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MoMA vai gastar R$ 1,5 bi para dar espaço a negros, mulheres e latinos

MoMA vai gastar R$ 1,5 bi para dar espaço a negros, mulheres e latinos

Arquitetos que desenham o futuro MIS carioca estão por trás da expansão quilométrica

Publicado em 10 de julho de 2019 às 15:41

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Simulação da fachada do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) após as reformas. (Diller Scofidio e Renfro/Reprodução)

Fechado para reformas desde o dia 15 de junho, o MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York) que reabre as portas no próximo 21 de outubro promete ser um museu completamente novo.

A começar por sua estrutura física. A sede da instituição, na rua 53 com a Quinta Avenida, ganhará 4.000 m² extras de espaço expositivo, ao custo de cerca de US$ 400 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão).

Ao longo dos próximos quatro meses, três novos pisos serão integrados às atuais galerias dedicadas a mostras de acervo. Eles ocupam o lugar onde antes até 2014 ficava o American Folk Art Museum, de arte naïf, que foi demolido.

No centro da expansão -que acontece 15 anos depois de outra grande reforma do prédio, que fez sua área total ir de 35 mil metros quadrados para 58,5 mil metros quadrados-, está uma espécie de adaptação da identidade do MoMA aos novos tempos de representatividade e pluralidade de discursos. Ou seja: a ideia, com o espaço extra obtido na reforma, é abrigar entre suas paredes ainda mais obras realizadas por mulheres, negros, latino-americanos e outras minorias.

"Ambos o museu e o restante do mundo estão em um momento de reconhecer que o cânone, apesar de útil, não é definitivo. E deveria sempre ser testado, expandido e, quando necessário, abandonado", explica o diretor do MoMA, Glenn D. Lowry. "Nesse sentido, esse projeto é uma maneira de modificar nossas ideias sobre o que constitui as práticas artísticas modernas e contemporâneas."

Responsável pela área fotográfica, a curadora Sarah Meister faz coro ao diretor. "Estamos muito mais atentos ao fato de que as histórias que temos contado são inadequadas para representar um panorama histórico abrangente."

Simulação em perspectiva das novas galerias que serão inauguradas pelo MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York). (Diller Scofidio e Renfro/Reprodução)

Na esteira da reforma, o MoMA inaugura uma nova abordagem na forma como pretende apresentar sua coleção ao público. A partir de outubro, as obras não serão mais divididas em mostras de acordo com a disciplina a que pertencem (pintura, fotografia, escultura, instalação), mas justapostas de maneira livre no museu.

O fio condutor entre elas é uma linha cronológica. Além disso, explica Dowry, a cada seis meses, aproximadamente, cerca de um terço das obras em exposição serão substituídas por outras. Com a frequência, semelhante àquela das mostras temporárias realizadas pelo museu, em cerca de dois anos grande parte dos trabalhos terá sido renovada.

"Isso não significa que todas as obras vão mudar, e sim que o contexto em que as pessoas verão 'A Noite Estrelada', de Van Gogh, ou o 'Número Um', de Jackson Pollock, será diferente a cada vez que nos visitarem, mesmo que eles estejam sempre à vista", afirma Lowry.

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"É um experimento e, como tal, vamos ver como ele vai se desenrolar na prática. Mas museus têm que ser flexíveis. Se não fosse assim, não teríamos comprado a Tarsila", acrescenta, referindo-se à recente compra da pintura "A Lua" (1928) de um colecionador privado, por um valor que é estimado no mercado em US$ 20 milhões (cerca de R$ 75 milhões).

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