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Procuradora do MPT diz que Flamengo deveria indenizar em R$ 2 milhões

Procuradora do MPT diz que Flamengo deveria indenizar em R$ 2 milhões

Clube tem como proposta oferecer até R$ 400 mil para os parentes de cada uma das dez vítimas

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 18:47

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Procuradora do MPT diz que Flamengo deveria indenizar famílias em R$ 2 milhões. (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A proposta de indenização apresentada pelo Flamengo às famílias das vítimas do incêndio no CT do Ninho do Urubu foi de cerca de um quinto daquela exigida pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pelo Ministério Público Trabalho (MPT-RJ). O clube rubro-negro teria oferecido valores que variavam de R$ 300 mil a R$ 400 mil por família, enquanto os órgãos estaduais queriam R$ 2 milhões cada um.

Os valores foram apresentados pela procuradora Danielle Cramer, do MPT-RJ. Ela é integrante da Câmara de Conciliação criada para tratar do tema. "A quem faleceu, buscamos (indenização por) danos morais e também pensão mensal até (que as vítimas fizessem) 45 anos. A intenção do clube era de no máximo dez anos um salário mínimo por mês", afirmou a procuradora.

"Na soma ficava em torno de R$ 300 mil a R$ 400 mil do Flamengo. A proposta da Câmara era de R$ 2 milhões e R$ 10 mil mensais até 45 anos. Tratamos de forma diferente as vítimas fatais, hospitalizadas com sequelas, as que por ventura não vão ter mais sequelas, aquelas que sofreram meramente danos morais. Os outros valores eram menores. Não houve discordância em relação aos grupos, mas aos valores", explicou Danielle, que concedeu entrevista no início da tarde desta quarta-feira, após se reunir com familiares das vítimas.

No início da noite de terça, quando foi informado que as partes não haviam chegado a um acordo, o Flamengo divulgou nota em que dizia que "teve o cuidado de oferecer valores maiores dos que estão sendo estipulados em casos similares, como, por exemplo, o incêndio da boate Kiss, ocorrido em 2013".

Nesta quarta-feira, a procuradora rebateu. "É uma situação absolutamente diferente. No Flamengo eram todos menores de idade, estavam alojados e eles prometeram às famílias cuidar de todos esses garotos. Na Boate Kiss, estavam em busca de entretenimento, era totalmente diferente", considerou.

"Agora vamos passar para caminhos judiciais. O Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público e a Defensoria vão propor ações cabíveis para indenizações. Podem ser ações coletivas, mas aquelas famílias que não quiserem aderir podem procurar advogados particulares ou até a Defensoria, que se dispôs a ajudar."

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O Estado pediu posicionamento do Flamengo, que ainda não se pronunciou.

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