Trânsitos, trajetos e itinerários. Música em movimento. São essas as palavras que a baiana Livia Nery usa para definir seu primeiro álbum, Estranha Melodia. São caminhos do interior para a capital da Bahia, de Salvador para São Paulo. A música do disco não é estática. O disco, que tem 12 faixas autorais e uma regravação, contou com a produção do paulista Curumim. O trabalho é o primeiro distribuído pelo selo Máquina de Louco, do BaianaSystem, fora os discos da banda.
Construído como uma biografia musical da artista, o álbum traz referências de tudo o que ela ouviu até ali, dentre músicas, caminhos e lugares.
É bem característico de primeiro disco. A gente quer colocar tudo o que a gente tem, tudo que a gente ouve. A gente abre um baú de música boa e quer usar tudo. E aí o resultado é essa identidade musical, conta Lívia, em entrevista por telefone ao Divirta-se.
E as referências são muitas. Segundo Lívia, o trabalho reúne composições novas e músicas que ela escreveu até dez anos atrás, o que garante a pluralidade de estilos.
Têm desde música nacional que eu ouvia em casa, até coisas de fora do país, que meus amigos me apresentavam ou eu descobria. Tem música eletrônica, e tem uma pitada de soul que é uma coisa muito minha, também, revela.
RESPOSTA
Para Livia, a recepção do trabalho pelo público tem sido muito positiva. Estamos ouvindo gente que diz que o disco está fazendo parte da rotina das pessoas, tá entrando pra vida, ajudando em momentos difíceis. Tem sido uma coisa muito gostosa, analisa.
Além da boa recepção do público geral, a crítica e a mídia especializada também parece ter recebido o álbum de forma positiva. Nós estamos felizes. Os retornos têm sido muito legais, tanto de pessoas mais especializadas em música, quanto das demais pessoas. A experiência está muito legal.
A artista conta que a pluralidade de referências garante mais de uma possibilidade de abordagem do disco. O trabalho pede uma atenção. Existe uma profundidade para você entender todas as esferas. Mas também tem músicas logo no começo que vão agradar, dá pra dar uma dançada. O mais legal é compreender o todo, a unidade entre as treze faixas, mas ele é muito versátil também.
O ritmo vai amenizando ao longo do álbum, que se encerra com a faixa Spiritual, um arranjo vocal da cantora, em inglês e sem instrumentos. É como se a música dissesse Vamos ficando por aqui, obrigado por compartilhar esse tempinho comigo. É um descanso e uma forma de fechar a narrativa.
Livia conta que o lançamento pelo selo fonográfico do BaianaSystem, o Máquina de Louco, foi algo muito espontâneo. Eu disse que queria lançar meu disco e eles disponibilizaram o selo. A gente tem uma afinidade. Essa crença de que a música fala à frente, passa algo profundo. Isso aproxima a gente.
No material de divulgação de Estranha Melodia, Russopassapusso, do BaianaSystem, afirma: esse disco tem ponto de partida, passagem de ida na estranha estrada da melodia e ganha coragem numa trajetória mesmo sem saber onde vamos chegar. É reza forte, reza braba.
OUÇA
Estranha Melodia
Livia Nery
Máquina de Louco, 13 faixas.
Disponível nas plataformas de streaming digital.
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