A técnica da seleção francesa, Corinne Diacre, disse neste sábado (22) a jornalistas que a defesa do Brasil, adversário das anfitriãs nas oitavas de final da Copa do Mundo, é o ponto fraco do conjunto liderado por Marta e Cristiane.
O diagnóstico repete uma impressão amplamente difundida pela mídia local nos últimos dias. Os repórteres franceses usam a virada sofrida pela equipe sul-americana no jogo contra a Austrália (3 a 2, depois de abrir dois gols de vantagem) para ilustrar a tese.
"O Brasil não é exatamente conhecido por sua defesa, mesmo não tendo sofrido muitos gols até aqui [foram dois]", afirmou Diacre. "Por outro lado, seu ataque é muito poderoso."
Para ela, não há grandes mudanças a fazer na equipe francesa para a partida deste domingo (23), às 16h, em Le Havre. As donas da casa venceram seus três jogos na primeira fase.
"Precisamos reencontrar nossa eficiência ofensiva", observou Diacre. A seleção estreou no Mundial com uma goleada sobre a Coreia do Sul (4 a 0), mas teve dificuldades contra a Noruega (2 a 1) e, sobretudo, contra a Nigéria (1 a 0, graças a um pênalti controverso).
A Copa do Mundo tem batido recordes de público para o futebol feminino na França, seja nos estádios ou nas transmissões televisivas. A treinadora diz que a empolgação da torcida deixa o grupo contente, mas não aumenta a pressão sobre as jogadoras.
"Elas continuam serenas, aplicadas, brincalhonas quando é preciso ser", descreveu a técnica, conhecida pela circunspecção quase caricatural.
"Nosso cotidiano se resume ao quarto de hotel. Não há jardim, varanda, piscina ou espreguiçadeira. É do quarto para o campo de treinamento, e só. Nem mesmo a Festa da Música [tradicional evento que toma as ruas da França no dia de abertura do verão] nós ouvimos ontem [sexta] à noite. Estamos em uma bolha."
O retrospecto dos confrontos entre Brasil e França é favorável às europeias: elas venceram três vezes, além de quatro empates. Mas um deles, na Copa do Mundo de 2003, significou para as francesas uma eliminação ainda na fase de grupos -as brasileiras cairiam nas quartas de final.
"Não penso nisso. Não tenho o costume de olhar no retrovisor, e ainda mais para tão longe assim. Isso faz 16 anos", responde Diacre, bem a seu feitio, ao ser perguntada sobre a lembrança daquele 1 a 1 fatídico.
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