Acostumada a palestrar em eventos fechados e falar para convidados, a filósofa capixaba Viviane Mosé decidiu fazer diferente. Agora ela quer ouvir os seus leitores, conhecer e interagir mais com o público em geral. Assim surgiu a ideia da turnê internacional que passa no dia 08 de julho pelo Centro de Vitória e segue para São Paulo, Americana e, em seguida, para Portugal.
Eu não faço evento público, é raro. Então a ideia da turnê é conhecer e ouvir as pessoas, mais do que falar. Elas podem perguntar o que quiserem, eu falo por 15 minutos e depois quero ouvi-las, conta.
Na ocasião ela também vai lançar o livro Nietzsche Hoje e relançar obras anteriores como O Homem Que Sabe, agora pela Editora Vozes. Em bate-papo com o C2, Viviane conta mais sobre o projeto e reflete sobre os tempos atuais.
A turnê também vai passar por Portugal. Como é a recepção por lá?
Junto com os Estados Unidos, Portugal está entre os países em que mais tenho público. Estou animada e o objetivo é tentar construir uma ponte entre Brasil e Portugal. Aliás, estou tentando essa ponte aqui no Espírito Santo, junto com a Secretária Estadual de Cultura e a UFES. A ideia é trazer artistas de lá para cá e levar nossos artistas para Portugal.
Falando sobre o seu livro mais recente, Nietzsche Hoje... você fala que o maior desafio do seculo 21 é resgatar o valor da vida. As pessoas estão perdendo isso?
O que me moveu a escrever esse livro foi o altíssimo índice de suicídio no mundo. É a segunda razão da morte de jovens no mundo todo. O suicídio entre crianças subiu 40% no Brasil. Isso mostra que tem algo muito errado acontecendo no nosso caminho da civilização. O livro coloca a civilização de frente para o espelho.
Você fala sobre a terceirização das coisas. Terceirizamos quem anda com nosso cachorro, quem toma conta dos filhos. Por que fazemos isso?
O sonho contemporâneo é ganhar dinheiro para que façam tudo pra você. Mas a vida não é sinônimo de ação? Falta de ação é a morte. Vida é mudança, é aprender. Viver é perder e ganhar.
Atualmente existem muitas ofertas para quem quer encontrar a felicidade. Essa felicidade idealizada existe?
Não existe. O que existe é uma alegria enorme, ganhos, perdas, mas tudo misturado. Por exemplo, a melhor coisa do mundo é ser mãe, mas ser mãe cansa, para amamentar o peito racha... Tudo de bom tem um pouco de ruim. Não queremos o lado ruim, mas não tem como optar, então temos que nos fortalecer. Não é buscar a felicidade, é viver bem nos momentos sofrido. A música, o teatro, a arte estão aí para isso, eles ajudam a lider melhor com o sofrimento. Falta arte na nossa vida!
SERVIÇO
Bate-papo e sessão de autógrafos com Viviane Mosé
Quando: 08 de julho, às 18h.
Onde: Trapiche Gamão. Rua Gama Rosa, 236, Centro, Vitória.
Informações: (27) 99956-0277.
Entrada gratuita.
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