Cem anos conquistando o Brasil e o mundo com toda a sua simplicidade. A caipirinha, uma das bebidas que têm mais a cara do brasileiro, se torna centenária em 2018.
Historiadores se dividem para explicar a origem da bebida. A versão mais usada diz que ela nasceu no interior de São Paulo daí o nome caipirinha, de caipira do interior paulista.
O drinque, segundo alguns historiadores, teria sido criado a partir de uma receita de limão, alho e mel indicada para pacientes com gripe espanhola. Para acelerar o efeito terapêutico, começaram a colocar bebida alcoólica na mistura até que alguém, ainda desconhecido, teve a brilhante ideia de tirar o alho e o mel e colocar açúcar na bebida.
Já uma vertente da história, segundo a Confraria Paulista da Cachaça, indica que a caipirinha foi criada por fazendeiros do interior de São Paulo para fortalecer a cultura canavieira. A bebida era servida em festas de alto padrão, substituindo o uísque e o vinho importados.
Foi uma forma de levar a cachaça dos escravos nos canaviais para o restante da sociedade, modernizando a bebida, comenta Hudson Bernabé, que atua como personal drinker no Espírito Santo.
Há ainda um pequeno grupo que defende que a caipirinha nasceu em Paraty, no Rio de Janeiro, mas essa tese é a menos aceita.
Independentemente de qual é origem verdadeira, o fato é que a bebida, genuinamente brasileira, caiu no gosto de quem bebe e de quem serve a caipirinha. A bartender capixaba Karen Camila, do Grappino Rango Bar, trabalha há 12 anos no ramo, e, nesse tempo, a caipirinha sempre esteve no topo do ranking das bebidas preferidas pelo público.
A caipirinha é sempre o drinque número um nos bares. É uma bebida simples, mas com um sabor especial que agrada a públicos variados, comenta a bartender.
Curiosidades sobre a caipirinha
História
Há três versões para a origem da caipirinha. A mais usada é de que a bebida surgiu no interior paulista. Historiadores, segundo a Confraria Paulista da Cachaça, afirmam que ela teria sido criada a partir de uma receita popular feita com limão, alho e mel e seria indicada para os doentes da gripe espanhola.
Bebida oficial
Que a caipirinha é brasileira, ninguém questiona. Mas para não restar dúvidas, o Governo Federal assinou um decreto de lei em 2003 para garantir as marcas da caipirinha e de sua principal matéria-prima, a cachaça.
Padrão
E não é só a marca que importa. Em 2008, o Ministério da Agricultura publicou uma instrução normativa, estabelecendo os padrões de identidade e qualidade para a caipirinha.
Receita
O ministério também definiu: a verdadeira caipirinha é feita com cachaça, limão e açúcar. A água é opcional. Qualquer coisa além disso, não é caipirinha tradicional.
Sabor e aroma originais
A caipirinha deverá apresentar o sabor e o aroma dos elementos naturais contidos na matéria-prima utilizada, aponta o terceiro parágrafo do artigo 6° da instrução.
O segredo é a simplicidade
Não tem jeito. O segredo da caipirinha é a simplicidade. Quem trabalha com a bebida é unânime: se seguir as medidas dos ingredientes tradicionais indicados na receita, não tem como o preparo da bebida do drinque dar errado.
O que deu certo na caipirinha foi a combinação simples entre o limão Taiti e o álcool de cana-de-açúcar. É uma combinação perfeita, como é o arroz e o feijão no prato do brasileiro, comenta o personal drinker Hudson Bernabé.
Existem variações da bebida com o acréscimo de outros tipos de limões e a troca da cachaça por outros destilados, mas oficialmente, segundo uma Lei Federal, caipirinha só é caipirinha mesmo se for feits com cachaça, limão e açúcar.
Um dos erros mais cometidos na hora do preparo da bebida é completar o copo da caipirinha com mais bebida alcoólica do que o recomendado. Outro erro comum é adoçar o drinque sem utilizar o método do xarope de açúcar.
Se você não dissolver o açúcar na água, isso pode acabar te forçando a colocar açúcar em excesso no drinque e a bebida ficar doce demais, alerta Barnabé.
Principais erros cometidos
Açúcar não dissolvido
Tem quem acrescente o açúcar sem estar dissolvido na água, até para facilitar na hora de botar a mão na massa, mas o personal drinker Hudson Bernabé explica que isso pode deixar a caipirinha doce demais.
Álcool demais
A quantidade de bebida alcoólica deve ser entre 40 e 60ml para um copo de 250 a 300ml de caipirinha. O ato de colocar mais cachaça na bebida após o preparo pode prejudicar o sabor da caipirinha
Limões
Não macerar os limões pode deixar a bebida mais aguada e com o sabor fraco. A maceração proporciona um contato maior do açúcar com a casca do limão, espremendo o óleo da casca e dando esse sabor que conquistou o Brasil e o mundo.
Fonte: Entrevistados ouvidos pela reportagem
Como fazer
Tradicional
- Meio limão Taiti
- 30 a 40 ml de xarope de açúcar (açúcar dissolvido na água)
- 60 ml de cachaça
- 4 a 6 cubos de gelo
Passo a passo:
O primeiro passo é tirar o miolo branco dos limões. Depois, você deve macerar os limões dentro do copo. Logo em seguida, acrescentar o gelo, o xarope e o destilado (cachaça - alguns drinques utilizam o licor de uísque). Para finalizar, mexa com um mexedor ou colher bailarina.
Porção:
Rende copo de 270 ml
Trio cítrico
- Meio limão Taiti, 1/4 de limão galego e 1/4 de um limão siciliano
- 30 a 40ml de xarope de açúcar
- 60ml de cachaça
- 4 a 6 cubos de gelo
Passo a passo:
É semelhante ao tradicional. A diferença é o acréscimo das variações de limão.
Porção:
A receita rende um copo de270 ml.
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