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Zezé Polessa, Miguel Falabella e cia chegam a Vitória com 'A Mentira'

Zezé Polessa, Miguel Falabella e cia chegam a Vitória com "A Mentira"

Atriz conversou com o Gazeta Online para falar sobre a turnê da peça, que será encenada no Teatro da Ufes, de sexta (26) a domingo (28)

Publicado em 22 de julho de 2019 às 19:37

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Elenco da peça "A Mentira". (Divulgação/Gustavo Arrais)

Chamado pela imprensa europeia de revelação do teatro humanista, e tendo o seu trabalho comparado - em termos de ferocidade - ao de Yasmina Reza, autora de "Deus da Carnificina" -, o dramaturgo Florian Zeller finalmente teve o seu talento reconhecido nos palcos do Brasil. Depois da montagem de "A Verdade", protagonizada por Diogo Vilela no início do ano, chegou a vez de conferirmos "A Mentira", outro texto premiado do autor.

O espetáculo, que conta com Miguel Falabella e Zezé Polessa, chega ao Teatro da Ufes, em Vitória, com sessões de sexta (26) a domingo (28). Segundo a produção local, as três sessões iniciais estão esgotadas. Assim, foi aberta uma sessão extra no sábado (27), às 18h.

A montagem de Vilela, inclusive, inspirou a produção que chega ao Estado, como explica Zezé Polessa em entrevista ao Gazeta Online. "Saímos do teatro tão encantados que fomos para o Google pesquisar quem era Florian Zeller", brinca, exagerando.

IMPERFEITO

Em "A Mentira", vemos um grupo de amigos tentando fugir da realidade para manter intactas as suas relações conjugais. Na história, Alice (Zezé Polessa) surpreende o marido (Frederico Reuter) de sua melhor amiga (Karin Hils) com outra mulher, criando assim um conflito: deve ou não contar à moça o que viu. Seu marido, Paulo (Miguel Falabella), tenta convencê-la a esconder a verdade.

Alice, então, entra em uma paranoia: a mentira apoiada pelo marido é para defender o amigo ou por que ele também tem algo a esconder?

"O espetáculo é uma comédia com várias sacadas inteligentes sobre (in)fidelidade, monogamia e indisciplina no casamento e nas relações entre amigos", adianta a atriz, dizendo que optou por dar um tom de exagero à personagem pois queria que Alice beirasse o farsesco.

Bem humorada e muito resfriada ("desculpe, acho que estou com voz de velha, né?"), a atriz de 65 anos, confessou que mentiras não são o seu forte. "Nas minhas relações, nunca deu certo. Sou covarde e acabo me atrapalhando. Uma vez, tentei fingir para faltar a uma consulta ao dentista e me atrapalhei", ri, dizendo que, ao contrário do casal Alice e Paulo, de "A Mentira", seus relacionamentos afetivos sempre foram pontuados pela verdade.

"Não tenho mais tempo para mentir. Gosto de dizer o que penso, sempre. Até entendo esses casamentos, que precisam ser mantidos à base da falsidade, para que a família não sofra traumas. Sou diferente. Todos os meus relacionamentos acabaram bem", relembra.

AMIZADE

Zezé Polessa, atriz. (Globo/Estevam Avellar)

Por falar em relações, Zezé diz que é um prazer voltar a trabalhar com o "grande amigo" Miguel Falabella. "Moramos juntos em início de carreira e era uma luta. O dinheiro nunca dava para pagar as contas, mas guardamos momentos muito especiais juntos”, confessa a atriz, que conheceu o amigo no curso de teatro de O Tablado, uma escola muito conceituada entre os artistas no Rio de Janeiro.

"Atuamos em 1979, na peça 'O Despertar da Primavera', e depois fizemos 'O Submarino', em 1997,  a última vez lado a lado nos palcos. Porém, foram várias novelas e especiais para a TV. Retomar essa parceria fez reviver momentos especiais em minha formação como artista", responde, emocionada.

INTERVALO E POLÍTICA

De repente, do nada, veio um "Plim... Plim" do outro lado do telefone... Não! Não estamos entrando em um intervalo de um filme da "Sessão da Tarde", da Rede Globo. Foi uma brincadeira de Zezé Polessa com a reportagem para dizer que precisava de uma pausa na entrevista para ir ao dentista. Uma figuraça!

Algum tempo depois, ela volta à conversa e chegou a hora de falar de coisa séria: a mentira das "fake news" que assolaram o país nos últimos anos. "É uma infeliz verdade dos tempos modernos da tecnologia", reflete, dizendo logo a seguir.

"As fakes news são perigosas. Polarizaram o Brasil e ajudaram a eleger um presidente por conta de mais mentiras. A verdade (fazendo um trocadilho) não fez com que a ficha caísse a tempo de ver que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe", esbraveja, dizendo que a eleição de Jair Bolsonaro teve como força motriz, além do apoio das fake news, uma aversão ao PT.

"Ele disputou o cargo de presidente com o um homem capacitado, que fez uma ótima administração na Prefeitura de São Paulo. Sua única forma de vencê-lo, realmente, só poderia ser com mentiras. Ah, sim: O Brasil entrou em uma morte anunciada por conta de uma grande mentira....”, desabafa.

Verdades ou mentiras políticas à parte, "A Mentira", a peça, chega para divertir em tempos sombrios. "É uma comédia leve, que nos faz refletir sobre os nossos erros e acertos do cotidiano", complementa a atriz. 

SERVIÇO

A MENTIRA

Quando: sexta (26), às 21h (esgotado); sábado (27), às 18h (sessão extra) e às 21h (esgotado); e domingo (28), às 17h (esgotado).  Intérprete de libras na apresentação de domingo dia 28 de Julho

Onde: Teatro Universitário (UFES). Av. Fernando Ferrari, 514, Campus Universitário, Goiabeiras, Vitória/ES

Ingressos: Térreo R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia); Mezanino R$50 (inteira) e R$ 25 (meia). Clientes Banestes e Banescard tem 50% de desconto em cima do valor da inteira. À venda na bilheteria do Teatro (de 15h às 20h) ou no site www.tudus.com.br

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Informações: (27) 3376-0933

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