Novos negócios abrem portas para o mercado de trabalho

 

Graças à instalação de novas indústrias e ampliações de unidades já existentes no Espírito Santo que a economia se fortalece, que o Estado recolhe novos tributos e que realidades locais se desenvolvem. E é também por causa disso que capixabas ganham novas oportunidades de melhorar as rendas, de ter novos sonhos e de transformar as próprias vidas.

Aos 32 anos, Luís Fernando Benvindo é um bom exemplo de chance oferecida e bem aproveitada. Hoje auxiliar de supervisão da Oxford, ele saiu da Grande Vitória, em 2015, em direção a São Mateus, no Norte do Estado, para trabalhar em uma empresa que prestava serviços à Petrobras. Pouco tempo depois, o contrato foi encerrado e durante três meses usou o curso técnico em eletrotécnica para sustentar a família com alguns bicos.

Justamente nesse período, a Oxford, maior fabricante de cerâmica e porcelana das Américas, começou a contratar mão de obra para o início das atividades em São Mateus. Luís Fernando foi admitido como operador e viu que tinha nas mãos uma chance imperdível.

"Meu filho nasceu e cinco dias depois comecei a trabalhar aqui. Comecei como operador e tinha a perspectiva de crescer junto com a empresa. Três meses depois fui promovido para auxiliar de supervisão e quero me desenvolver cada vez mais", conta empolgado.

Em pouco mais de um ano, aumentou a renda em cerca de 40% e ganhou qualidade de vida para ele, para a esposa e para o filho. "Para o futuro, quero continuar me desenvolvendo. A empresa tem projeto para uma segunda etapa, que é uma ampliação. Estamos sendo preparados para ela", conta.

Com 17 anos de atuação no Rio de Janeiro produzindo desde o pó descolorante a perfumes, a Carvalho Cosméticos instalou-se em Cariacica e começou a produzir há seis meses. Tornou-se oportunidade para gente como Liliane Cupertino Soares, 37 anos.

Desde que recebeu a notícia da vinda do empreendimento, ela mandou emails, telefonou em busca de informações e passou a ligar semanalmente perguntando sobre oferta de vagas. A insistência pôs fim a cinco anos de desemprego.

Como auxiliar de produção, complementou a renda familiar e passou a oferecer mais qualidade de vida para ela, marido e filhos.

"O emprego ajudou em tudo. Estava desempregada há cinco anos. Meu esposo trabalha por conta própria e o ano foi muito ruim para o comércio. Graças a Deus essa porta foi aberta para mim. Posso dar um bem estar melhor para os meus filhos", diz, empolgada.

Até o final do ano, a Carvalho pretende aumentar os postos de trabalho de 30 para 100 na linha de produção. "A empresa poderia ter ido para outros municípios. Ainda bem que veio para o nosso. Vai beneficiar muitos ainda", diz a funcionária.

A chegada de novos empreendimentos ao Estado também foi uma grande oportunidade para o engenheiro eletricista Vitor Fabri Helmer. Aos 27 anos, é chefe do controle de qualidade da Weg Motores, empresa que construiu uma unidade em Linhares.

Apesar de jovem, acumula experiência. Foi contratado em agosto de 2010, ainda antes do início das operações. De lá para cá, aumentou a renda em oito vezes, mas o que mais o satisfaz é o vínculo que criou com a empresa e com os demais colaboradores.

"Eu me sinto muito honrado de trabalhar aqui. Como eu entrei no início da instalação, tive a oportunidade de treinar muitas pessoas. Quando entrei tínhamos dois galpões. Hoje temos seis. Vejo pessoas que foram treinadas por mim e me sinto orgulhoso", relata o engenheiro.

Para seu futuro profissional, Vitor planeja assumir novos desafios dentro da Weg. "O ganho com a instalação da empresa aqui não é só familiar. É para a cidade onde vivo como um todo. Ela trouxe outras empresas, mão de obra qualificada. E isso é bom para todos", comenta.

Em geral, os impactos de novos negócios são positivos. A geração de emprego e renda se dá em três etapas: a da pré-instalação, com prestação de serviços de estudos ambientais, de engenharia e de contabilidade. A etapa da construção, propriamente dita, e, por fim, a da contratação da mão de obra permanente.

ATRAÇÃO

O secretário estadual de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, explica que os ambientes de negócios e tributários sadios, a localização, a proximidade com mercados consumidores e a estabilidade no fornecimento de gás e energia funcionam como imãs do Espírito Santo para novos negócios. O Estado é o sexto no ranking de competitividade nacional.

Quando superada a crise, o conjunto de características econômicas do Estado podem fazê-lo dar um salto na frente dos demais num cenário de retomada econômica.

"Somos afetados por um contexto nacional, mas temos sinais de que se estabilizou a queda na economia brasileira e aqui no Estado temos indicadores que apontam para início de retomada nos próximos meses. Ainda não sabemos a velocidade e a intensidade da retomada, mas somos um Estado que se manteve organizado, com as contas em dia. Temos um bom ambiente de negócios, estabilidade tributária, imagem positiva por parte dos investidores e programas de incentivos ao desenvolvimento bem estruturados. Com isso, já estamos saindo na frente na atração de investimentos", afirmou o secretário.

Na educação, o Espírito Santo também precisa superar desafios. Mesmo assim, os índices capixabas são bem superiores à média brasileira, o que acaba sendo outro diferencial do Estado.

"A Escola Viva é um projeto inovador, que busca a melhoria da qualidade de ensino. Também temos boa rede de educação técnica, do Ifes, com 22 unidades no Estado, e as redes de Senac e Senai. Muitas empresas têm destacado que esse é um diferencial positivo do nosso Estado", comentou José Eduardo.