dos seus repórteres, seja como colunista ou como âncora. Esse lado ‘ranzinza’ como alguns chamam no livro, em que gritava no meio da redação ou brigava quando estava no ar, era intercalado com outros momentos de generosidade extrema e de algumas palhaçadas. “O Mais Bem-humorado dos Mal-humorados”, como diz o título do capítulo escrito por Milton Neves.

“Fizemos o lançamento do livro em Niterói, e a mãe de Boechat foi. Não a conhecia pessoalmente e tanto ela quanto os irmãos falaram que conheceram, através do livro, um outro lado do filho”, conta Luiz.

A trajetória de Boechat começou na década de 1970, no “Diário de Notícias”, no Rio de Janeiro. Com mais de 40 anos dedicados ao jornalismo, ele continuou a exercer a profissão com o vigor de um iniciante. “A característica que mais me marcou nele foi a persistência pelo furo. Ele nunca foi só editor. Era jornalista 24 horas por dia. Ia no domingo à noite para redação porque estava sem tempo para responder e-mails dos ouvintes. Os ouvintes eram a família dele”, afirma Luiz.

Prova disso é que em menos de vinte dias o livro já está na segunda edição. Um fenômeno, assim como foi Boechat.

CONFIRA

Livro - Foto: Divulgação/Máquina dos Livros"/>

"Toca o Barco"

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Editora Máquina de Livros. 176 páginas. Quanto: R$ 44,90 (papel) e R$ 24,90 (e-book)

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