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Marcelo Serrado traz 'ATORmentado' para Vitória neste sábado (7)

Marcelo Serrado traz "ATORmentado" para Vitória neste sábado (7)

No monólogo, o ator - conhecido do grande público por viver o Crô, da novela "Fina Estampa" - conversa com o público sobre situações do cotidiano, com ser pai de gêmeos, crises políticas e loucuras da internet

Publicado em 8 de setembro de 2019 às 00:44

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Marcelo Serrado em cena na peça "O ATORmentado". (Guilherme Maia/Divulgação)

Reconhecido pelo grande público por interpretar o mordomo Crô, na novela "Fina Estampa" (2011), Marcelo Serrado aporta em Vitória no sábado (7) com o monólogo "O ATORmentado". A peça, que volta ao Teatro da Ufes após uma apresentação em 2016, continua apostando no humor e na descontração para discorrer temas do cotidiano.

Em pauta, assuntos como as dores e as delícias de ter filhos gêmeos (Serrado é pai de Felipe e Guilherme, de cinco anos); os dilemas políticos que assolam o país; as loucuras que assombram a internet, e momentos que marcaram os seus mais de 30 anos de carreira.

Questionado pelo Gazeta Online, em entrevista por telefone, sobre como manter o interesse – e a empolgação – por uma peça que roda o país há três anos, Serrado responde com senso crítico.

"Cada dia é uma novidade, afinal, vivemos em um país em constante ebulição, política, social e econômica. Os assuntos abordados no palco vão se renovando com uma urgência espantosa", alfineta o ator, acentuando que a montagem também aposta na interação com o público.

"Os espectadores gostam de sentir o ator se 'desnudando' no palco, trocando experiências de vida. No espetáculo, inclusive, tem um momento em que chamo alguém da plateia para contracenar comigo. É o ponto alto da apresentação", adianta, dizendo que o "eleito" pode escolher o personagem e o tema abordado.

"Sempre peço para que seja algo do cotidiano da cidade, assim causa identificação imediata com quem está assistindo".

LIMITE

Marcelo Serrado ganhou elogios por sua interpretação de Carlos Eduardo, o vilão da novela "Velho Chico". (Caiua Franco/Rede Globo)

Aproveitando o tom de descontração, Marcelo não se fez de rogado e, ao responder sobre o que o atormenta em seu cotidiano, respondeu "na lata": "Qualquer tipo de injustiça ou falta de educação. Vivemos em um país marcado por injustiças em várias instâncias públicas", dispara, dizendo que, na profissão de ator, muitos pontos também conseguem atormentá-lo.

 "Sempre estamos na luta para sair da mesmice, nos reinventando em cada personagem. Tive uma ótima experiência quando trabalhei com Luiz Fernando Carvalho na novela 'Velho Chico'. Viver o Carlos Eduardo (um deputado corrupto e amoral) me exigiu muito. Carvalho é um diretor que nos coloca à prova a todo momento", elogia.

Por falar em deputados e "figuras" de Brasília, Marcelo Serrado causou polêmica por defender publicamente o impeachment de Dilma Rousseff em 2015. Muitos de seus fãs, inclusive, deixaram de segui-lo nas redes sociais.

"Na época, várias pessoas foram para as ruas lutar por aquilo que elas acreditavam estar certo. Ainda acredito que 'pessoas que estão presas precisam ficar'", adianta, afirmando que decidiu mudar de opinião e apoiar o candidato Fernando Haddad nas eleições de 2018 por achar que Jair Bolsonaro não tem condições de governar o país.

"Muitas pessoas do meio artístico também mudaram de opinião. Hoje, virei amigo de Haddad, um homem culto, professor universitário e cheio de projetos visando melhorias sociais para o Brasil", pontua.

POLÍTICA

Serrado defende que a população não deve apoiar um político que representa o retrocesso, com um discurso antiecológico, homofóbico e racista. "Não é mais uma luta da esquerda contra a direita, é a nossa sobrevivência que está em jogo", acredita, dizendo que vê com tristeza a vilanização da classe artística por Bolsonaro e por boa parcela da população.

Aspas de citação

A esquerda não ter se unido para vencer a eleição presidencial em 2018 foi uma lástima. Acho que Ciro Gomes deveria ter sido mais objetivo, para o bem do país

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"O artista é a força motriz de uma indústria cultural que gera bilhões ao país, criando empregos e levando cultura a quem precisa. Não existe mamata com a Lei Rouanet, como as fake news andaram espalhando. Por questão de bom senso, precisamos saber filtrar o que é verdade ou mentira na internet", aconselha.

Mesmo com os vários cortes nas leis de incentivo cultural, Marcelo está a frente da primeira adaptação para o Brasil do musical "O Jovem Frankenstein", criado por Mel Brooks na década de 1970. "Vou aproveitar a minha experiência como músico, pois já tive uma banda. Será uma produção luxuosa, com mais de 20 atores. Quero trazer o Mel Brooks ao Brasil para acompanhar o desenvolvimento do projeto", sonha.

SERVIÇO

"O ATORmentado" 

O que é: monólogo com Marcelo Serrado.

Quando: sábado, dia 7, com sessões às 18h e às 20h, no Teatro da Ufes. Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória/ES. A sessão das 20hs contará com intérprete de Libras.

Ingressos: térreo: R$ 80 e R$ 40 (meia); mezanino: R$ 50 e R$ 25 (meia). À venda no site www.tudus.com.br ou na bilheteria do teatro, de 15h as 20h. Assinantes de A Gazeta têm 50% de desconto na compra de ingressos e deverá apresentar o cartão do clube na entrada do evento.

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