Eles não abrem mão do passeio no bar: conheça os ciclistas 'maratonistas' do Roda de Boteco

Realizado desde 2005, o evento mobiliza os bons de copo e de garfo; confira 10 curiosidade e vote na enquete!

Publicado em 15/06/2017 às 21h04

Atualizado em 19/06/2017 às 10h19

Ciclistas de Vila Velha se reuniram para percorrer seis botecos em uma noite
Foto:Guilherme Ferrari
Ciclistas de Vila Velha se reuniram para percorrer seis botecos em uma noite

O relógio marcava quase 20h da última terça-feira (13) quando um grupo de quase 50 ciclistas chegava ao número 20 da Rua Aristides Lobo, no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha. O endereço onde fica a Petiscaria do Jojo’s era a primeira parada da turma, boêmia assumida, na maratona de bares e botecos que o grupo organizou para esta edição do Roda de Boteco, um dos festivais gastronômicos mais famosos do país e igualmente querido em território capixaba. 

Neste ano, em sua 13ª edição, o evento acontece até o dia 2 de julho em 41 bares e botecos de Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra. Foram criados os mais diversos petiscos, valorizando a chamada “baixa gastronomia” e mesclando diferentes ingredientes como carnes de boi e de porco, frutos do mar, frutas, linguiças artesanais, queijos.

A “baratona”, ou maratona de bares, da turma de ciclistas em Vila Velha foi organizada pela comerciante Janaína Ferreira Machado Zani, dona de uma loja de bikes na Praia da Costa. Moderadora de vários grupos de pedaladas em aplicativos de mensagens, Janaína – botequeira assumida – resolveu, já há algum tempo, agitar os colegas para circuitos diferentes.

Na terça-feira, eles passaram por seis bares: Petiscaria do Jojo’s, Sheik’s, Caranguejo Três Irmãos, Brasileirinho Botequim, Beeroska e Tropical Choperia.

“Já nos reunimos para isso há três anos. No ano passado, chegamos a percorrer doze bares em uma só noite. Chegamos em casa já de madrugada”, diverte-se.

DISPOSIÇÃO

Mas e a barriga cheia, não atrapalha o desempenho no pedal? A dúvida da reportagem foi logo respondida por Janaína: os ciclistas botequeiros calculam cerca de 30 minutos para cada bar. É o tempo, garante ela, de provarem o petisco participante do festival e reorganizarem o grupo antes de partir para a próxima missão.

Também comerciante, a goiana Junea Cristina Drumond mudou-se para o Espírito Santo há poucos anos. Amante do ciclismo e participante dos grupos administrados por Janaína, Junea topou de cara o “ingrato desafio” de percorrer os botecos.

Segundo ela, cada detalhe é pensado pela turma durante o planejamento da maratona: na semana que vem, por exemplo, eles pretendem fazer um repeteco, desta vez com mais tempo e menos gente, para aproveitar os petiscos que demandam “maior empenho” na degustação.

“Alguns petiscos são só bolinhos, então podemos comer em pé mesmo, sem precisar sentar, arrumar as mesas e tudo mais. Mas em outros lugares são servidos caldinhos, coisas cremosas. Aí fazemos outro planejamento, para comer com calma”, diz.

VOTE

TRADIÇÃO

A primeira edição do festival teve início no dia 1º de outubro de 2005. Na época, 15 bares toparam o desafio de participar do evento gastronômico, uma novidade em terras capixabas.

Foram 44 dias de votação nos endereços, que concorriam em apenas uma categoria na premiação. Já na época, eram avaliados higiene, atendimento, petisco e temperatura da bebida servida, como acontece até hoje.

Você conhece o Roda de Boteco?

1. O mais presente

O artista que mais se apresentou nas festas de encerramento do festival foi Arlindo Cruz, presente em 2009, 2012 e 2016 (desta vez com o filho, Arlindinho).

2. Pioneiro na lista de participantes

Desde 2005, quando o festival entrou em ação, o Bar do Getúlio participa sem furar. Neste ano, a casa de Vila Velha aposta na carne de sol cozida no feijão fradinho.

3. É muita comida!

Nos dias 8 e 9 de julho do ano passado, durante a realização do Botecão, foram servidas em média 75 toneladas de comida, segundo a organização. 

4. Rei dos troféus

O Bar do Zé foi o mais querido pelo público cinco vezes. Em outras quatro, ficou em segundo lugar. Os números fazem do boteco o maior vitorioso das 13 edições.

5. O começo

Na primeira edição, em 2005, apenas 15 bares e botecos toparam participar. Para isso, os organizadores, Raimundo Nonato e Érica Semião, percorreram mais de 100 estabelecimentos fazendo o convite.

6. Tem que ter criatividade

No total, foram cerca de 500 petiscos criados ao longo de todos esses anos de festival. Entre os clássicos, estão o kiéber, o bolinho de polenta com rabada e o bolinho de taioba.

7. Virou livro

Na última edição do Botecão, o jornalista Guilherme Sillva lançou um livro com receitas selecionadas das dez primeiras edições do festival. A publicação ainda conta a história do evento.

8. Público bom de copo

Essa é digna de “O Guia dos Curiosos”: se juntássemos todas as latas de cerveja vendidas nas 13 edições do Botecão, o caminho de latinhas teria mais de 100km de extensão.

9. Mais pop

Tirando o sal e o óleo, quase indispensáveis no preparo da comida de boteco, a carne de porco foi o ingrediente mais utilizado na execução dos petiscos de todos os tempos de Roda de Boteco.

10. Atenção com a natureza

Somadas as 13 edições dos Botecões, foram utilizados mais de 3,5 mil litros de óleo. Toda a quantia foi doada e transformada em material de limpeza.

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