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Luíza Boê lança EP pessoal e recheado de parcerias

Luíza Boê lança EP pessoal e recheado de parcerias

Em "Terramar", cantora capixaba tem parceiros como Otto e Manoel Cordeiro

Publicado em 9 de julho de 2019 às 18:40

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A cantora capixaba Luiza Boê lança seu segundo trabalho, o EP "Terramar". (Flora Negri/Divulgação)

Através das épocas, a música tem se feito presente nos mais diferentes ritos humanos. Seja ritos de passagem, seja de cura, seja religioso, constantemente a música e a ritualística se confundem e viram algo uno. Essa íntima relação é algo que chega até aos dias de hoje e é comum artistas explorarem a temática nas mais variadas formas de expressões artísticas. A capixaba Luíza Boê é uma delas.

Amadurecendo um conceito de autocura e da música e composição como magia, apresentado em seu primeiro disco, Luiza lançou na semana passada seu segundo trabalho, o EP “Terramar”. Com quatro faixas e produção de Kassin (Los Hermanos, Caetano Veloso, Gal Costa), o disco traz músicas já conhecidas do público de seus shows, como “Mãe” e “Concha”, além das inéditas “Indomável” e “Terra-fogo Vulcão”, que ganhou um clipe. O nome do EP é um resumo de todos os assuntos abordados por Luíza em suas composições. “Terra é firmeza, contorno, corpo, terreno, raiz; mar é sentir, é imensidão, emoções, cura, o que lava e leva”, argumenta a cantora.

PARCERIAS

O EP também traz uma característica que é constante no trabalho da capixaba: a mistura de vertentes da MPB, com uma fusão de estilos e regionalidades. Em “Terramar” participam o guitarrista paraense Manoel Cordeiro, o mineiro Paulinho Santos e o pernambucano Otto, uma grande referência musical para Luíza.

Para a cantora, foi uma alegria muito grande, além de considerar uma generosidade imensa dele por ter aceitado gravar uma música dela e um clipe com ela.

“Acho que música tem tudo a ver com ele, com essa intensidade dele como artista, parecia que a música já tinha sido feita para ele cantar”, defende. A faixa é uma balada com inspirações no brega e fala sobre um ardente amor que teve fim.

Em “Concha”, Luíza descreve um ritual mágico-cênico de mesmo nome e traz a percussão de Paulinho Santos e a guitarra paraense de Manoel Cordeiro, que ajudam a criar um clima de beira-mar. Esse clima é refletido no clipe, lançado em abril.

“Mãe” é uma delicada música sobre a busca pelo autoconhecimento, o reconhecimento dos defeitos e erros de sua mãe e valorização da ancestralidade. Esses temas ficam bem marcados nos versos “Entendi que, como eu, imperfeita é minha mãe / E sagrada é a sua imperfeição”. Fazendo um paralelo com o poema de Eucanaã Ferraz, “Indomável” trata sobre um amor extremamente difícil (“As garras frente ao peito/ O cercam do desejo”) e conta novamente com a percussão magistral de Paulo Santos, agora acompanhado do guitarrista Catatau.

Autoral

Nas quatro músicas, Luíza traz apenas composições próprias. Para ela, compor funciona como uma jornada de autoconhecimento, uma jornada espiritual que tem efeito de cura.

“Eu sinto que a cura é inerente ao processo criativo. A arte cura“, aponta. Segundo Luíza, o ato de compor traz consigo uma transformação da dor em dom, beleza; e do belo, do amor, em arte. Ainda assim, as músicas vêm para Luíza naturalmente, como mágica. “Magia é essa força invisível que faz você cantarolar uma melodia indo para o supermercado e ela vire uma música que você grava com um grande ídolo”, completa.

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