Vários Olhares Singulares


Tá ligado nos vários significados de sustentabilidade ?

Por Cesinha Fernandes

Cesar Fernandes
Cesar Fernandes
Cesinha

Eu fui convidado a mergulhar nesse mundo conhecendo vários empreendedores que usam a sustentabilidade para garantir a existência do trabalho ou motivar o trabalho dos outros.

Cesar Fernandes
Cesar Fernandes
Foto: Cesinha

Em uma manhã, no meio da semana, fui até a subida da ladeira

da Piedade, no Centro de Vitória, e encontrei a Juliana Colli. A Ju é calma, fala mansa, mas com uma força enorme pra empreender, incentivar e criar. Ela faz parte de uma plataforma que conecta pequenos com grandes, que cria soluções e coloca em prática, que

promove e divide. Pra gerenciar o negócio ela me contou que precisa ser sustentável e aprendeu que sustentabilidade é modelo de gestão!

Também aplicando a sustentabilidade no meio econômico, encontrei

mãe e filha, Nina e Ivana Tassis. Elas são proprietárias de uma marca que produz mimos, presentes e acessórios criativos. A produção poderia ser toda na China - o que em algumas ocasiões deixaria o produto mais barato - mas elas optaram por fazer tudo aqui

no Estado, com pequenos produtores, gerando emprego, compartilhando, diminuindo processos e tornando o negócio mais sustentável.

Minha imersão não acabou alí. Logo estava sentado na sala da Clara Nahas, uma arquiteta moderna e consciente. Ela busca reformar os espaços dos clientes pra que eles fiquem mais atrativos e gerem mais valor pra marca, descobri que isso é ser sustentável! Ela, com outros sócios, também busca aproveitar materiais e inovar nas construções! Bingo, sustentável outra vez!

Pra finalizar o dia fui tomar um café - orgânico e selecionado no espaço coordenado pelo Bruno Navarro. Ele recriou formas de utilizar o local dividindo com outros nomes, compartilhando com pessoas de várias áreas, criando e juntando empreendedores, que como ele, se preocupam com o meio ambiente.

No final de tudo nos encontramos no VOS, um evento promovido pela Vale que traz debates relevantes pra sociedade. Sentado na arena montada no Parque Botânico nós ouvimos as provocações, ensinamentos e dados trazidos pelo especialista Carlos Piazza. Ele veio pra fechar tudo que aprendi nas visitas, mostrar que sustentabilidade é tecnologia, é lucro, é gestão. Ele veio pra trazer um novo olhar sobre os três pilares (social, econômico e ambiental ) e ressignificar o termo. Foi um experiência marcante e eu vou continuar reverberando o que aprendi, mas , agora, com um pouco do meu olhar!

Reveja aqui 

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Bruno Navarro - Ser sustentável é se reinventar

Websérie Capítulo 1

É engenheiro ambiental de formação, com especialização em Direito Ambiental e Urbanístico. Trabalhava na vida pública, mas decidiu largar a carreira para inspirar pessoas a desenvolverem a consciência ambiental, de maneira racional e inovadora. Criou o Núcleo Camaleão, que começou como uma ONG e hoje é uma incubadora de empreendimentos com consciência ambiental. No espaço, ele oferece cursos, oficinas, palestras para incentivar o consumo consciente e a racionalização. Por exemplo, oficina de móveis com pallets, brotos, dentre outras.

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Juliana Colli - Ser sustentável é ser viável

Websérie Capítulo 2

Divulgação

É designer e CEO dOPARQUE, uma plataforma que conecta inovadores a criadores para gerar negócios em rede. O negócio que começou com serviços de design gráfico rompeu as barreiras das identidades visuais para conceber novas potências. Juliana Colli, uma pequena sonhadora e ‘inventadora de moda’ desde a infância, para além do talento gráfico, sempre mobilizou muitas redes de pessoas em seus projetos criativos. Sabendo disso, iniciou a busca por um modelo de gestão que expandisse seu negócio de forma sustentável: sendo financeiramente viável e garantindo sua missão e seus valores criativos. Fora da caixinha, buscando não limitar seu escopo, o espaço funciona como co-work, produtor de eventos, studio de design, café e ainda atua com consultorias de gestão e marca.

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Ivana e Nina Tassis - Ser sustentável é mobilizar ciclos locais

Websérie Capítulo 3

Ivana (mãe) e Nina (filha) são as empreendedoras à frente da marca de design de presentes Fricote, há 35 anos no mercado. Enquanto Ivana gere, Nina cria. Os produtos são fabricados por produtores nacionais num contexto-nicho em que os concorrentes importam da China. Elas prezam pela mão de obra local, de pequenos fornecedores que não agridem ao meio ambiente e por matéria-prima duradoura, que permita a maior durabilidade do produto, estimulando um consumo mais consciente.

A marca para um processo de reafirmar seus valores e se reinventar para continuar sendo sustentável diante da profunda mudança no comportamento de consumo de seus clientes. Passaram a trabalhar com e-commerce, com parcerias co-criativas.

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Clara Nahas - Ser sustentável é ser original

Websérie Capítulo 4

É arquiteta à frente da Angatu, um escritório de arquitetura que há quatro anos se propõe a materializar identidades e oferecer meios criativos para potencializar experiências. Trabalha o conceito de ‘menos é mais’, buscando ressaltar a autenticidade de cada cliente. Por exemplo, costumam assumir as ‘falhas’ e ‘defeitos’ de uma obra a favor de sua beleza e originalidade. O escritório sempre se preocupa com o aproveitamento das coisas e a ressignificação de materiais, utilizando por exemplo, pisos mais baratos, privilegiando texturas em vez de revestimentos. Busca tornar os projetos economicamente viáveis para os clientes, de forma sustentável, sempre aumentando o ciclo de vida de materiais e produtos.

Além da Angatu, Clara aplica a sustentabilidade na sua vida pessoal. Prioriza roupas e objetos de segunda mão e acredita na potência das pequenas coisas e iniciativas. Para ela, ser sustentável não tem que ser só extremo, você pode começar sendo 8, fazendo pouco, não só sendo 80.

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Você sabe o que é Blockchain?

Confira o depoimento do Cesinha (Equipe Em Movimento) sobre a palestra

Arena VOS, 28/03/2018
Arena VOS, 28/03/2018
Felipe Amarelo

E se não tiver o síndico pra chamar? Faz como?

Quando comecei a ouvir sobre a descentralização e fim da mediação logo trouxe o assunto pra esfera mais próxima, assim consigo mergulhar no tema com mais fôlego e, quem sabe, me fazer entender nesse texto.

Isso porque antes de imaginar redes de saúde autônomas, quebra de mediação em relações de poder, universos complexos de troca e colaboração, eu me peguei vendo exemplos pequenos, práticos e funcionais de núcleos - em escalas menores - que já surgem sem a presença de um mediador.

Falamos assim de futuro, mas já visualizando os exemplos no presente. São as comunidades, que criam sua própria moeda para venda de produtos de moda, alimentos e materiais escolares. É um banco, sem a presença de bancos tradicionais. São “dinheiros” sem a necessidade da Casa da Moeda. O mesmo sistema de autonomia sem um mediador tradicional pode acontecer no telhado de casa, quando iniciamos um processo de produção de energia com placas solares. Nesse cenário quebramos uma corrente e eliminamos a necessidade de uma matriz geradora e distribuidora de energia. A energia é nossa, o dinheiro é nosso...a informação é compartilhada.

Esse último exemplo também é proposto no texto “O intermediário morreu, vida longa ao intermediário”, de Carl Amorim, um dos representantes do Blockchain Research Institute no Brasil. Ele veio até Vila Velha pra participar, como palestrante, do projeto Arena VOS, da Vale. Esse espaço foi montado dentro do Museu Vale e recebeu vários olhares diferentes sobre esse tema, o que gerou um debate e a possibilidade de algumas previsões.

 

 

“Os modelos centralizados, hierárquicos e lineares serão substituídos ou atropelados pelos modelos distribuídos, horizontais e exponenciais”, lançou Carl. Quando digo “lançou” é pelo fato de que essa ideia, previsão, análise agora vai ficar no ar. Vai ficar em nossas cabeças pra nos fazer pensar sobre esse novo formato de organização.

O debate na Arena VOS não serviu pra trazer respostas e sim pra confundir. Todos os olhares se misturam e as vozes começam a se entrelaçar. Sabe quando todo mundo fala e isso fica ecoando na cabeça? Mais ou menos isso! Agora fica o exercício de pensar e entender que existem possibilidades mais colaborativas, que as comunidades e grupos podem ser mais independentes e com isso diminuir custos, danos e impactos.

Agora fica a certeza de que todos temos voz, que não é necessária - da forma como é hoje - a presença de um interlocutor, de um mediador . Fica a certeza que estamos em mudança!

Como jornalista acho isso ótimo, pois sempre soube que meu papel era dar voz as pessoas. E se hoje, de alguma forma, elas podem conquistar essa voz de forma independente, meu papel é me reinventar e ajudar nesse processo.

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Quer inovar? Saia do quadrado

Equipe do Programa "Em Movimento"

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Quando se fala em inovação no mercado se fala de tudo, tudo mesmo. Na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), volta e meia tem um automóvel “dirigindo” sozinho pelas ruas do campus. O carro autônomo, um projeto dos alunos de pós-graduação do Departamento de Informática do Centro Tecnológico, foi uma inovação movida pela necessidade de recriar comandos cerebrais.

Já no Rio de Janeiro, vira e mexe uma lata com aparas de brownie aparece na sua frente. A inovação veio do Luiz Quinderé, um rapaz carioca que vendia esse bolinho americano na escola, mas para fazer o formato quadradinho, o jovem tinha que cortar o brownie e sobravam tirinhas de aparas. Os amigos comiam - e amavam - essas raspas, mas a produção cresceu e eles não davam mais conta de comer. Pimba! Mais que brownies, as aparas viraram o sucesso de vendas do Luiz.

Tá vendo? Da cozinha de um adolescente de 15 anos ou de um laboratório de tecnologia saem - e devem sair - as inovações atuais. Para os especialistas no assunto, todos seremos reféns da inovação. “A experiência não é mais absoluta no mercado. Uma inovação é capaz de destruir uma empresa e aniquilar carreiras e cargos”, afirma o professor da ESPM, diretor de marketing e palestrante Romeo Deon Bussarelo .

Ele explica que, antigamente, o verbo inovar era conjugado com mais frequência em ambientes ligados à tecnologia, mas essa história mudou. “A inovação está muito mais abrangente e veloz”. Com toda essa força e presença em áreas tão distintas é preciso voltar os olhos para o princípio da inovação e não perder o foco nas soluções. Para o mercado, inovar também é resolver!

Para o arquiteto especialista em desenvolvimento de cidades, Caio Vassão, é preciso pensar no coletivo na hora de buscar uma inovação. “É importante que esse seja um fenômeno colaborativo. O ideal é que as inovações surjam a partir de microescalas da sociedade e criem novos entendimentos para o poder público ou privado”.

Com isso, rodamos vários setores guiados por apenas uma palavra. Concluímos, então, que inovação é a bola da vez, que tende a dominar o rumo dos negócios, que é norteada pelo estudo e análise e que agora, no século XXI, deveria ampliar o significado no dicionário e deixar de ser, apenas, um substantivo feminino, sinônimo de novidade.

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Seus dados valem muito na internet

Por Gilberto Sudré, Especialista em Tecnologia

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A digitalização e a expansão da internet, principalmente das redes sociais, trouxeram como efeito colateral a exposição da nossa privacidade.

A realidade é que serviços de e-mail, redes sociais e outros, que aparentemente são gratuitos, na verdade estão sendo pagos através de informações pessoais que compartilhamos. Infelizmente a maior parte dos usuários ainda não possui esta consciência sobre como estão remunerando os serviços que usam e não estão preocupados com isto. O problema fica mais grave quando além do uso de nossas informações pelos sites não sabemos como e com quem estes dados são compartilhados.

Segundo Jaqueline Weigel, palestrante do projeto VOS, estamos atualmente superexpostos a tudo, e este compartilhamento está sem controle. Ela acredita que no futuro esta situação tende a um equilíbrio e avaliaremos melhor o que permitimos ou não compartilhar entre os vários serviços. Na próxima vez que você for preencher um cadastro na internet com seus dados pense nisto.

Os robôs estão por aí

Os robôs saíram da ficção científica para fazer parte da vida moderna de forma cada vez mais presente. Apesar de despertar o fascínio de algumas pessoas, muitos os veem como uma ameaça à sociedade, aos humanos e até aos seus empregos.

Algumas áreas, mais do que outras, já contam com uma presença intensa de robôs, como na indústria, sendo utilizados em funções arriscadas para seres humanos, como em processos de montagem de peças em miniatura e coordenação de movimentos complexos. Para este tipo de uso destaca-se a indústria automobilística, onde em algumas fases da produção o uso de robôs pode chegar a 100%. O certo é que os robôs executam tarefas repetitivas melhor do que nós.

Resta-nos preparar cada vez melhor a nossa juventude e flexibilizar o modo de contratar

Como é praticamente impossível inverter essa tendência, só nos resta preparar cada vez melhor a nossa juventude e flexibilizar o modo de contratar as pessoas, abrindo espaço para trabalhadores e empresários fazerem os arranjos que melhor se ajustem às suas necessidades.

Nanotecnologia

Jaqueline Weigel, palestrante do projeto VOS, lembra que estamos diante de grandes revoluções tecnológicas e uma delas é a nanotecnologia ou nanotecnologias como alguns pesquisadores citam, exatamente por ser composta de muitas matizes diferentes.

Mas o que são as nanotecnologias? De forma geral são diversas técnicas onde podemos manipular átomos e moléculas gerando novos materiais que apresentam comportamentos diferentes dos atuais. Um bom exemplo é a produção de vidros autolimpantes o que poderá significar a extinção do limpador de para-brisa nos veículos. Logo, as fábricas de limpadores de para-brisa deixarão de existir e, consequentemente, os seus empregos relacionados. Este é um dos exemplos do impacto da nanotecnologia na sociedade.

No campo da medicina, a nanotecnologia deverá contribuir para diagnósticos mais precisos e completos realizados de forma on-line e em qualquer local.

Ainda não é possível avaliar adequadamente todo o seu impacto, mas está claro que a nanotecnologia vai mudar muita coisa como conhecemos hoje.

 

 

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Inovar está na moda. Mas o que significa?

Por Gilberto Sudré, Especialista em Tecnologia

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Parece que a palavra inovação está em todos os lugares atualmente, desde prestadores de serviço a fabricantes de geladeira. Mas o que ela significa e onde ela altera o nosso dia a dia?

De acordo com o professor Caio Vassão, ela pode ocorrer de duas formas. A primeira é a chamada incremental, que acontece quando ela melhora algum processo, complementa a qualidade de um serviço ou incrementa o portifólio de uma empresa, ou seja, você melhora algo que já existe. É importante e fundamental para a economia contemporânea.

A outra forma de inovação é conhecida como disruptiva. Nesta, a inovação rasga e recompõe as relações sociais, produtivas e de geração de valor, uma mudança radical em hábitos, formas de trabalho e de produção. Toda esta mudança acaba por criar novos mercados. Dois bons exemplos de inovações disruptivas são a invenção do automóvel e a criação da Internet.

E você vai inovar em qual segmento?

Cidades inteligentes

Quando falamos de cidades inteligentes logo imaginamos locais que usam muita tecnologia para a integração de serviços de gestão pública, serviços de mobilidade, sistemas de transporte e saúde, entre outros. Este é realmente um conceito muito aceito para a definição das cidades inteligentes e não está de todo errado, mas outras questões devem ser consideradas sobre este assunto.

As cidades inteligentes também devem atender a dimensões do convívio humano e das relações sociais e políticas da sociedade, como aspectos para a melhoria da qualidade de vida. Esta é a opinião do professor Caio Vassão.

É importante notar que a tentativa de classificar ou criar um ranking entre cidades mais ou menos inteligentes acaba por ser algo forçado, já que cada cidade tem suas características próprias e tem suas singularidades. O caminho mais adequado é comparar a cidade em vários momentos de sua história.

Voltando à pergunta, cidades inteligentes: tecnologia ou pessoas? A resposta é: as duas coisas, pois a tecnologia digital integra todos os aspectos da vida urbana com o objetivo de melhorar o convívio em sociedade.

Existe um caminho para tornar uma cidade inteligente?

Apesar das diferenças culturais e de desenvolvimento de cada cidade, para o professor Caio Vassão o caminho para tornar uma cidade inteligente passa por três pilares. O primeiro é formar o poder público para que ele entenda e opere como um facilitador. Sua função é mediar situações e ajudar todo o processo de transformação.

O cidadão também tem seu papel nas criação das cidades inteligentes, se capacitando para entender e operar a tecnologia digital. Nesta linha, a educação tem um papel muito importante para formar cidadãos competentes, que possam interagir socialmente e que saibam cooperar e colaborar.

A iniciativa privada também é um agente fundamental para a implantação das cidades inteligentes, pois nem todas as soluções passam pelo poder público. Muitas oportunidades de prestação de serviços e entrega de produtos surgem com o uso da tecnologia.

Assim, o caminho para a criação das cidades inteligentes passa capacitação e integração do tripé formado pelo poder púbico, pelos cidadãos e pela iniciativa privada.

 

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Internet: sua empresa está atenta a isso?

Por Gilberto Sudré, Especialista em Tecnologia

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A internet no Brasil teve um alcance exponencial em relação aos usuários, tanto que somos referência em relação ao uso da rede no mundo. O mesmo não se pode dizer em relação as empresas onde esta adoção foi muito mais lenta.

Segundo o professor Romeo Busarelo, que esteve em Vitória para participar do projeto Vários Olhares Singulares (VOS), existem dois tipos de empresas atuantes na internet, aquelas que estão no ambiente digital por convenção e as que estão por convicção. Ele ressalta que hoje a maioria das empresas ainda está na internet por convenção, ou seja, participam da rede porque acham que têm que estar ou porque a concorrência também está. Poucas empresas estão na rede por entender que é realmente importante ou que é o futuro. As que estão por convenção não enxergam que a web é um instrumento não só de venda, mas também de inovação ou melhoria do recall de marca.

E a sua empresa está na Internet por convenção ou por convicção?

Revolução digital: como preparar sua empresa?

Atualmente já existe uma consciência da importância do consumo digital e da exposição dos consumidores aos meios digitais. A questão está em como as empresas podem se adaptar para aproveitar, de forma eficiente, a chance a esta exposição?

Ter bons profissionais, com bom repertório de conhecimentos e relacionamentos é o caminho, de acordo com o professor Romeo Busarelo. O ambiente digital é movido pela inovação e isto exige que os profissionais que atuam nesta área sejam conectados e com boa formação.

Outra questão é a cultura da empresa. Algumas estão mais abertas a inovação, até mesmo pela competição acirrada do mercado que atuam, enquanto outras são bastantes resistentes à qualquer mudança.

O mundo da inovação é um ambiente de erros, de versões beta e de acertos. O importante é que as empresas cuidem de seus processos internos para que estes consigam sustentar a inovação.

E você é um profissional inovador?

A inovação é a palavra do momento. Ela está nas propagandas das empresas e nos discursos de palestrantes. Realmente é difícil definir teoricamente o que é realmente a inovação. O professor Romeo Busarelo define a inovação como algo novo marcado por algum grau de certeza.

E quanto aos profissionais, o que fazer para se tornar inovador? Algumas práticas podem ajudar a trilhar o caminho para se tornar inovador. O primeira delas é o hábito da leitura, que pode ser considerada o combustível básico para quem inova. A rede de relacionamentos também é um fator importante para compartilhar e ouvir novas ideias. Investir em almoços, cafés, congressos, palestras ou qualquer oportunidade para estar em contato com outros pontos de vista é uma excelente prática.

Por último, um fator importante para o profissional desenvolver seu lado inovador é estar em uma empresa que dê condições de fazer coisas novas e onde o partido do futuro seja mais importante do que o partido do passado.

 

 

Vários Olhares Singulares


Vários pontos de vista, uma só voz

Em um mundo cada vez mais competitivo, a chave do sucesso é a inovação. Esta característica serve de engrenagem para o desenvolvimento econômico de cidades, o crescimento de empresas e o aprimoramento profissional. Diante disso, o Vários Olhares Singulares (VOS) propõe o debate em torno do tema. A iniciativa é da Vale e reúne representantes de diferentes setores em encontros que estimulam o diálogo. São vários pontos de vista que ajudam a compreender o cenário atual como um todo. Os eventos têm como endereço a Arena VOS, no Parque Botânico da Vale, em Jardim Camburi, Vitória. Confira as opiniões de alguns participantes.

A arte de se reinventar

Foto: Divulgação

 

 

Mais valor

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Criatividade

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Quem tem medo da Inovação?

Por Gilberto Sudré, especialista em tecnologia

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É normal que toda mudança gere algum tipo de apreensão. Quando falamos de inovação nos processos produtivos, a preocupação se volta para o emprego, será que ele vai acabar? Olhando a história podemos dizer que não, mas o trabalho e o emprego como conhecemos vai sofrer uma grande transformação. Quem está esperando que os próximos 10 anos serão parecidos com os últimos 10 realmente vai perder as oportunidades e, possivelmente, o emprego. O certo é que o emprego vai mudar de forma e apresentação. Um fato que possivelmente explica parte desta mudança é que o ser humano, ao contrário das máquinas, não é muito bom com processos repetitivos e mecânicos. Estes últimos têm muito mais chance de serem substituídos por robôs ou aplicações.

Esta não é a primeira, e não será a última transformação que a sociedade enfrentou. E ela já mostrou sua capacidade de adaptação em muitas outras situações. O certo é que temos muitos desafios a serem vencidos. A tecnologia pode nos ajudar a resolver muitos problemas, inclusive os do nosso planeta, mas ela sozinha não é nada sem a participação e a iniciativa das pessoas. Assim, o caminho é estar preparado para a mudança, porque ela vai acontecer longe e perto de você.

Tecnologia exponencial

A evolução tecnológica é exponencial. Como um exemplo deste comportamento podemos verificar o aumento do poder computacional dos processadores. Segundo a lei de Moore, a capacidade dos computadores dobra a cada 18 meses desde os primórdios da era digital. Esta evolução vem possibilitando a geração de dispositivos mais inteligentes, mais baratos e menores, permitindo seu uso em uma diversidade cada vez maior de equipamentos.

O crescimento exponencial do poder computacional já é algo muito favorável mas o que realmente causa o grande impacto para a sociedade é a possibilidade da interconexão de dispositivos e através destes de pessoas. Já somos somos atualmente mais de 5.2 bilhões de indivíduos conectados e a apenas um clique de distância. Se você está pensando no futuro, a previsão é que em 2025 teremos toda a população do planeta de alguma forma interconectada.

Com todos estes indivíduos conectados, os impactos causados pelas mudanças são muito mais profundos e seu alcance seja mais amplo e rápido.

Educação 4.0

As novas tecnologias e a velocidade das mudanças delas decorridas impõe a todos nós grandes desafios.

Ao que parece, as escolas ainda estão preparando pessoas para o antigo mundo linear, onde tudo funcionava de acordo com regras rígidas e caminhos conhecidos. Estamos agora diante de um mundo fluido e exponencial onde o poder de adaptação se torna uma característica fundamental para a sobrevivência do indivíduo. Os profissionais deste novo ambiente têm habilidades completamente diferentes daquelas que nós fomos treinados até agora.

Está claro que a forma como as escolas vêm ensinando, apenas validando o conhecimento, já não funciona mais e um novo modelo deve ser pensado. As escolas também terão que fazer o seu dever de casa.

 

 

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Estamos no caminho da (r)evolução?

Confira o que a Aline (Em Movimento) falou sobre o tema

Felipe Amarelo

Entre eu e você, todos nós: novos meios e mediadores

Compre bitcoins”... dia desses um anúncio assim me chamou atenção, colado num poste. O que é isso que o anunciante está ofertando,afinal? Quando bitcoin surgiu como sinônimo de futuro, o que alguns não perceberam foi que - com o perdão do clichê - o futuro já está acontecendo agora.

As transformações deste futuro-presente e o que elas representam/ vão representar no nosso dia a dia foi o que moveu o debate na Arena VOS, evento realizado pela Vale e que teve como tema do primeiro encontro “O fim da mediação - A sociedade toma seu lugar de fala”. Enquanto ouvia o especialista Carl Amorim falar, perguntei no Instagram se o pessoal sabia o que era blockchain, termo que sempre aparece associado à criptomoeda bitcoin. Me surpreenderia se a maioria dissesse que sabe do que se trata, mas especialistas acreditam que isso vai mudar em breve porque blockchain é tida como uma nova forma de “estar” na internet. “É a passagem da ‘internet da informação’ para a ‘internet do valor’”, diz Amorim, que é um dos representantes do Blockchain Research Institute no Brasil.

Arena VOS, 28/03/2018
Arena VOS, 28/03/2018
Foto: Felipe Amarelo

Blockchain, em tradução literal, significa “cadeia de blocos”. Na prática, é possível fazer uma analogia com um livro de registros contábeis, como existe em qualquer empresa. A diferença é que, aos invés de páginas de um livro, os registros de transações agora estão na internet, espalhados por vários computadores e protegidos por criptografia. Ah, e tem um detalhe: no blockchain os dados são públicos, compartilhados, universais e sem o intermédio de terceiros. É o que acontece por trás do bitcoin: para uma operação acontecer, não é mais necessário existir uma instituição financeira tal qual conhecemos. Ou seja, as relações passam a ser diretas. É um novo meio ressignificando a figura do mediador.

Ok, mas… se saem os terceiros para dar lugar a relações diretas e se o consumo de produtos, serviços e informação vai estar na internet de um jeito fácil, acessível, barato e seguro, as organizações deixam de existir? No texto “O intermediário morreu, vida longa ao intermediário”, Amorim opina: “Os que forem capazes de ressignificar suas atuações e modelos de negócios prosperarão, e os que se prenderem ao modelo do passado e reagirem a fim de impedir a mudança, terão um fim melancólico”.

Arena VOS, 28/03/2018
Arena VOS, 28/03/2018
Foto: Felipe Amarelo

Se hoje, pela internet, consigo estar em contato direto com motoristas particulares ou com pessoas que desejam alugar a própria casa em qualquer lugar do mundo, e milhões de usuários fazem essas transações todos os dias sem nenhum trâmite que exija mais do que alguns minutos, temos aí um exemplo de que nossa sociedade já começa a se adaptar a essas novidades… Já parou pra pensar a respeito?

Outro exemplo que Carl trouxe no encontro é de que a indústria já começa a mudar a forma de atuação para deixar de lado a grande logística que envolve centralizar a produção e passa a produzir mais perto do consumidor. E, como ele também citou, já é realidade até mesmo o consumidor fabricar aquilo que consome a partir de fórmulas cedidas pelas próprias empresas que as detêm ou que outras pessoas compartilham. Tudo isso são amostras de como o mercado e o consumidor já estão experimentando formas de consumo baseadas em relações mais diretas.

 Aline Alves repórter do Em Movimento
Aline Alves repórter do Em Movimento
Foto: Divulgação

Eu ainda não tenho bitcoins, mas quando penso no quanto essa discussão é do agora, consigo até entender melhor a esperteza do moço que grudou o tal anúncio no poste. Talvez você também não tenha bitcoins, mas pode ter certeza: nós já estamos em (r)evolução.

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O "poder" está a um clique

por Diego Araújo

Felipe Amarelo

Eu perguntei em uma rede social: “Vocês sabem o que é Cidadania 2.0?” 81% dos meus seguidores disseram que não. Mal podiam desconfiar que o fato de já estarem conectados e participando daquela enquete era o princípio desse termo. Ainda não entendeu? Eu explico! Cidadania 2.0 é o conceito que engloba projetos de cidadania que recorrem a tecnologias ou plataformas para atingirem com maior impacto a sociedade, ou seja, nós cidadãos.

E esse assunto foi o tema de um encontro na última semana, no Museu Vale, em Vila Velha. O projeto VOS - Vários Olhares Singulares reuniu uma turma de diferentes setores sociais para debater e construir um pensamento em torno de um determinado conteúdo. Nesse caso, a já falada aqui, Cidadania 2.0. Quem esteve à frente do evento foi a Gabriela Augustini, fundadora da Olabi, uma organização focada no uso da tecnologia para transformação social.

Arena VOS, 04/04/2018
Arena VOS, 04/04/2018
Foto: Felipe Amarelo

Bom, agora, você que lê esse texto e que, talvez, veio até aqui por conta da informação curiosa que deixei na minha rede social, já está situado e tem a resposta para a minha pergunta. Mas não pense que isso se esgota aqui. Esse é o grande lance! O assunto é bem mais amplo do que parece.

Ok, sabemos o que é Cidadania 2.0, mas o que não sabemos ainda é se de fato a temos da melhor forma. No evento, Gabriela compartilhou o pensamento de que “Com a globalização da internet conseguimos criar coisas que atingem uma camada muito grande da população...”. A questão é que, justamente, pelo fato da internet e do rápido avanço tecnológico, que o problema existe. Ainda não conseguimos dar conta de tanta informação, tanta coisa que chega de uma hora para outra e que não dominamos.

Diego Araujo - Em Movimento
Diego Araujo - Em Movimento
Foto: Diego Araujo

Pensa bem, enquanto eu escrevo esse texto, estou aqui no computador, conectado no meu celular, com mensagens chegando, notificações das outras redes sociais, notícias a cada instante e, pensando que daqui a pouco tem gravação. Ufa! É esse o grande LANCE! Tudo isso, chega até a mim, a você e atingirá uma parcela inimaginável da população por meio da tecnologia. Ela muda nossas relações, as nossas reações com o outro, com nosso modo de viver.

Para termos uma ideia melhor de como a nossa configuração social está atrelada a esse meio, uma informação histórica: quando a internet surgiu, ela veio com um viés cidadão e não comercial. Foi por meio da ECO 92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – com vários chefes de Estado, que o debate sobre problemas ambientais mundiais começou.

É isso, seja pra dar espaço aos cidadãos, incluir socialmente, uma revolução muito grande através de todas essas plataformas tecnológicas que causam engajamento, mobilização, podem servir pra dar voz a quem até então não tem. E assim, atingir mais pessoas. O que ainda falta é saber se algum dia teremos, de fato, o entendimento sobre todo esse universo cheio de possibilidades e “poder” que as tecnologias oferecem. Só o tempo poderá dizer!

Quer saber ainda mais? Conheça os temas sobre inovação em Arena VOS

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O poder da conexão

por Aline Alves

Felipe Amarelo

Em 2013, o Brasil foi tomado por cidadãos que foram às ruas reivindicar direitos, protestar contra a qualidade dos serviços públicos e a corrupção no país, dentre outros sem-fim de temas. Por trás da mobilização de milhões de brasileiros, uma hashtag: #vemprarua.

As manifestações daquele ano, para além do que elas significam politicamente, representam uma mudança no nosso comportamento. As pessoas foram pra rua porque estavam indignadas, mas, também, porque estavam online.

Arena VOS, 04/04/2018
Arena VOS, 04/04/2018
Foto: Felipe Amarelo

O poder da sociedade conectada foi o ponto central do segundo encontro na Arena VOS - Vários Olhares Singulares, com o tema “Cidadania 2.0 - A sociedade como protagonista da transformação”. A palestrante Gabriela Augustini trouxe exemplos de como a internet pode ser (e já é) usada como ferramenta que aproxima cidadãos em todo o mundo.

Se “cidadania” nada mais é do que o conjunto de direitos e deveres que cada indivíduo tem, quando se acrescenta ao termo o “2.0” temos aí uma espécie de atualização - tipo aquelas do celular que você precisa aceitar de qualquer jeito, não tem como fugir. Cidadania 2.0, em resumo, é quando usamos a internet para propagar projetos que tratem da sociedade.

 

 

Aline Alves - Em Movimento
Aline Alves - Em Movimento
Foto: aline alves

O termo já não é tão novidade assim e, se você olhar ao seu redor, vai perceber que já é parte do seu dia a dia. Quer exemplos? Quando um evento público é colocado no Facebook, ele pode atingir inúmeras pessoas que não se conhecem mas são interessadas no mesmo tema (sim, foi exatamente isso que aconteceu com o tal #vemprarua). Quando uma pessoa deseja reclamar de um serviço ou empresa, ela pode usar as próprias redes sociais para fazer a crítica e falar diretamente com os envolvidos, sem necessariamente passar pelo Procon. E, da mesma forma, quando dados públicos passam a estar disponíveis na internet por meio do Portal da Transparência, esse também é um sinal de que nossa sociedade é 2.0.Há, ainda, iniciativas que nascem “de” cidadão “para” cidadão - com o objetivo de unir pessoas por um bem comum. Gabriela citou grupos que usam a internet para, por exemplo, “adotar” uma praça pública, informar lugares onde ocorrem mais assaltos, ajudar moradores de rua, combater notícias falsas na internet, entre muitos outros.

Podemos ainda não saber o real impacto da tecnologia nas nossas vidas, mas nossa sociedade já começa a experimentar o que é deixar de ser local para virar global. Ser cidadão 2.0 é pensar em si, mas também no coletivo. Estar “conectado” nunca fez tanto sentido.Quer saber mais sobre essa discussão? Minha dica é conhecer o canal Arena VOS. Lá você vai poder conferir todos os temas que temos discutido sobre inovação.