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Cia. Folgazões prepara o curta-metragem 'Reno', sua estreia no cinema

Cia. Folgazões prepara o curta-metragem "Reno", sua estreia no cinema

O projeto resgata a presença dos imigrantes da região de Renânia, na Alemanha, que se instalaram em Domingos Martins e Marechal Floriano no século XIX

Publicado em 18 de julho de 2019 às 18:25

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Cena do curta-metragem "Reno", de Foca Magalhães. (Fábio Martins/Divulgação)

Famoso pelas críticas políticas e sociais que impregnam suas peças de um (bem-vindo) humor corrosivo, a companhia de teatro Folgazões está embarcando em outra seara, mais especificamente o cinema. A empreitada começou com o curta-metragem "Reno". Rodado em Soído, Domingos Martins, no final de junho, o projeto está entrando em fase de pós-produção.

"Já temos o primeiro corte do filme. Vamos inscrever o projeto nos Editais de Audiovisual da Secult, para finalização e lançamento. Desejamos que a primeira exibição pública seja em Domingos Martins, onde o projeto foi concebido”, adianta Foca Magalhães, integrante do grupo, diretor e roteirista do curta.

O filme resgata a história do povo renano. Natural da região da Renânia, às margens do Rio Reno, na Alemanha, eles imigraram para a região de Domingos Martins e Marechal Floriano no século XIX para trabalhar basicamente na lavoura.

EXPLORAÇÃO

Na trama, uma família de descendentes de alemães sofre com a exploração dos atravessadores que comercializam seus produtos agrícolas. A história se passa no início da década de 1980 e quase todos os diálogos são em falados renano.

"Nosso objetivo sempre foi resgatar essa cultura, cuja língua original está se perdendo com o surgimento de novas gerações de descendentes", explica Magalhães, dizendo que muitos imigrantes têm se casado com brasileiros e não praticam mais a língua de origem.

26/06/2019 - Bastidores das filmagens do curta-metragem "Reno", de Foca Magalhães. (Fábio Martins/Divulgação)

O projeto não contou com nenhuma lei de incentivo para sair do papel. A produção foi financiada pelos irmãos Eduardo e André Kuster Cid, autores do livro "Dicionário Renano-Hunsrik: Português". Os irmãos Cid também foram os responsáveis pelo argumento da história. O apoio de moradores, agricultores e comerciantes da região também foi fundamental para a empreitada, de acordo com o cineasta.

RESGATE

Durante as pesquisas de pré-produção, o diretor-roteirista descobriu que esses imigrantes sofriam preconceitos por não falar português. "Para retratar a história de forma fiel, optamos por trabalhar com os próprios moradores de Domingos Martins e Marechal Floriano, que não são atores. A família do núcleo central da trama, por exemplo, é composta por agricultores da região. Fizemos testes de elenco e, em seguida, uma intensa preparação de atuação para cinema com os escolhidos. O resultado está ficando surpreendente", revela o realizador.

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Foca adianta que exibir o filme na Alemanha, numa cidade na região da Renânia, também está nos planos da equipe de produção. "Nosso objetivo maior será a divulgação da língua dos imigrantes renanos no Espírito Santo, por meio de exibições em eventos educacionais e culturais. Também queremos seguir o caminho dos festivais, afinal, essa é uma gostosa história de família e de valores pessoais", complementa.

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