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Saiba quem são os nomes do rap capixaba que despontam na cena cultural

Saiba quem são os nomes do rap capixaba que despontam na cena cultural

Rappers acumulam milhões de visualizações e milhares de seguidores nas redes

Publicado em 22 de julho de 2019 às 13:45

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O rapper João Paulo, mais conhecido como MC Noventa. (Juane Vaillant/Divulgação)

Em meados de 2013, não era difícil encontrar João Paulo Soares Wanzeller na mais tradicional batalha de rima na hora itinerante, realizada às sextas, em comunidades da Grande Vitória – o Projeto Boca a Boca. À época com 15 anos, João Paulo, que já atendia pelo codinome Noventa, tinha acabado de descobrir os duelos de freestyle e, automaticamente, a cultura hip hop.

Hoje com 21 anos, Noventa desponta como um dos talentos do rap capixaba, seguindo uma trajetória semelhante à de Cesar MC, campeão do Duelo Nacional em 2017 e fenômeno recentemente nas redes com seu último lançamento, “Canção Infantil”, que acumula mais de oito milhões de visualizações no YouTube.

As histórias de Noventa e Cesar (esta já contada pelo Gazeta Online) se unem às de nomes como Eduardo Lima, o Dudu, e Tiago Miranda, conhecido como Dimas, além de tantos outros desta geração do movimento hip hop local. Em comum está o fato de terem vindo de comunidades marcadas pela violência e também o fato de terem alcançado números astronômicos nas redes sociais com singles e parcerias (as “cyphers”) que misturam o rap a referências e gêneros diversos.

O INÍCIO

Nascido e criado na região de Santo Antônio, Noventa se impressionou ao ver uma batalha de rima na hora entre dois MCs quando estava andando de skate no Tancredão, ainda em 2013. De lá para cá foi um caminho sem volta.

"Me impressionei, porque rimaram até sobre mim ali na hora. Fiquei interessado, vi que parecia funk mas não era, comecei a ir nas outras batalhas e botei meu nome para competir mesmo sem saber direito o que era para fazer", brinca Noventa, que nos últimos anos venceu batalhas tradicionais em outros Estados, além de ter gravado com equipes conhecidas nacionalmente, como Pineapple e 1Kilo. No total, suas faixas são consumidas por quase 300 mil ouvintes mensais no Spotify.

Os passos foram compartilhados com outros amigos de cena, como Dudu, ainda mais jovem que Noventa. Hoje aos 17 anos, o morador de Itararé acumula quase sete apenas circulando pelo meio do rap.

“Sempre tive uma paixão muito grande por música, me identificava com o rap e andava de skate. Quando os vídeos de batalhas começaram a ter muitas visualizações, tomei um tapa. Principalmente quando gente de fora do Estado mandou mensagem dizendo que curtia as minhas rimas”, diz Dudu, seguido por mais de 300 mil pessoas nas redes.

Eduardo Lima, o Dudu. (Juane Vaillant/Divulgação)

As canções de Dudu, que unem questões comuns do cotidiano dos jovens – de amor a problemas sociais – são ouvidas por quase 1,5 milhão de pessoas mensalmente no streaming. Uma das produções com participação de Dudu, o “Poesia Acústica #6 – Era Uma Vez”, lançado pela Pineapple, bateu mais de 164 milhões de visualizações em sete meses.

"Eu acho que ainda não executei minha maior vitória, mas é muito bom sentir que eu faço o que quero, que minha música reflete na vida de quem ouve, que as pessoas estão procurando se encontrar no que você fala", comemora o garoto, que segue os passos do mercado atual e pretende continuar lançando singles – e não disco cheio, como era mais comum num passado não tão distante.

COBERTURA

E é no Canal do Dimas, criado em 2015 e comandado por Tiago Miranda, 29, morador de Tabuazeiro, que os jovens MCs do Estado ganham visibilidade nas redes. No YouTube, o canal tem 150 mil inscritos e mais de 22,5 milhões de visualizações. Por lá, entram vídeos dos embates das mais diversas batalhas promovidas Espírito Santo afora. Agora, Dimas espera alavancar o canal e também voltar a participar diretamente das disputas, não só na cobertura.

Tiago Miranda, conhecido como Dimas. (Starbecks Produtora/Divulgação)

“Criei o canal para que a gente conseguisse dar um ânimo maior aos jovens que participavam das rodas e vi tudo crescer. Hoje em dia as pessoas de fora do Estado veem o Espírito Santo como um lugar que revela muitos MCs de qualidade. Gosto de trabalhar por meio dos sonhos das pessoas. É uma parada que também salvou a minha vida de estar fazendo outras coisas erradas”, confidencia Dimas, que agora pretende promover, por meio do canal, pelo menos uma batalha interestadual por mês.

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